Coração Fraco? Saiba Como o SUS Trata a Insuficiência Cardíaca
A insuficiência cardíaca afeta milhões de brasileiros. O SUS oferece assistência completa, desde exames e medicamentos até acompanhamento especializado. Entenda os sintomas, como buscar ajuda e quais são seus direitos no tratamento pelo SUS.
5/4/202514 min read


Insuficiência Cardíaca: Como Tratar pelo SUS - Passo a Passo Completo
O que é Insuficiência Cardíaca?
A insuficiência cardíaca (IC), popularmente conhecida como "coração fraco", é uma condição séria que ocorre quando o músculo do coração se torna incapaz de bombear sangue de forma eficiente para suprir as necessidades do corpo. Isso não significa que o coração parou de funcionar, mas sim que ele não está trabalhando como deveria.
As doenças cardiovasculares, incluindo a insuficiência cardíaca, são as principais causas de internação e de mortes no Brasil entre as doenças clínicas não traumáticas. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2021, foram registrados mais de 167 mil atendimentos de pessoas com IC na Atenção Primária à Saúde. É uma síndrome complexa que pode impactar a função de outros órgãos vitais, como pulmões, rins e fígado, e muitas vezes se desenvolve a partir de outras condições crônicas não controladas, como hipertensão arterial e diabetes.
A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência completa e gratuita para pessoas com insuficiência cardíaca, abrangendo desde a prevenção e o diagnóstico até o tratamento com medicamentos e acompanhamento especializado. Neste guia, vamos detalhar como você pode acessar todos esses serviços pelo SUS.
Sintomas da Insuficiência Cardíaca: Fique Atento aos Sinais!
A insuficiência cardíaca é frequentemente uma doença silenciosa em seus estágios iniciais, o que pode levar a um diagnóstico tardio e ao desenvolvimento de complicações. Por isso, é crucial estar atento aos sinais e sintomas que podem indicar que o coração não está bombeando sangue adequadamente. Os principais incluem:
Dispneia (Falta de Ar): Dificuldade para respirar, inicialmente durante esforços físicos e, em casos mais avançados, mesmo em repouso ou ao deitar (ortopneia). Pode ocorrer também falta de ar súbita durante a noite (dispneia paroxística noturna);
Fadiga e Cansaço: Sensação de fraqueza e cansaço excessivo, mesmo para realizar atividades simples do dia a dia, devido à menor oferta de oxigênio aos músculos;
Edema (Inchaço): Acúmulo de líquido, principalmente nos tornozelos, pernas, coxas e abdômen (ascite), causado pela dificuldade do coração em bombear o sangue de volta dos membros inferiores e pela retenção de sódio e água pelos rins;
Tosse Persistente: Tosse seca ou com expectoração clara ou rosada, que piora ao deitar, devido ao acúmulo de líquido nos pulmões;
Intolerância ao Exercício Físico: Dificuldade crescente para realizar atividades que antes eram fáceis;
Ganho de Peso Rápido: Aumento de peso inexplicável em poucos dias, devido à retenção de líquidos;
Perda de Apetite e Náuseas: Sensação de "estômago cheio" ou enjoo, devido ao fluxo sanguíneo reduzido para o sistema digestivo;
Confusão Mental ou Dificuldade de Concentração: Em casos mais avançados, a redução do fluxo sanguíneo para o cérebro pode causar esses sintomas;
Batimentos Cardíacos Acelerados ou Irregulares (Palpitações): O coração tenta compensar sua fraqueza batendo mais rápido.
É importante notar que esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa e também podem estar presentes em outras condições de saúde. Se você apresentar um ou mais desses sinais, especialmente se tiver fatores de risco como hipertensão, diabetes, doença coronariana ou histórico familiar de problemas cardíacos, procure um médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) para uma avaliação.
Causas e Fatores de Risco para Insuficiência Cardíaca
A insuficiência cardíaca geralmente não surge do nada. Ela é frequentemente o resultado final de outras doenças ou condições que danificam ou sobrecarregam o músculo cardíaco ao longo do tempo. Conhecer as causas e fatores de risco é essencial para a prevenção.
