Trombose Venosa Profunda (TVP) no SUS: Tratamento Gratuito e Dicas de Prevenção

Saiba o que é TVP, como o SUS diagnostica e trata com anticoagulantes gratuitos (Varfarina, Heparina) e como prevenir a trombose.

5/25/202513 min read

Trombose Venosa Profunda (TVP): Tratamento e Prevenção pelo SUS

Você já ouviu falar em Trombose Venosa Profunda, ou simplesmente TVP? É um problema sério que envolve a formação de coágulos no sangue, geralmente nas pernas, e que pode levar a complicações graves como a embolia pulmonar. A boa notícia é que o SUS oferece diagnóstico, tratamento e medidas de prevenção para a TVP.

Neste guia completo do Viva o SUS, vamos explicar de forma simples o que é a TVP, quem corre mais risco, quais os sintomas para ficar atento, como o SUS faz o diagnóstico e, principalmente, como funciona o tratamento gratuito com medicamentos anticoagulantes. Além disso, daremos dicas importantes de prevenção. Continue lendo para saber como se cuidar e como acessar os serviços do SUS!

O que é Trombose Venosa Profunda (TVP)?

A Trombose Venosa Profunda (TVP) acontece quando um coágulo de sangue (chamado trombo) se forma dentro de uma veia profunda do corpo. As veias profundas são aquelas maiores, que ficam no meio dos músculos.

Na maioria das vezes, a TVP ocorre nas veias das pernas, como na panturrilha ("batata da perna") ou na coxa. O grande perigo é que um pedaço desse coágulo pode se soltar e viajar pela corrente sanguínea.

Se esse coágulo chegar aos pulmões, ele pode bloquear uma artéria pulmonar, causando a chamada Embolia Pulmonar (EP). A embolia pulmonar é uma emergência médica muito grave e que pode ser fatal. Por isso, diagnosticar e tratar a TVP rapidamente é tão importante.

Quando falamos em Tromboembolismo Venoso (TEV), estamos nos referindo tanto à TVP quanto à EP.

Quem Tem Mais Risco de Desenvolver TVP? (Fatores de Risco)

Qualquer pessoa pode ter TVP, mas algumas situações aumentam bastante o risco. Conhecer esses fatores é o primeiro passo para a prevenção:

  • Ficar muito tempo parado (imobilidade): Viagens longas de avião ou ônibus (mais de 4 horas), ficar muito tempo de cama após uma cirurgia ou doença, usar gesso ou tala que imobilize a perna.

  • Cirurgias recentes: Especialmente cirurgias grandes nas pernas (ortopédicas, como prótese de quadril ou joelho), no abdômen, na pelve ou cirurgias para tratar câncer.

  • Traumas e lesões: Fraturas nas pernas ou bacia, lesões musculares graves que causem inchaço e imobilidade.

  • Câncer: Ter câncer ativo ou estar em tratamento (como quimioterapia) aumenta muito o risco de coágulos.

  • Gravidez e período pós-parto: As alterações hormonais e a pressão do útero sobre as veias aumentam o risco.

  • Uso de hormônios: Pílulas anticoncepcionais combinadas (estrogênio e progesterona) e terapia de reposição hormonal na menopausa.

  • Trombofilias: São condições do sangue, muitas vezes hereditárias, que fazem a pessoa ter uma tendência maior a formar coágulos.

  • Idade: O risco aumenta significativamente após os 60 anos.

  • Obesidade: O excesso de peso sobrecarrega as veias.

  • Tabagismo (fumar): O cigarro prejudica a circulação e aumenta a coagulação.

  • Varizes muito grossas: Podem indicar problemas na circulação venosa.

  • Doenças crônicas: Insuficiência cardíaca, doenças pulmonares graves, doenças inflamatórias intestinais.

  • Ter tido TVP ou Embolia Pulmonar antes: Quem já teve um episódio tem maior risco de ter novamente.

Importante: Ter um ou mais desses fatores não é garantia de que você terá TVP, mas acende um sinal de alerta. É fundamental conversar com seu médico sobre seus riscos individuais, principalmente se você for passar por uma cirurgia, fizer uma viagem longa ou estiver grávida.

Sintomas da TVP: Fique Atento aos Sinais!

É muito importante saber reconhecer os possíveis sinais da TVP. Geralmente, os sintomas aparecem em apenas uma das pernas (é raro acontecer nas duas ao mesmo tempo). Fique atento se você notar:

  • Inchaço (edema): A perna, tornozelo ou pé ficam visivelmente mais inchados que o normal.

