TDAH Infantil: Como Conseguir Diagnóstico e Tratamento Gratuito pelo SUS
Saiba como funciona o diagnóstico e tratamento do TDAH na infância pelo SUS, desde os primeiros sinais até o acesso a medicamentos e terapias gratuitas.
6/14/202512 min read


TDAH na Infância: Diagnóstico e Tratamento pelo SUS
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos neurobiológicos mais comuns na infância, afetando cerca de 5% das crianças em idade escolar no Brasil. Quando não diagnosticado e tratado adequadamente, pode comprometer significativamente o desenvolvimento, o aprendizado e as relações sociais da criança.
A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento gratuitos para crianças com TDAH. Em 2022, o Ministério da Saúde aprovou um protocolo clínico específico para o transtorno, garantindo diretrizes nacionais para seu manejo.
Neste artigo, você vai descobrir como identificar os sinais de TDAH em crianças, o passo a passo para conseguir diagnóstico e tratamento pelo SUS, quais medicamentos e terapias estão disponíveis gratuitamente e como ajudar seu filho a ter uma melhor qualidade de vida.
O que é TDAH e Como se Manifesta na Infância
O TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, caracterizado por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. Ele não é resultado de má educação, preguiça ou falta de disciplina, como muitos ainda acreditam erroneamente.
Principais sintomas do TDAH em crianças
Os sintomas do TDAH geralmente se manifestam antes dos 12 anos de idade e podem ser divididos em três grupos principais:
Sintomas de desatenção:
Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas
Erros por descuido nos trabalhos escolares e outras atividades
Parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente
Dificuldade em seguir instruções e concluir tarefas
Esquecimento frequente de material escolar, recados e compromissos
Distrai-se facilmente com estímulos externos ou com os próprios pensamentos
Evita ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental prolongado
Perde objetos necessários para tarefas ou atividades
Sintomas de hiperatividade:
Agitação constante, mexendo mãos e pés ou se remexendo na cadeira
Dificuldade em permanecer sentado quando isso é esperado
Corre ou escala em situações inapropriadas
Dificuldade em brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer
Parece estar "a todo vapor" ou "ligado como um motor"
Fala excessivamente
Sintomas de impulsividade:
Responde antes que a pergunta seja concluída
Dificuldade em esperar sua vez
Interrompe ou se intromete nas conversas ou brincadeiras dos outros
Age sem pensar nas consequências
É importante ressaltar que nem todas as crianças com TDAH apresentam todos esses sintomas, e eles podem variar em intensidade. Além disso, meninas tendem a apresentar menos sintomas de hiperatividade e mais de desatenção, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico.
Quando os sintomas se tornam evidentes
Muitas vezes, os sintomas do TDAH só se tornam evidentes quando a criança ingressa na escola, momento em que as exigências de atenção, organização e controle do comportamento aumentam. Antes disso, a agitação pode ser confundida com a energia natural das crianças pequenas.
As dificuldades geralmente ficam mais claras quando:
A criança começa a ser avaliada no contexto escolar
Precisa se organizar para realizar tarefas sem supervisão constante
Tem que seguir regras e rotinas mais estruturadas
Necessita manter a atenção por períodos mais longos
Impacto do TDAH não tratado
Quando não diagnosticado e tratado adequadamente, o TDAH pode levar a diversas consequências negativas:
Dificuldades de aprendizagem e baixo rendimento escola
Problemas de autoestima e autoconfiança
Dificuldades nos relacionamentos com colegas, professores e familiares
Maior risco de acidentes devido à impulsividade
Problemas comportamentais e emocionais secundários
Maior vulnerabilidade para desenvolver transtornos de ansiedade e depressão
Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para garantir o desenvolvimento saudável da criança.
Diagnóstico do TDAH pelo SUS
O diagnóstico do TDAH é clínico, ou seja, não existe um exame específico que confirme o transtorno. Ele é feito por um médico especializado, com base na história da criança, observação do comportamento e avaliação de critérios diagnósticos específicos.