Principais Causas
Doença Arterial Coronariana (DAC): É a causa mais comum. O estreitamento ou bloqueio das artérias que irrigam o coração (artérias coronárias) por placas de gordura (aterosclerose) reduz o fluxo de sangue para o músculo cardíaco, podendo levar a um infarto (ataque cardíaco) que danifica o coração permanentemente;
Hipertensão Arterial (Pressão Alta): A pressão alta não controlada obriga o coração a trabalhar mais para bombear o sangue, o que, a longo prazo, pode levar ao espessamento e enfraquecimento do músculo cardíaco;
Cardiomiopatias: Doenças do próprio músculo cardíaco, que podem ser de origem genética, inflamatória (miocardite), tóxica (álcool, drogas, quimioterapia) ou idiopática (causa desconhecida);
Doenças das Válvulas Cardíacas: Problemas nas válvulas do coração (estenose ou insuficiência) podem forçar o coração a trabalhar mais, levando à IC;
Arritmias Cardíacas: Batimentos cardíacos muito rápidos, lentos ou irregulares podem prejudicar a capacidade de bombeamento do coração;
Doença de Chagas: Infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que pode afetar o coração;
Diabetes Mellitus: O diabetes aumenta o risco de desenvolver hipertensão e doença arterial coronariana, além de poder afetar diretamente o músculo cardíaco;
Doenças Pulmonares Crônicas: Condições como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) podem aumentar a pressão na artéria pulmonar, sobrecarregando o lado direito do coração (cor pulmonale);
Outras Condições: Anemia grave, hipertireoidismo, infecções virais, doenças renais crônicas, entre outras.
Fatores de Risco
Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca:
Idade avançada;
Sexo masculino (embora as mulheres também sejam afetadas, especialmente após a menopausa);
Histórico familiar de doença cardíaca;
Tabagismo;
Obesidade;
Sedentarismo (falta de atividade física);
Dieta rica em gorduras saturadas, sódio e açúcar;
Consumo excessivo de álcool;
Uso de drogas ilícitas (como cocaína).
Controlar esses fatores de risco através de um estilo de vida saudável e do tratamento adequado das doenças de base é a melhor forma de prevenir a insuficiência cardíaca.
Diagnóstico da Insuficiência Cardíaca pelo SUS
O diagnóstico da insuficiência cardíaca envolve uma combinação de avaliação clínica, histórico do paciente e exames complementares. O SUS oferece os recursos necessários para identificar a condição e sua causa.
Avaliação Clínica e Histórico
O primeiro passo é a consulta médica, geralmente na Unidade Básica de Saúde (UBS). O médico irá:
Perguntar sobre seus sintomas (falta de ar, inchaço, cansaço);
Avaliar seu histórico médico pessoal e familiar (hipertensão, diabetes, infarto, etc.);
Verificar seus hábitos de vida (tabagismo, alimentação, atividade física, uso de álcool);
Realizar um exame físico completo, incluindo:
Medição da pressão arterial;
Ausculta do coração e dos pulmões (para verificar sopros, ritmo cardíaco irregular ou sons de congestão pulmonar);
Verificação de inchaço (edema) nas pernas, tornozelos e abdômen;
Observação das veias do pescoço (distensão jugular).
Exames Complementares Disponíveis no SUS
Com base na suspeita clínica, o médico pode solicitar diversos exames para confirmar o diagnóstico, avaliar a gravidade e identificar a causa da insuficiência cardíaca:
1. Eletrocardiograma (ECG)
Registra a atividade elétrica do coração. Pode detectar arritmias, sinais de infarto prévio ou sobrecarga das câmaras cardíacas. É um exame simples, rápido e disponível na maioria das UBS ou em serviços de referência.
2. Radiografia de Tórax
Pode mostrar aumento do tamanho do coração (cardiomegalia), sinais de acúmulo de líquido nos pulmões (congestão pulmonar) ou outras doenças pulmonares associadas.
3. Exames de Sangue
São importantes para avaliar a função renal e hepática, verificar níveis de eletrólitos (sódio, potássio), glicemia, colesterol, hormônios tireoidianos e identificar anemia. Um exame específico chamado Peptídeo Natriurético Tipo B (BNP ou NT-proBNP) é muito útil: seus níveis aumentam quando o coração está sob estresse, ajudando a confirmar o diagnóstico de IC e avaliar sua gravidade.
