Hiperplasia Prostática Benigna: Como Conseguir Tratamento Gratuito pelo SUS

Saiba como obter diagnóstico e tratamento para hiperplasia prostática benigna pelo SUS. Guia completo com sintomas, medicamentos disponíveis gratuitamente e procedimentos cirúrgicos.

6/10/202513 min read

Hiperplasia Prostática Benigna: Tratamento pelo SUS - Guia Completo 2025

A hiperplasia prostática benigna (HPB) afeta milhões de homens brasileiros, especialmente após os 50 anos de idade. Esta condição pode comprometer seriamente a qualidade de vida, causando problemas urinários que interferem no sono, nas atividades diárias e até mesmo na saúde mental.

A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento completo para esta condição. Neste artigo, você vai descobrir como identificar os sintomas da HPB, quais exames estão disponíveis gratuitamente e como acessar os tratamentos medicamentosos e cirúrgicos pelo SUS.

Vamos explicar também o passo a passo para conseguir consulta com urologista, quais medicamentos você tem direito a receber gratuitamente e quando a cirurgia pode ser necessária. Continue a leitura e saiba como cuidar da sua saúde prostática sem gastar nada!

O que é Hiperplasia Prostática Benigna?

A hiperplasia prostática benigna é o aumento não canceroso da próstata, uma glândula exclusivamente masculina localizada abaixo da bexiga, envolvendo a uretra (canal que conduz a urina para fora do corpo). Quando a próstata aumenta de tamanho, ela pode comprimir a uretra e dificultar a passagem da urina.

É importante destacar que a HPB não é câncer e não aumenta o risco de desenvolver câncer de próstata. São condições diferentes, embora possam ocorrer simultaneamente e apresentar sintomas semelhantes.

A HPB é extremamente comum com o avançar da idade. Estudos mostram que cerca de 50% dos homens aos 60 anos e até 90% aos 85 anos apresentam algum grau de aumento da próstata. No Brasil, estima-se que mais de 5 milhões de homens convivam com esta condição.

Causas e Fatores de Risco

A causa exata da HPB ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que está relacionada às alterações hormonais que ocorrem com o envelhecimento. Os principais fatores de risco incluem:

  • Idade avançada: raramente ocorre antes dos 40 anos, aumentando significativamente após os 50

  • Histórico familiar: homens com parentes de primeiro grau com HPB têm maior risco

  • Fatores hormonais: alterações nos níveis de testosterona e di-hidrotestosterona (DHT)

  • Obesidade: o excesso de peso está associado a um maior risco de HPB

  • Diabetes e síndrome metabólica: podem aumentar o risco e a progressão da doença

Sintomas da Hiperplasia Prostática Benigna

Os sintomas da HPB são causados pela compressão da uretra e pelas alterações na bexiga que ocorrem para compensar a obstrução. Eles são divididos em três grupos principais:

Sintomas de Armazenamento

  • Aumento da frequência urinária: necessidade de urinar muitas vezes ao longo do dia

  • Urgência miccional: vontade súbita e inadiável de urinar

  • Noctúria: necessidade de levantar durante a noite para urinar (duas ou mais vezes)

  • Incontinência de urgência: perda involuntária de urina associada à urgência

Sintomas de Esvaziamento

  • Jato urinário fraco: diminuição da força e do calibre do jato de urina

  • Hesitação: dificuldade para iniciar a micção

  • Esforço miccional: necessidade de fazer força para urinar

  • Jato intermitente: interrupções durante a micção

Sintomas Pós-Miccionais

  • Gotejamento terminal: queda de gotas de urina após terminar de urinar

  • Sensação de esvaziamento incompleto: impressão de que ainda há urina na bexiga

É importante ressaltar que a intensidade dos sintomas não está necessariamente relacionada ao tamanho da próstata. Alguns homens com próstatas muito aumentadas podem ter poucos sintomas, enquanto outros com aumento moderado podem apresentar sintomas graves.