Profissionais habilitados para o diagnóstico
No SUS, o diagnóstico do TDAH pode ser realizado por:
Psiquiatras (especialmente psiquiatras infantis)
Neurologistas ou neuropediatras
Pediatras com experiência em transtornos do neurodesenvolvimento
Outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais podem auxiliar no processo de avaliação, mas o diagnóstico final deve ser feito por um médico.
Passo a passo para conseguir o diagnóstico pelo SUS
Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência
Agende uma consulta com o médico de família ou pediatra
Relate os sintomas observados em casa e na escola
Leve relatórios escolares ou observações dos professores, se possível
O médico fará uma avaliação inicial e, se suspeitar de TDAH, encaminhará para um especialista
Aguarde o agendamento com o especialista (neurologista, psiquiatra ou neuropediatra)
Na consulta especializada, será realizada uma avaliação mais detalhada
O tempo de espera para consulta com especialista pode variar conforme a região e a disponibilidade de profissionais. Em alguns casos, pode ser necessário aguardar alguns meses.
Documentos e informações necessárias
Para facilitar o processo de diagnóstico, é importante levar:
Cartão SUS da criança
Documento de identidade ou certidão de nascimento
Comprovante de residência
Relatórios escolares sobre o comportamento e desempenho da criança
Anotações sobre os sintomas observados em casa
Histórico médico da criança, incluindo desenvolvimento, doenças prévias e medicamentos em uso
Informações sobre histórico familiar de TDAH ou outros transtornos neuropsiquiátricos
Critérios diagnósticos utilizados
O diagnóstico do TDAH segue critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11). De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, para o diagnóstico é necessário:
Presença de pelo menos seis sintomas de desatenção e/ou seis sintomas de hiperatividade/impulsividade por pelo menos seis meses
Os sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos de idade
Os sintomas devem ocorrer em pelo menos dois ambientes diferentes (casa, escola, etc.)
Os sintomas devem causar prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional
Os sintomas não são melhor explicados por outro transtorno mental
Avaliações complementares
Além da avaliação clínica, o médico pode solicitar:
Avaliação neuropsicológica: para avaliar funções cognitivas como atenção, memória e funções executivas
Avaliação psicopedagógica: para identificar possíveis dificuldades de aprendizagem associadas
Exames laboratoriais: para descartar outras condições médicas que podem causar sintomas semelhantes
Questionários padronizados: preenchidos por pais e professores para avaliar os sintomas em diferentes ambientes
Esses exames complementares nem sempre estão disponíveis em todas as unidades do SUS, mas o médico pode fazer o encaminhamento para serviços especializados quando necessário.
Tratamento do TDAH pelo SUS
O tratamento do TDAH é multimodal, ou seja, combina diferentes abordagens para obter os melhores resultados. O SUS oferece diversas opções de tratamento, que são definidas conforme as necessidades específicas de cada criança.