4. Ecocardiograma com Doppler
É um ultrassom do coração, considerado o exame mais importante para o diagnóstico e acompanhamento da IC. Ele permite visualizar a estrutura e o tamanho das câmaras cardíacas, avaliar a força de contração do músculo (fração de ejeção), verificar o funcionamento das válvulas e detectar outras anormalidades. Este exame é geralmente realizado em serviços especializados de cardiologia ou hospitais da rede SUS, mediante encaminhamento.
Outros Exames (Realizados em Serviços Especializados)
Teste Ergométrico (Teste de Esforço): Avalia a resposta do coração durante o exercício físico;
Cintilografia Miocárdica: Avalia o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco;
Cateterismo Cardíaco (Cineangiocoronariografia): Permite visualizar as artérias coronárias e medir as pressões dentro do coração. Indicado principalmente quando há suspeita de doença arterial coronariana como causa da IC;
Ressonância Magnética Cardíaca: Fornece imagens detalhadas da estrutura e função do coração.
Onde Realizar os Exames
A avaliação inicial e a solicitação dos exames básicos (ECG, Raio-X, exames de sangue) geralmente ocorrem na UBS. Exames mais complexos, como o ecocardiograma e o cateterismo, são realizados em Centros de Especialidades, Ambulatórios de Cardiologia ou Hospitais da rede SUS, para onde o paciente é encaminhado pela Atenção Primária através do sistema de regulação.
Tratamento da Insuficiência Cardíaca pelo SUS
O tratamento da insuficiência cardíaca é multifacetado e visa aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida, retardar a progressão da doença e reduzir hospitalizações e mortalidade. O SUS oferece uma abordagem completa, incluindo mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em casos selecionados, procedimentos invasivos.
1. Mudanças no Estilo de Vida
São a base do tratamento e incluem:
Restrição de Sódio (Sal): Reduzir o consumo de sal ajuda a controlar a retenção de líquidos e o inchaço. Evitar alimentos processados, enlatados e embutidos, que são ricos em sódio;
Controle da Ingestão de Líquidos: Em alguns casos, o médico pode recomendar limitar a quantidade de líquidos ingerida por dia;
Alimentação Saudável: Dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, e pobre em gorduras saturadas e trans;
Controle do Peso: Manter um peso saudável ou perder peso, se necessário;
Atividade Física Regular: Exercícios leves a moderados (como caminhada), conforme orientação médica, ajudam a fortalecer o coração e melhorar a capacidade física;
Cessação do Tabagismo: Parar de fumar é fundamental;
Moderação no Consumo de Álcool: Evitar ou limitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Monitoramento Diário: Verificar o peso diariamente (para detectar retenção de líquidos), monitorar a pressão arterial e estar atento aos sintomas.
2. Medicamentos Gratuitos pelo SUS
O SUS fornece gratuitamente uma variedade de medicamentos essenciais para o tratamento da IC, disponíveis através do programa Farmácia Popular e nas farmácias das unidades de saúde. Os principais grupos de medicamentos incluem:
Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Ex: Captopril, Enalapril. Relaxam os vasos sanguíneos, facilitando o trabalho do coração;
Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina II (BRA): Ex: Losartana. Têm efeito semelhante aos IECAs, usados como alternativa;
Betabloqueadores: Ex: Carvedilol, Metoprolol, Bisoprolol. Reduzem a frequência cardíaca e a força de contração, diminuindo o esforço do coração;
Antagonistas dos Receptores Mineralocorticoides (ARM): Ex: Espironolactona. Ajudam a eliminar o excesso de líquido e sódio, e têm efeito protetor sobre o coração;
Diuréticos: Ex: Furosemida, Hidroclorotiazida. Aumentam a eliminação de sal e água pelos rins, aliviando o inchaço e a falta de ar;
Inibidores da Neprilisina e do Receptor da Angiotensina (INRA): Ex: Sacubitril/Valsartana. Classe mais nova de medicamentos, muito eficaz, disponível no SUS para casos específicos através de protocolos clínicos;
Inibidores do Cotransportador Sódio-Glicose 2 (iSGLT2): Ex: Dapagliflozina, Empagliflozina. Originalmente para diabetes, mostraram grandes benefícios na IC, disponíveis no SUS para casos específicos;
Digoxina: Ajuda a fortalecer a contração do coração e controlar certas arritmias;
Vasodilatadores: Ex: Hidralazina, Nitratos. Relaxam os vasos sanguíneos.