Complicações Possíveis

Quando não tratada adequadamente, a HPB pode levar a complicações sérias como:

  • Retenção urinária aguda: incapacidade súbita de urinar, exigindo cateterização de emergência

  • Infecções urinárias recorrentes: devido ao esvaziamento incompleto da bexiga

  • Cálculos vesicais: formação de pedras na bexiga

  • Hidronefrose: dilatação dos rins devido à obstrução prolongada

  • Insuficiência renal: em casos graves e prolongados

Diagnóstico da Hiperplasia Prostática Benigna pelo SUS

O diagnóstico da HPB pelo SUS segue um protocolo bem estabelecido, que inclui avaliação clínica e exames complementares. Todo esse processo é oferecido gratuitamente pelo sistema público de saúde.

Avaliação Clínica

O primeiro passo é a consulta médica, que pode ser inicialmente com o clínico geral na Unidade Básica de Saúde (UBS). Durante esta consulta, o médico irá:

  • Coletar o histórico médico completo

  • Avaliar os sintomas urinários

  • Aplicar o questionário I-PSS (Escore Internacional de Sintomas Prostáticos)

  • Realizar exame físico geral

Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (I-PSS)

O I-PSS é um questionário validado internacionalmente que avalia a gravidade dos sintomas prostáticos. Ele contém sete perguntas sobre sintomas urinários, com pontuação de 0 a 5 para cada resposta. A soma total classifica os sintomas em:

  • Leves: 0 a 7 pontos

  • Moderados: 8 a 19 pontos

  • Graves: 20 a 35 pontos

Este questionário é aplicado pelo médico durante a consulta e ajuda a determinar a gravidade da condição e monitorar a resposta ao tratamento.

Exame de Toque Retal

O toque retal é um exame fundamental que permite ao médico avaliar o tamanho, a consistência e a forma da próstata. Embora muitos homens sintam constrangimento, é um procedimento rápido, pouco doloroso e extremamente importante para o diagnóstico.

Exames Laboratoriais

O SUS oferece gratuitamente os seguintes exames laboratoriais para diagnóstico e acompanhamento da HPB:

  • PSA (Antígeno Prostático Específico): ajuda a diferenciar entre HPB e câncer de próstata

  • Creatinina sérica: avalia a função renal

  • Exame de urina: identifica possíveis infecções ou sangue na urina

  • Glicemia: para verificar diabetes, que pode agravar os sintomas urinários

Exames de Imagem

Quando necessário, o médico pode solicitar exames de imagem, também disponíveis pelo SUS:

  • Ultrassonografia da próstata: avalia o tamanho da próstata e o resíduo pós-miccional (quantidade de urina que permanece na bexiga após urinar)

  • Ultrassonografia do trato urinário: verifica os rins e a bexiga

Exames Urodinâmicos

Em casos mais complexos, podem ser solicitados:

  • Urofluxometria: mede a velocidade e o volume do fluxo urinário

  • Estudo urodinâmico completo: avalia detalhadamente o funcionamento da bexiga e da uretra

Tratamento Medicamentoso pelo SUS

O SUS disponibiliza gratuitamente os principais medicamentos para tratamento da HPB. A escolha do medicamento depende da gravidade dos sintomas, do tamanho da próstata e da presença de outras condições de saúde.

Alfa-Bloqueadores

O principal alfa-bloqueador disponível no SUS é a Doxazosina, que age relaxando os músculos da próstata e do colo da bexiga, facilitando a passagem da urina. Este medicamento:

  • Alivia rapidamente os sintomas (geralmente em 1 a 2 semanas)

  • Não reduz o tamanho da próstata

  • É fornecido nas doses de 2mg e 4mg

  • Pode ser retirado nas farmácias das UBS com receita médica

Os efeitos colaterais mais comuns incluem tontura, hipotensão postural (queda de pressão ao levantar-se) e cansaço. Geralmente são mais intensos no início do tratamento e tendem a diminuir com o tempo.