Tratamento medicamentoso
Os medicamentos são uma parte importante do tratamento do TDAH, ajudando a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da criança. O SUS disponibiliza gratuitamente os seguintes medicamentos:
Metilfenidato (Ritalina®)
Como funciona: Estimulante do sistema nervoso central que aumenta a disponibilidade de neurotransmissores como dopamina e noradrenalina
Apresentações disponíveis: Comprimidos de 10mg e, em alguns locais, a versão de liberação prolongada
Posologia: Geralmente administrado 1 a 3 vezes ao dia, conforme orientação médica
Efeitos colaterais comuns: Redução do apetite, dificuldade para dormir, dor de cabeça, irritabilidade
Atomoxetina
Como funciona: Inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina, não estimulante
Disponibilidade: Em alguns estados e municípios, através de protocolos específicos
Posologia: Administração única diária
Efeitos colaterais comuns: Náusea, diminuição do apetite, fadiga
Como obter os medicamentos pelo SUS
Para receber os medicamentos gratuitamente, é necessário:
Ter o diagnóstico confirmado por um médico especialista
Obter a receita médica com o nome do medicamento, dosagem e posologia
Verificar onde o medicamento é dispensado na sua região (farmácia da UBS, farmácia de alto custo ou CAPS)
Apresentar os documentos necessários:
Receita médica em duas vias (receita branca ou azul, dependendo do medicamento)
Cartão SUS
Documento de identidade do responsável e da criança
Em alguns casos, laudo médico ou formulários específicos
Renovar a receita periodicamente, conforme orientação médica (geralmente a cada 30 dias)
O metilfenidato é um medicamento controlado (tarja preta), por isso exige receita especial (notificação de receita B). A atomoxetina, quando disponível, geralmente requer preenchimento de formulários específicos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
Intervenções não medicamentosas
Além dos medicamentos, o SUS também oferece intervenções não medicamentosas que são fundamentais para o tratamento completo do TDAH:
Psicoterapia
Terapia cognitivo-comportamental: Ajuda a criança a desenvolver estratégias para lidar com os sintomas
Treinamento em habilidades sociais: Para melhorar a interação com outras crianças
Orientação aos pais: Técnicas para lidar com os comportamentos desafiadores
Fonoaudiologia
Para crianças que apresentam dificuldades de linguagem ou aprendizagem associadas ao TDAH
Terapia ocupacional
Auxilia no desenvolvimento de habilidades para atividades diárias e escolares
Trabalha questões sensoriais que podem estar associadas ao TDAH
Psicopedagogia
Intervenção para dificuldades específicas de aprendizagem
Desenvolvimento de estratégias de estudo e organização
Onde encontrar esses serviços no SUS
Os serviços de tratamento não medicamentoso podem ser encontrados em:
Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi): Serviços especializados em saúde mental para crianças e adolescentes
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF): Equipes multiprofissionais que dão suporte às Unidades Básicas de Saúde
Ambulatórios especializados em neurologia ou psiquiatria infantil
Centros de Reabilitação: Para casos que necessitam de intervenção multidisciplinar
A disponibilidade desses serviços pode variar conforme a região, e o acesso geralmente é feito por encaminhamento médico.
Fluxo de Atendimento no SUS
O atendimento à criança com TDAH no SUS segue um fluxo organizado em níveis de complexidade:
Atenção Primária
A porta de entrada para o sistema é a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Estratégia Saúde da Família (ESF), onde:
É feita a primeira avaliação da criança
São identificados os sinais de alerta para TDAH
É realizado o encaminhamento para especialistas quando necessário
Pode ser feito o acompanhamento de casos mais leves
É realizada a renovação de receitas após o diagnóstico
Atenção Especializada
Quando há suspeita de TDAH, a criança é encaminhada para serviços especializados:
Ambulatórios de especialidades: Com neurologistas, psiquiatras ou neuropediatras
CAPSi: Para casos mais graves ou que necessitam de atendimento intensivo
Centros de referência em neurodesenvolvimento: Disponíveis em algumas cidades
Nesses serviços, é realizado o diagnóstico definitivo e estabelecido o plano de tratamento.
Acompanhamento contínuo
Após o diagnóstico e início do tratamento, a criança deve ser acompanhada regularmente:
Consultas periódicas com o especialista para avaliar a resposta ao tratamento
Ajustes na medicação quando necessário
Monitoramento de efeitos colaterais
Avaliação do crescimento e desenvolvimento
Acompanhamento das intervenções não medicamentosas
A frequência das consultas varia conforme a necessidade de cada criança, mas geralmente são mensais no início do tratamento e podem se tornar trimestrais ou semestrais quando há estabilização dos sintomas.