  • Dor: Principalmente na panturrilha ou na coxa. A dor pode ser tipo cãibra, peso ou sensibilidade, e geralmente piora ao ficar de pé ou caminhar.

  • Sensação de peso ou cansaço na perna afetada.

  • Calor na pele: A área afetada pode ficar mais quente que o resto do corpo.

  • Vermelhidão ou mudança de cor: A pele da perna pode ficar avermelhada ou até arroxeada.

  • Veias mais visíveis: As veias superficiais da perna podem parecer mais cheias ou dilatadas.

Às vezes, a TVP pode não dar sintoma nenhum ou os sintomas serem muito leves. Por isso, se você tem fatores de risco e notar qualquer um desses sinais, mesmo que discretos, procure um médico para avaliação.

Sinais de Alerta para Embolia Pulmonar (EP): Atenção máxima! Se, além dos sintomas na perna (ou mesmo sem eles), você sentir subitamente: falta de ar intensa, dor forte no peito (que piora ao respirar fundo ou tossir), tosse (às vezes com sangue), tontura, sensação de desmaio, ou coração acelerado, isso pode ser uma Embolia Pulmonar! É uma emergência gravíssima. Não espere! Procure imediatamente uma UPA, pronto-socorro ou chame o SAMU (192).

Diagnóstico da TVP pelo SUS: Como Confirmar

Se você procurar um serviço de saúde do SUS com suspeita de TVP, o médico fará uma avaliação completa, perguntando sobre seus sintomas, histórico de saúde e fatores de risco.

Exames Utilizados no SUS:

Para confirmar ou descartar a TVP, o SUS utiliza principalmente:

  • Avaliação Clínica e Escores de Probabilidade: O médico examina sua perna e usa critérios objetivos (como o Escore de Wells) que ajudam a calcular a probabilidade de você realmente estar com TVP (baixa, moderada ou alta).

  • Dímero-D: É um exame de sangue simples. Se o resultado for negativo e a sua probabilidade clínica for baixa, é muito improvável que você tenha TVP, e outros exames podem não ser necessários. Se o Dímero-D for positivo, ele não confirma a TVP (pode estar alterado por outras razões), mas indica a necessidade de um exame de imagem.

  • Ultrassonografia Vascular com Doppler Colorido (Eco Doppler Venoso): Este é o principal exame e o mais importante para diagnosticar a TVP. É um ultrassom especial que permite ao médico visualizar as veias profundas das pernas, o fluxo de sangue dentro delas e identificar a presença de coágulos. É um exame indolor, não invasivo e disponível na rede SUS (embora possa haver fila de espera em alguns locais).

  • Outros exames (menos comuns para TVP): Em casos mais complexos, ou se houver suspeita de coágulos em veias do abdômen ou pelve, ou para investigar Embolia Pulmonar, o médico pode solicitar Flebografia (raio-X com contraste nas veias), Angiotomografia ou Angiorressonância.

Fluxo para Diagnóstico no SUS:

  1. Você procura a UBS ou um serviço de urgência (UPA, Pronto-Socorro) com sintomas suspeitos.

  2. O médico avalia seu caso, calcula a probabilidade clínica e, se indicado, solicita o exame de sangue Dímero-D.

  3. Se a suspeita for alta ou o Dímero-D vier positivo, você será encaminhado (muitas vezes com prioridade/urgência) para realizar a Ultrassonografia com Doppler Venoso, via Central de Regulação.

  4. O resultado do Doppler confirmará ou descartará o diagnóstico de TVP, permitindo iniciar o tratamento correto.

Tratamento da TVP pelo SUS: Impedindo Complicações

O tratamento da TVP tem alguns objetivos principais:

  1. Impedir que o coágulo cresça mais.

  2. Prevenir a complicação mais temida: a Embolia Pulmonar (EP).

  3. Reduzir o risco de a TVP voltar (recorrência).

  4. Prevenir ou diminuir as sequelas na perna a longo prazo (a chamada síndrome pós-trombótica, que causa inchaço, dor e alterações na pele).

A base do tratamento é o uso de medicamentos anticoagulantes, popularmente conhecidos como "remédios para afinar o sangue". Eles não dissolvem o coágulo que já existe, mas impedem que ele aumente e que novos coágulos se formem, dando tempo para o próprio corpo dissolver o trombo aos poucos.