O médico definirá a combinação de medicamentos mais adequada para cada paciente, ajustando as doses conforme a resposta e a tolerância.
3. Tratamento de Causas Subjacentes
É fundamental tratar as doenças que causaram ou pioram a IC, como controlar a pressão alta, o diabetes, tratar arritmias, corrigir problemas nas válvulas ou desobstruir artérias coronárias.
4. Dispositivos Cardíacos Implantáveis (Casos Selecionados)
Em alguns pacientes com IC grave ou arritmias de risco, o SUS pode oferecer:
Marcapasso: Para corrigir batimentos cardíacos lentos;
Cardiodesfibrilador Implantável (CDI): Monitora o ritmo cardíaco e aplica choques elétricos para reverter arritmias graves que podem causar morte súbita;
Terapia de Ressincronização Cardíaca (TRC): Um tipo especial de marcapasso que melhora a coordenação das contrações do coração em pacientes selecionados.
A indicação desses dispositivos é feita por cardiologistas em centros especializados.
5. Transplante Cardíaco (Casos Graves e Refratários)
Para pacientes com IC em estágio final, que não respondem a outros tratamentos, o transplante cardíaco pode ser uma opção. O SUS possui centros de referência para transplante cardíaco, mas a disponibilidade de órgãos é limitada.
Acompanhamento Multiprofissional
O tratamento da IC é mais eficaz quando realizado por uma equipe multiprofissional, que pode incluir médicos (clínico geral, cardiologista), enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais. O SUS busca oferecer essa abordagem integrada, principalmente na Atenção Primária e nos serviços especializados.
Passo a Passo para Acessar o Tratamento de Insuficiência Cardíaca pelo SUS
O acesso ao diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca pelo SUS geralmente começa na Atenção Primária à Saúde.
1. Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS)
Agende uma consulta na UBS mais próxima de sua casa. Leve seu Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS) e um documento de identidade;
Relate ao médico ou enfermeiro todos os seus sintomas (falta de ar, inchaço, cansaço), seu histórico de saúde e os medicamentos que utiliza;
O profissional realizará a avaliação clínica inicial e, se suspeitar de IC, solicitará os primeiros exames (ECG, Raio-X, exames de sangue).
2. Realização de Exames e Confirmação Diagnóstica
Realize os exames solicitados. Alguns podem ser feitos na própria UBS, outros em laboratórios ou clínicas conveniadas/públicas;
Retorne à UBS com os resultados para nova avaliação médica;
Se os exames básicos sugerirem IC, o médico da UBS poderá iniciar o tratamento inicial e/ou encaminhá-lo para um especialista (cardiologista) para exames mais específicos, como o ecocardiograma.
3. Encaminhamento para o Cardiologista (Atenção Especializada)
O encaminhamento para o cardiologista é feito através do sistema de regulação do SUS. A UBS insere seu pedido no sistema, e você será informado sobre a data e local da consulta especializada;
Leve todos os seus exames e relatórios médicos para a consulta com o cardiologista;
O cardiologista confirmará o diagnóstico, avaliará a gravidade, investigará a causa e definirá o plano de tratamento mais adequado, incluindo a prescrição dos medicamentos específicos.
4. Obtenção dos Medicamentos
Com a receita médica em mãos, você pode retirar os medicamentos gratuitamente:
Na farmácia da própria UBS ou do serviço especializado: Verifique a disponibilidade dos medicamentos prescritos;
No programa Farmácia Popular: Muitas farmácias comerciais credenciadas oferecem medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, e com desconto para outras condições. Alguns medicamentos para IC podem estar incluídos;
Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF): Medicamentos mais caros ou específicos (como Sacubitril/Valsartana, iSGLT2) podem ser obtidos através do CEAF, mediante preenchimento de formulários específicos pelo médico e avaliação do processo pela Secretaria de Saúde. Informe-se na unidade de saúde sobre como solicitar.
5. Acompanhamento Regular
Mantenha acompanhamento regular com o médico da UBS e/ou com o cardiologista, conforme orientação;
Compareça às consultas agendadas, mesmo que esteja se sentindo bem;
Realize os exames de controle solicitados;
Não interrompa ou altere a dose dos medicamentos sem orientação médica;
Informe ao médico sobre qualquer novo sintoma ou efeito colateral.