Direitos da Criança com TDAH no SUS e na Educação
As crianças com TDAH têm direitos garantidos tanto no sistema de saúde quanto no sistema educacional:
Direitos no SUS
Acesso a diagnóstico e tratamento gratuitos
Medicamentos fornecidos gratuitamente pelo sistema público
Atendimento multidisciplinar quando necessário
Acompanhamento contínuo por profissionais especializados
Transporte para tratamento fora do domicílio (TFD) quando o município não dispõe do serviço necessário
Direitos na educação
Embora o TDAH não seja considerado deficiência para fins legais, a criança tem direito a:
Adaptações pedagógicas que facilitem seu aprendizado
Avaliações diferenciadas que considerem suas dificuldades específicas
Tempo adicional para realização de provas e atividades
Plano Educacional Individualizado (PEI) em algumas escolas
Apoio especializado quando necessário
Como garantir esses direitos
Para assegurar que a criança tenha acesso a todos os seus direitos:
Mantenha documentação organizada: Laudos médicos, receitas, relatórios escolares
Informe a escola sobre o diagnóstico e as necessidades específicas da criança
Solicite por escrito as adaptações necessárias na escola
Em caso de negativa de medicamentos pelo SUS, procure a Ouvidoria do SUS ou a Defensoria Pública
Busque apoio em associações de pais de crianças com TDAH
Orientações para Pais e Cuidadores
Os pais e cuidadores têm papel fundamental no tratamento do TDAH. Algumas orientações importantes:
Estratégias para o dia a dia
Estabeleça rotinas claras e previsíveis: Horários para acordar, fazer refeições, estudar, brincar e dormir
Use apoios visuais: Calendários, listas de tarefas, lembretes coloridos
Divida tarefas grandes em etapas menores: Isso facilita a conclusão e gera sensação de conquista
Crie um ambiente de estudo adequado: Silencioso, organizado e com poucos estímulos distratores
Utilize timer ou alarmes: Para ajudar na administração do tempo
Alterne atividades que exigem concentração com momentos de movimento e descanso
Elogie os esforços e conquistas: Reforço positivo é fundamental
Estabeleça regras claras e consistentes: Com consequências previsíveis
Comunicação com a escola
A parceria entre família e escola é essencial:
Informe os professores sobre o diagnóstico e tratamento
Compartilhe estratégias que funcionam em casa
Solicite feedback regular sobre o comportamento e desempenho da criança
Participe ativamente das reuniões escolares
Sugira adaptações que possam ajudar seu filho, como sentar mais próximo ao professor
Cuidando da saúde emocional
Crianças com TDAH frequentemente enfrentam desafios emocionais:
Ajude a criança a identificar e expressar seus sentimentos
Valorize os pontos fortes e talentos da criança
Evite comparações com outras crianças
Ensine técnicas de relaxamento e controle da impulsividade
Busque grupos de apoio para pais e para a própria criança
Cuide também da sua saúde mental como cuidador
Mitos e Verdades sobre TDAH
Existem muitos mitos sobre o TDAH que podem dificultar o diagnóstico e tratamento adequados:
Mito 1: "TDAH não existe, é falta de disciplina"
Verdade: O TDAH é um transtorno neurobiológico real, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e por associações médicas em todo o mundo. Estudos de neuroimagem mostram diferenças estruturais e funcionais no cérebro de pessoas com TDAH.
Mito 2: "TDAH é uma invenção da indústria farmacêutica"
Verdade: O transtorno já era descrito na literatura médica muito antes do desenvolvimento dos medicamentos utilizados hoje. O que mudou foi nossa capacidade de diagnosticar e tratar adequadamente.
Mito 3: "Medicamentos para TDAH viciam e transformam crianças em zumbis"
Verdade: Quando prescritos e monitorados corretamente, os medicamentos para TDAH são seguros e eficazes. Eles não deixam a criança "dopada", mas ajudam a melhorar a concentração e o controle dos impulsos. Estudos mostram que o tratamento adequado do TDAH na infância reduz o risco de abuso de substâncias no futuro.
Mito 4: "Crianças com TDAH não conseguem se concentrar em nada"
Verdade: Crianças com TDAH podem ter dificuldade em manter a atenção em atividades que não lhes interessam, mas frequentemente conseguem hiperfoco (concentração intensa) em atividades que despertam seu interesse, como jogos eletrônicos ou hobbies específicos.