Anticoagulantes Disponíveis Gratuitamente no SUS:

O SUS garante o acesso gratuito aos anticoagulantes necessários para o tratamento padrão da TVP:

  • Heparinas (geralmente usadas no início do tratamento):

    • Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM), como a Enoxaparina: É aplicada através de injeções na pele (subcutânea), geralmente na barriga. É muito eficaz e segura, sendo a opção inicial preferida em muitos casos. Pode até ser usada em casa, após orientação médica. O SUS fornece a Enoxaparina através do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (medicamentos de "alto custo") para algumas situações (como gestantes com trombofilia) ou diretamente nos hospitais.

    • Heparina Não Fracionada (HNF): É administrada na veia (intravenosa) e exige controle mais rigoroso, sendo usada geralmente apenas dentro do hospital para casos mais graves.

  • Antagonistas da Vitamina K (AVK - para tratamento prolongado):

    • Varfarina (nomes comerciais comuns: Marevan®, Coumadin®): Este é o anticoagulante em comprimido mais utilizado no SUS para o tratamento de manutenção da TVP (após os primeiros dias com heparina). É um medicamento eficaz e de baixo custo, disponível gratuitamente na Farmácia Básica (RENAME) em qualquer posto de saúde.

    • Atenção com a Varfarina: Ela exige um controle rigoroso e regular através de um exame de sangue chamado INR (ou Tempo de Protrombina). Esse exame mede o quão "fino" está o sangue. É fundamental manter o INR dentro da faixa ideal definida pelo médico (geralmente entre 2,0 e 3,0 para TVP). Se o INR estiver baixo, o risco de trombose aumenta; se estiver alto, o risco de sangramento aumenta. Por isso, quem usa Varfarina precisa fazer o exame de INR periodicamente (no início mais frequente, depois pode espaçar) e ajustar a dose do remédio conforme orientação médica.

  • Novos Anticoagulantes Orais (DOACs): Medicamentos como Rivaroxabana (Xarelto®), Apixabana (Eliquis®), Dabigatrana (Pradaxa®) são mais modernos, têm dose fixa e não precisam de controle de INR. No entanto, eles NÃO fazem parte da lista padrão de medicamentos fornecidos pelo SUS para tratamento de TVP na atenção básica ou especializada. O acesso a eles pelo SUS é restrito a protocolos muito específicos ou, mais comumente, através de ação judicial. A Varfarina continua sendo o tratamento oral padrão e gratuito oferecido pelo SUS.

Duração do Tratamento:

O tempo de uso do anticoagulante varia bastante. Na maioria dos casos de primeira TVP causada por um fator de risco temporário (como cirurgia ou imobilidade), o tratamento dura de 3 a 6 meses.

Porém, se a TVP ocorreu sem um motivo claro, se houve Embolia Pulmonar grave, se você já teve TVP antes, ou se tem um fator de risco permanente (como trombofilia ou câncer), o médico pode indicar o tratamento por tempo mais longo, às vezes por toda a vida, para prevenir novas tromboses.

Outras Medidas Terapêuticas:

  • Meias de Compressão Elástica: O médico pode recomendar o uso de meias elásticas de compressão graduada. Elas ajudam a diminuir o inchaço e a dor na fase aguda e podem reduzir o risco de desenvolver a síndrome pós-trombótica a longo prazo. O SUS geralmente não fornece as meias, mas o médico orienta sobre o tipo e como usar.

  • Repouso e Elevação: Nos primeiros dias, elevar a perna afetada quando sentado ou deitado e fazer repouso relativo (evitar ficar muito tempo em pé ou parado) ajuda a aliviar a dor e o inchaço.

  • Caminhar (Deambulação Precoce): Assim que a dor permitir e o médico liberar (geralmente após iniciar a anticoagulação), é importante começar a caminhar. O movimento ajuda a circulação e a recuperação.

  • Filtro de Veia Cava: É um pequeno dispositivo metálico implantado na maior veia do abdômen (veia cava) para "filtrar" o sangue e impedir que coágulos grandes das pernas cheguem aos pulmões. É usado muito raramente, apenas em situações especiais onde o paciente não pode usar anticoagulantes ou teve EP mesmo com o tratamento correto.