6. Atendimento de Urgência
Em caso de piora súbita dos sintomas (falta de ar intensa, dor no peito, desmaio), procure imediatamente uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou ligue para o SAMU (192).
Prevenção da Insuficiência Cardíaca
A melhor forma de lidar com a insuficiência cardíaca é preveni-la. A prevenção passa pelo controle dos fatores de risco e pelo tratamento adequado das doenças que podem levar à IC.
Medidas Preventivas
Controle da Pressão Arterial: Manter a pressão arterial em níveis adequados (<130/80 mmHg na maioria dos casos) através de dieta, exercícios e medicamentos, se necessário;
Controle do Diabetes: Manter os níveis de glicose no sangue sob controle com dieta, exercícios e medicamentos;
Controle do Colesterol: Manter os níveis de colesterol LDL ("ruim") baixos e HDL ("bom") altos;
Não Fumar: O tabagismo é um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas;
Alimentação Saudável: Dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, peixes e pobre em gorduras saturadas, trans, sódio e açúcar;
Atividade Física Regular: Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana (ex: caminhada rápida);
Manutenção do Peso Ideal: Evitar o sobrepeso e a obesidade;
Moderação no Consumo de Álcool;
Check-ups Regulares: Realizar consultas médicas e exames de sangue periódicos para monitorar a saúde cardiovascular, especialmente se houver fatores de risco.
O SUS, através da Atenção Primária à Saúde, desempenha um papel crucial na prevenção, oferecendo consultas, exames de rastreamento, grupos de controle de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), orientação nutricional e programas de atividade física.
Direitos das Pessoas com Insuficiência Cardíaca
Pessoas com insuficiência cardíaca, especialmente em estágios mais avançados, podem ter direitos específicos garantidos por lei:
Auxílio-doença: Se a IC causar incapacidade temporária para o trabalho (superior a 15 dias), o segurado do INSS tem direito ao benefício;
Aposentadoria por Invalidez: Se a incapacidade para o trabalho for permanente e total, sem possibilidade de reabilitação;
Benefício de Prestação Continuada (BPC): Para pessoas com IC grave que cause impedimentos de longo prazo (mínimo de 2 anos), com renda familiar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo e que não contribuem para o INSS;
Isenção de Imposto de Renda: Aposentados e pensionistas com cardiopatia grave (incluindo IC grave) podem ter direito à isenção do imposto de renda sobre os proventos de aposentadoria/pensão;
Saque do FGTS/PIS-PASEP: Em caso de doença grave, incluindo cardiopatia grave, o trabalhador ou seus dependentes podem ter direito ao saque;
Transporte Gratuito: Algumas leis municipais ou estaduais garantem gratuidade no transporte público para pessoas com deficiência ou doenças crônicas graves;
Vagas Especiais de Estacionamento: Se a IC causar dificuldade de locomoção.
Para acessar esses direitos, geralmente é necessário um laudo médico detalhado comprovando a condição e sua gravidade. O serviço social da unidade de saúde ou a Defensoria Pública podem oferecer orientação.
A insuficiência cardíaca é uma condição crônica e progressiva, mas com diagnóstico precoce, tratamento adequado e mudanças no estilo de vida, é possível controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida dos pacientes. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma rede de assistência completa e gratuita, desde a prevenção e o diagnóstico na Atenção Primária até o tratamento especializado com medicamentos, dispositivos e acompanhamento multiprofissional.
Se você apresenta sintomas sugestivos ou possui fatores de risco para insuficiência cardíaca, não hesite em procurar a Unidade Básica de Saúde. Cuidar da saúde do coração é fundamental para uma vida longa e com qualidade. Lembre-se que o controle adequado de condições como hipertensão e diabetes, aliado a hábitos de vida saudáveis, é a melhor forma de prevenir a insuficiência cardíaca.
Referências
Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica nº 14: Prevenção Clínica de Doença Cardiovascular, Cerebrovascular e Renal Crônica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Insuficiência Cardíaca. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539.
Ministério da Saúde. Cuidados com o coração: SUS oferece assistência gratuita. Publicado em 11/07/2022. Disponível em: [https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/julho/cuidados-com-o-coracao-sus-oferece-assistencia-gratuita](https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/julho/cuidados-com-o-coracao-sus-oferece-assistencia-gratuita)
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