Mito 5: "TDAH é só coisa de menino"
Verdade: O TDAH afeta tanto meninos quanto meninas, mas os meninos são diagnosticados com mais frequência porque tendem a apresentar mais sintomas de hiperatividade e impulsividade, que são mais visíveis. As meninas frequentemente apresentam mais sintomas de desatenção, que podem passar despercebidos.
Perguntas Frequentes sobre TDAH e SUS
O SUS cobre todos os medicamentos para TDAH?
O SUS disponibiliza principalmente o metilfenidato (Ritalina®) para o tratamento do TDAH. Em alguns estados e municípios, a atomoxetina também pode estar disponível através de protocolos específicos. Outros medicamentos, como a lisdexanfetamina (Venvanse®), geralmente não estão disponíveis na rede pública, mas podem ser obtidos via judicial em casos específicos.
Quanto tempo demora para conseguir consulta com especialista pelo SUS?
O tempo de espera varia conforme a região e a disponibilidade de profissionais. Em grandes centros urbanos, pode levar de 3 a 6 meses. Em cidades menores ou regiões com poucos especialistas, o tempo pode ser maior. Em casos de maior urgência, o médico da UBS pode solicitar prioridade no encaminhamento.
Meu filho precisa tomar medicamento para sempre?
Não necessariamente. A necessidade de medicação é avaliada periodicamente pelo médico. Algumas crianças precisam de medicação por períodos mais longos, enquanto outras podem ter redução ou suspensão da medicação conforme desenvolvem estratégias para lidar com os sintomas. O tratamento é individualizado e pode mudar ao longo do tempo.
O TDAH tem cura?
O TDAH não tem cura, mas seus sintomas podem ser controlados com tratamento adequado. Em cerca de 60% dos casos, os sintomas persistem na vida adulta, embora geralmente com menor intensidade. Com acompanhamento adequado, a pessoa pode desenvolver estratégias para lidar com os sintomas e ter uma vida plena e produtiva.
O que fazer se não houver neurologista ou psiquiatra infantil na minha cidade?
Se não houver especialista na sua cidade, o médico da UBS pode encaminhar a criança para atendimento em outro município através do sistema de Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Nesse caso, o SUS pode cobrir os custos de transporte e, se necessário, hospedagem para consultas e exames.
A escola pode exigir que meu filho tome medicação?
Não. A decisão sobre o tratamento medicamentoso é dos pais ou responsáveis, junto com o médico. A escola pode sugerir uma avaliação médica se observar sintomas preocupantes, mas não pode exigir que a criança tome medicação ou condicionar a matrícula ou permanência na escola ao uso de medicamentos.
Recursos e Apoio Adicional
Além do atendimento pelo SUS, existem outros recursos que podem ajudar famílias de crianças com TDAH:
Associações e grupos de apoio
Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA): Oferece informações, materiais educativos e grupos de apoio
Grupos de pais: Muitas cidades têm grupos de apoio para pais de crianças com TDAH, que podem ser encontrados nas redes sociais ou através de hospitais e universidades
Materiais educativos
Cartilhas e guias: Disponíveis gratuitamente em sites como o da ABDA e do Ministério da Saúde
Vídeos educativos: Disponíveis em canais oficiais de saúde no YouTube
Aplicativos: Existem apps que ajudam na organização e no manejo do TDAH
Linhas de apoio
Disque Saúde - 136: Para informações sobre serviços do SUS
Ouvidoria do SUS: Para reclamações ou sugestões sobre o atendimento
O TDAH é um transtorno que, quando não tratado adequadamente, pode comprometer significativamente o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, crianças com TDAH podem ter uma vida plena e bem-sucedida.
O SUS oferece recursos para diagnóstico e tratamento gratuitos, incluindo consultas com especialistas, medicamentos e terapias complementares. O acesso a esses serviços é um direito da criança e deve ser buscado pelos pais e responsáveis.
Lembre-se de que cada criança com TDAH é única, com suas próprias forças e desafios. O tratamento deve ser individualizado e considerar não apenas os sintomas, mas a criança como um todo. Com apoio adequado da família, da escola e dos profissionais de saúde, crianças com TDAH podem desenvolver todo o seu potencial.
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