A maioria dos casos de TVP pode ser tratada em casa (tratamento ambulatorial), com acompanhamento médico regular. A internação hospitalar pode ser necessária se a TVP for muito extensa, se houver Embolia Pulmonar associada, se o risco de sangramento for alto, ou se o paciente tiver dificuldade para seguir o tratamento ou acessar os medicamentos e exames de controle.

Prevenção da TVP no SUS: Evitando o Problema

Melhor do que tratar a TVP é evitar que ela aconteça! A prevenção é especialmente importante para pessoas que têm fatores de risco conhecidos.

Medidas Gerais de Prevenção (para todos):

  • Movimente-se! Evite ficar sentado ou deitado por períodos muito longos. Se trabalha sentado, levante-se e caminhe um pouco a cada hora. Se estiver acamado, movimente os pés e tornozelos frequentemente (para cima e para baixo, em círculos).

  • Em viagens longas (avião, ônibus, carro): Levante-se e caminhe pelo corredor a cada 1 ou 2 horas. Se não puder levantar, faça exercícios com os pés e panturrilhas (movimentar os tornozelos, contrair a batata da perna). Beba bastante água.

  • Hidrate-se bem: Beber bastante líquido ajuda a manter o sangue mais fluido.

  • Não fume: O tabagismo é um grande inimigo da circulação. Parar de fumar reduz o risco de TVP e muitas outras doenças. Procure ajuda na sua UBS, o SUS tem programas gratuitos para parar de fumar!

  • Controle o peso: Manter um peso saudável diminui a pressão sobre as veias.

  • Faça atividade física regularmente: Caminhar, nadar, andar de bicicleta... qualquer atividade que movimente as pernas ajuda a circulação.

  • Meias de compressão: Se você tem varizes ou vai fazer uma viagem longa, converse com seu médico sobre o uso de meias elásticas de compressão.

Profilaxia (Prevenção) Medicamentosa no SUS:

Em situações onde o risco de TVP é muito alto, o médico pode indicar o uso de medicamentos anticoagulantes em doses menores, apenas para prevenir a formação de coágulos. Isso é chamado de profilaxia.

O SUS oferece essa profilaxia gratuitamente em situações bem definidas:

  • Pacientes que farão cirurgias de alto risco para TVP: Como cirurgias ortopédicas grandes (prótese de quadril/joelho), cirurgias abdominais/pélvicas longas ou por câncer. Nesses casos, é comum o uso de injeções de Heparina de Baixo Peso Molecular (Enoxaparina) antes e/ou após a cirurgia, durante a internação e às vezes até por algumas semanas em casa.

  • Pacientes internados com doenças clínicas graves e mobilidade reduzida: Pessoas internadas por problemas como insuficiência cardíaca, infecções graves, doenças pulmonares, que ficam muito tempo na cama, também podem receber profilaxia com anticoagulantes.

  • Gestantes com alto risco: Mulheres grávidas que já tiveram TVP/EP antes, ou que têm trombofilias conhecidas, podem precisar usar Enoxaparina durante toda a gravidez e no pós-parto para prevenir trombose. O SUS tem um protocolo específico (PCDT) para esses casos, e fornece o medicamento via Componente Especializado.

Converse com seu Médico sobre Prevenção: Se você se encaixa em alguma dessas situações de risco (cirurgia programada, internação, gravidez de risco, histórico de TVP), não hesite em perguntar ao seu médico quais medidas preventivas são indicadas para você e como acessá-las pelo SUS.

Como Acessar Tratamento e Prevenção da TVP pelo SUS

O caminho no SUS geralmente segue estes passos:

  1. Suspeita de TVP: Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou, se os sintomas forem intensos ou houver sinais de alerta para EP, vá direto a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou pronto-socorro.

  2. Diagnóstico: O médico fará a avaliação inicial e solicitará os exames necessários (Dímero-D, Ultrassom Doppler), que serão agendados pela Central de Regulação do SUS.

  3. Início do Tratamento: Com o diagnóstico confirmado, o tratamento com anticoagulantes (geralmente começando com Heparina e depois passando para Varfarina) será iniciado. Isso pode ocorrer no próprio hospital/UPA ou em acompanhamento ambulatorial (consultório).

  4. Acompanhamento Médico: Você terá consultas regulares com o médico (clínico geral, angiologista/cirurgião vascular ou hematologista, dependendo da organização local) para monitorar sua resposta ao tratamento, ajustar a dose da Varfarina (com base no exame de INR) e definir por quanto tempo você precisará tomar o anticoagulante.