Inibidores da 5-alfa-redutase

A Finasterida é o inibidor da 5-alfa-redutase disponível no SUS. Este medicamento:

  • Reduz o tamanho da próstata em cerca de 20-30%

  • Demora mais tempo para fazer efeito (3 a 6 meses)

  • É mais eficaz em próstatas maiores (acima de 40g)

  • Reduz o risco de retenção urinária e necessidade de cirurgia

  • É fornecido na dose de 5mg

Os efeitos colaterais podem incluir diminuição da libido, disfunção erétil e, raramente, ginecomastia (aumento das mamas). É importante destacar que a finasterida reduz o valor do PSA em aproximadamente 50%, o que deve ser considerado no acompanhamento.

Terapia Combinada

Em alguns casos, o médico pode prescrever a combinação de Doxazosina e Finasterida, especialmente para pacientes com próstatas grandes e sintomas moderados a graves. Esta combinação:

  • Proporciona alívio rápido dos sintomas (pelo alfa-bloqueador)

  • Oferece benefícios a longo prazo (pela redução do tamanho da próstata)

  • Reduz mais efetivamente o risco de progressão da doença

Ambos os medicamentos estão disponíveis gratuitamente pelo SUS e podem ser retirados nas farmácias das unidades básicas de saúde com receita médica.

Tratamento Cirúrgico pelo SUS

Quando o tratamento medicamentoso não é suficiente ou quando surgem complicações, a cirurgia pode ser necessária. O SUS oferece diferentes procedimentos cirúrgicos para tratamento da HPB.

Indicações para Cirurgia

As principais indicações para intervenção cirúrgica incluem:

  • Retenção urinária recorrente

  • Infecções urinárias de repetição

  • Cálculos vesicais

  • Hematúria (sangue na urina) recorrente

  • Insuficiência renal causada pela obstrução

  • Sintomas graves que não respondem ao tratamento medicamentoso

Tipos de Procedimentos Disponíveis no SUS

Ressecção Transuretral da Próstata (RTU)

Este é o procedimento cirúrgico mais comum para HPB no SUS. Durante a RTU:

  • Um instrumento chamado ressectoscópio é inserido pela uretra

  • O tecido prostático que obstrui a passagem da urina é removido

  • Não há cortes externos

  • A hospitalização dura geralmente de 2 a 3 dias

  • É indicada para próstatas de tamanho pequeno a médio (até 80g)

Prostatectomia Aberta

Para próstatas muito grandes (acima de 80-100g), o SUS oferece a prostatectomia aberta, que:

  • Requer uma incisão no abdômen inferior

  • Permite a remoção de maior quantidade de tecido prostático

  • Necessita de hospitalização mais prolongada (5 a 7 dias)

  • Tem período de recuperação mais longo

Técnicas Minimamente Invasivas

Em alguns hospitais de referência do SUS, podem estar disponíveis técnicas mais modernas como:

  • Vaporização fotosseletiva da próstata (laser verde)

  • Enucleação da próstata com laser de holmium (HoLEP)

A disponibilidade destas técnicas varia conforme a região e a estrutura do hospital.

Tempo de Espera para Cirurgia

O tempo de espera para cirurgia de próstata pelo SUS varia conforme a região do país e a gravidade do caso. Em média, pode variar de:

  • 3 a 6 meses para casos regulares

  • Algumas semanas para casos urgentes (como retenção urinária recorrente)

Pacientes com complicações graves recebem prioridade na fila de espera.

Passo a Passo para Conseguir Tratamento pelo SUS

Seguir o fluxo correto de atendimento é fundamental para conseguir diagnóstico e tratamento eficientes pelo SUS. Veja como proceder:

1. Primeiro Atendimento na UBS

O primeiro passo é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência. Leve os seguintes documentos:

  • Documento de identidade com foto

  • CPF

  • Cartão do SUS (pode ser feito na hora se você ainda não tiver)

  • Comprovante de residência

Na UBS, você passará por uma consulta com o clínico geral, que fará uma avaliação inicial dos seus sintomas.

2. Encaminhamento para o Urologista

Após a avaliação inicial, o clínico geral fará um encaminhamento para consulta com urologista. Este encaminhamento será registrado no sistema de regulação do SUS.

Você receberá uma guia de encaminhamento com um número de protocolo, que permitirá acompanhar o agendamento da consulta especializada.

3. Consulta com o Urologista

Na consulta com o urologista, será realizada uma avaliação mais detalhada, incluindo:

  • Exame físico completo

  • Toque retal

  • Aplicação do questionário I-PSS

  • Solicitação de exames complementares

4. Realização de Exames

Com as solicitações em mãos, você deve agendar os exames nas unidades de referência do SUS. Os principais exames incluem:

  • PSA (Antígeno Prostático Específico)

  • Ultrassonografia da próstata

  • Exames de sangue e urina

O agendamento pode ser feito diretamente na UBS ou em centrais de regulação, dependendo da organização do SUS na sua região.

5. Retorno ao Urologista com os Resultados

Após realizar todos os exames, retorne ao urologista com os resultados. Com base neles, o médico irá:

  • Confirmar o diagnóstico de HPB

  • Avaliar a gravidade da condição

  • Definir o plano de tratamento mais adequado

6. Obtenção dos Medicamentos

Se o tratamento indicado for medicamentoso, você receberá uma receita médica. Com ela, você pode retirar os medicamentos gratuitamente:

  • Doxazosina e Finasterida: disponíveis nas farmácias das UBS

  • Em alguns casos, pode ser necessário cadastro no programa de medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica

7. Encaminhamento para Cirurgia (se necessário)

Se a cirurgia for indicada, o urologista fará o encaminhamento para o procedimento. Você será incluído na lista de espera e, quando chegar sua vez, será contatado para:

  • Realizar exames pré-operatórios

  • Receber orientações sobre a internação

  • Agendar a data da cirurgia

8. Acompanhamento Pós-Tratamento

Após iniciar o tratamento medicamentoso ou realizar a cirurgia, é fundamental manter o acompanhamento regular com o urologista para:

  • Avaliar a eficácia do tratamento

  • Monitorar possíveis efeitos colaterais

  • Ajustar doses ou medicamentos, se necessário

  • Realizar exames de controle periódicos

Medicamentos de Alto Custo para HPB

Além dos medicamentos disponíveis nas farmácias básicas, alguns pacientes podem necessitar de medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (antiga farmácia de alto custo).

Medicamentos Disponíveis

Os principais medicamentos para HPB disponíveis pelo SUS são:

  • Doxazosina: disponível nas doses de 2mg e 4mg

  • Finasterida: disponível na dose de 5mg

Em alguns casos específicos, outros medicamentos podem ser fornecidos mediante protocolos especiais.

Como Solicitar

Para solicitar medicamentos do Componente Especializado, você precisará:

  • Receita médica atualizada (validade de 30 dias)

  • Laudo de Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamento (LME), preenchido pelo médico

  • Cópia dos documentos pessoais (RG, CPF, cartão SUS)

  • Cópia do comprovante de residência

  • Resultados de exames que comprovem a necessidade do medicamento

A documentação deve ser entregue na farmácia do Componente Especializado da sua região.

Renovação das Receitas

A renovação das receitas deve ser feita:

  • A cada 3 meses para medicamentos do Componente Especializado

  • Mensalmente ou a cada 2-3 meses para medicamentos da farmácia básica (dependendo da prescrição médica)

É importante não deixar para renovar a receita no último momento, evitando assim a interrupção do tratamento.

Medidas Não Medicamentosas

Além do tratamento medicamentoso e cirúrgico, algumas medidas não medicamentosas podem ajudar a controlar os sintomas da HPB:

Mudanças no Estilo de Vida

  • Controle da ingestão de líquidos: evitar grandes volumes de líquidos de uma só vez, especialmente antes de dormir

  • Redução do consumo de álcool e cafeína: estas substâncias têm efeito diurético e irritante para a bexiga

  • Manutenção de peso saudável: a obesidade está associada a piores sintomas de HPB

  • Prática regular de atividade física: ajuda a reduzir os sintomas e melhora a saúde geral

Técnicas de Micção

  • Micção programada: urinar em intervalos regulares, antes que a bexiga fique muito cheia

  • Dupla micção: após urinar, aguardar alguns segundos e tentar urinar novamente para esvaziar completamente a bexiga

  • Relaxamento durante a micção: evitar fazer força e permitir que a bexiga se esvazie naturalmente

Exercícios para o Assoalho Pélvico

Os exercícios de Kegel podem ajudar a fortalecer os músculos do assoalho pélvico, melhorando o controle urinário. O SUS oferece orientação sobre estes exercícios através de fisioterapeutas nas unidades de reabilitação.

Direitos do Paciente com HPB

Pacientes com hiperplasia prostática benigna têm direitos garantidos pelo Sistema Único de Saúde:

Direito ao Diagnóstico e Tratamento

  • Consultas com especialistas (urologistas)

  • Exames diagnósticos necessários

  • Medicamentos essenciais para o tratamento

  • Procedimentos cirúrgicos quando indicados

Direito à Informação

  • Explicações claras sobre a condição

  • Informações sobre as opções de tratamento

  • Acesso aos resultados de exames

  • Orientações sobre autocuidado

Em Caso de Negativa de Atendimento

Se você enfrentar dificuldades para acessar o tratamento para HPB pelo SUS, pode recorrer a:

  • Ouvidoria do SUS: pelo telefone 136 ou pelo site do Ministério da Saúde

  • Secretaria Municipal de Saúde: para problemas locais de acesso

  • Defensoria Pública: para casos de negativa de medicamentos ou procedimentos

  • Ministério Público: quando houver violação do direito à saúde

Histórias Reais: Experiências com Tratamento pelo SUS

Carlos, 67 anos, aposentado de São Paulo, compartilha sua experiência: "Comecei a ter problemas para urinar há cerca de dois anos. Acordava várias vezes durante a noite e o jato estava muito fraco. Procurei a UBS do meu bairro e fui encaminhado para o urologista. Após os exames, foi diagnosticada HPB. Comecei o tratamento com Doxazosina, que retiro gratuitamente na farmácia do posto. Em três semanas, já senti uma grande melhora. Agora durmo muito melhor e quase não tenho mais aquela urgência para ir ao banheiro."

José, 72 anos, de Belo Horizonte, teve uma experiência diferente: "No meu caso, os medicamentos não foram suficientes. Após um ano de tratamento, tive um episódio de retenção urinária e precisei ir ao pronto-socorro. O urologista indicou cirurgia. Fiquei na fila de espera por quatro meses e fiz a RTU. A recuperação foi tranquila e hoje estou muito bem, sem precisar de medicamentos. Todo o processo foi pelo SUS, desde os exames até a cirurgia e o acompanhamento pós-operatório."

Antônio, 65 anos, do Rio de Janeiro, destaca a importância do acompanhamento regular: "Faço acompanhamento a cada seis meses com o urologista do SUS. Tomo Finasterida há três anos e minha próstata diminuiu de tamanho, conforme mostram os exames de ultrassom. O segredo é não abandonar o tratamento e seguir todas as orientações médicas."

Perguntas Frequentes sobre HPB e SUS

A hiperplasia prostática benigna pode se transformar em câncer?

Não. A HPB e o câncer de próstata são doenças diferentes. A HPB é um crescimento benigno que não se transforma em câncer. No entanto, é possível que um homem tenha as duas condições simultaneamente, por isso a importância do acompanhamento médico regular.

Quanto tempo leva para conseguir consulta com urologista pelo SUS?

O tempo de espera para consulta com urologista pelo SUS varia conforme a região e a demanda local. Geralmente, após o encaminhamento da Unidade Básica de Saúde, o prazo pode variar de 1 a 6 meses. Em casos de sintomas graves, como retenção urinária, o atendimento pode ser priorizado.

Todos os medicamentos para HPB estão disponíveis no SUS?

O SUS disponibiliza gratuitamente os principais medicamentos para tratamento da HPB, como a Doxazosina (alfa-bloqueador) e a Finasterida (inibidor da 5-alfa-redutase). Estes medicamentos estão na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e são distribuídos nas farmácias das unidades básicas de saúde ou nas farmácias de alto custo, dependendo do medicamento.

É possível evitar a cirurgia com tratamento medicamentoso?

Sim, em muitos casos. O tratamento medicamentoso pode controlar eficazmente os sintomas da HPB e, em alguns pacientes, até reduzir o tamanho da próstata, evitando a necessidade de cirurgia. No entanto, quando há complicações como retenção urinária recorrente, infecções urinárias frequentes, cálculos na bexiga ou insuficiência renal, a cirurgia pode ser necessária mesmo com o uso de medicamentos.

Como funciona a renovação de receitas de medicamentos?

Para medicamentos da farmácia básica (como Doxazosina e Finasterida), a renovação geralmente é feita a cada 1-3 meses, dependendo da prescrição médica. Você pode solicitar a renovação na própria UBS, muitas vezes sem necessidade de nova consulta médica, apenas apresentando a receita anterior. Para medicamentos do Componente Especializado, a renovação é trimestral e requer o preenchimento de formulários específicos pelo médico.

O que fazer se o medicamento prescrito não estiver disponível?

Se o medicamento não estiver disponível na farmácia da UBS, você pode:

  • Verificar em outras unidades de saúde da região

  • Solicitar ao farmacêutico informações sobre previsão de reabastecimento

  • Retornar ao médico para avaliar alternativas temporárias

  • Em último caso, registrar reclamação na ouvidoria do SUS

Quais exames preciso fazer regularmente para acompanhamento?

O acompanhamento regular da HPB geralmente inclui:

  • PSA anual (para monitorar a próstata e descartar câncer)

  • Exame de urina periódico

  • Avaliação da função renal (creatinina)

  • Ultrassonografia da próstata a cada 1-2 anos ou conforme orientação médica

Quando devo procurar atendimento de emergência?

Procure atendimento de emergência imediatamente se apresentar:

  • Retenção urinária aguda (incapacidade de urinar)

  • Dor intensa ao urinar acompanhada de febre

  • Sangue na urina em quantidade significativa

  • Dor na região lombar com febre (possível infecção renal)

Conclusão

A hiperplasia prostática benigna é uma condição extremamente comum entre homens acima dos 50 anos, mas que pode ser efetivamente tratada pelo Sistema Único de Saúde. O SUS oferece todo o suporte necessário, desde o diagnóstico até o tratamento medicamentoso e cirúrgico.

É fundamental buscar atendimento médico aos primeiros sinais de problemas urinários, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem prevenir complicações graves e melhorar significativamente a qualidade de vida.

Lembre-se de que o tratamento da HPB é um direito garantido pelo SUS. Siga corretamente o fluxo de atendimento, mantenha a regularidade nas consultas de acompanhamento e não interrompa o uso dos medicamentos sem orientação médica.

Com o tratamento adequado, é possível controlar os sintomas da HPB e levar uma vida normal, sem que os problemas urinários interfiram nas atividades diárias e no sono.

Artigos Relacionados