  5. Retirada dos Medicamentos: A Varfarina é retirada gratuitamente na farmácia da sua UBS ou outra farmácia da rede pública, com a receita médica. A Enoxaparina (se indicada para uso em casa ou na gestação) precisa ser solicitada através de um processo específico do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Alto Custo) na Secretaria de Saúde, com laudo e receita do médico especialista. Durante a internação, os medicamentos são fornecidos pelo hospital.

  6. Prevenção (Profilaxia): Se você precisar de prevenção medicamentosa (antes de cirurgia, durante internação ou gestação de risco), o médico responsável pelo seu cuidado (cirurgião, clínico do hospital, obstetra) prescreverá o anticoagulante profilático, que será fornecido pelo hospital ou através do Componente Especializado, conforme o caso.

Direitos do Paciente com TVP no SUS

Como paciente do SUS, você tem direitos importantes relacionados à TVP:

  • Direito a uma avaliação médica adequada e acesso rápido aos exames diagnósticos necessários (como o Ultrassom Doppler).

  • Direito ao tratamento completo e gratuito com os medicamentos anticoagulantes padronizados pelo SUS (Heparinas e Varfarina).

  • Direito ao monitoramento regular do tratamento, incluindo o exame de sangue INR para quem usa Varfarina.

  • Direito a receber a profilaxia (prevenção medicamentosa) quando indicada segundo os protocolos do Ministério da Saúde (em cirurgias, internações ou gestações de risco).

  • Direito a atendimento de emergência imediato e tratamento adequado em caso de suspeita de Embolia Pulmonar.

  • Possibilidade de solicitar benefícios do INSS, como auxílio-doença, caso a TVP ou suas complicações te deixem temporariamente incapaz para o trabalho.

Perguntas Frequentes sobre TVP e Tratamento pelo SUS

TVP é a mesma coisa que varizes?

Não. Varizes são veias superficiais (logo abaixo da pele) que ficam dilatadas e tortuosas. A TVP é a formação de um coágulo dentro de uma veia profunda (no meio dos músculos). Ter varizes pode ser um fator de risco para TVP, mas são problemas diferentes.

Preciso ficar de repouso absoluto se tiver TVP?

Antigamente se recomendava repouso total, mas hoje a orientação mudou na maioria dos casos. Geralmente, o médico recomenda um repouso relativo nos primeiros dias (evitar esforço, elevar a perna), mas incentiva a começar a caminhar assim que a dor melhora e a anticoagulação é iniciada, pois o movimento ajuda a circulação.

Posso fazer atividade física tomando anticoagulante?

Sim, e geralmente é recomendado manter-se ativo. No entanto, como o sangue está mais "fino", é preciso ter mais cuidado para evitar quedas e traumas que possam causar sangramentos. Atividades de alto impacto ou com risco de lesão devem ser discutidas com seu médico.

O tratamento da TVP pelo SUS é demorado?

O tratamento com anticoagulantes dura, no mínimo, 3 meses, podendo ser mais longo. O acesso ao diagnóstico (exames) e ao início do tratamento deve ser o mais rápido possível, pela gravidade da condição. O acompanhamento e o controle do INR (para Varfarina) exigem disciplina do paciente e consultas regulares.

TVP no SUS - Prevenção e Tratamento Acessíveis

A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma condição séria, mas que pode ser prevenida com medidas simples no dia a dia e tratada de forma eficaz pelo SUS. Conhecer seus fatores de risco, ficar atento aos sintomas (principalmente inchaço e dor em uma das pernas) e procurar ajuda médica rapidamente são passos fundamentais.

Lembre-se que o SUS oferece gratuitamente o diagnóstico com exames como o Doppler, o tratamento padrão com anticoagulantes (Varfarina e Heparinas) e também a prevenção medicamentosa em situações de alto risco. Siga corretamente as orientações do seu médico, tome os medicamentos conforme prescrito, faça o controle do INR se usar Varfarina, e adote um estilo de vida saudável para proteger sua circulação.

Não hesite em tirar suas dúvidas com a equipe de saúde da sua UBS. Cuidar da saúde das suas veias é cuidar da sua vida!

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Referências

Ministério da Saúde. Portal Gov.br. Trombose.

Ministério da Saúde. CONITEC. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção de Tromboembolismo Venoso em Gestantes com Trombofilia.

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Diretrizes sobre Tromboembolismo Venoso.

Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME).