Hipertensão: Tratamento Completo e Medicamentos Gratuitos pelo SUS
Descubra como tratar hipertensão pelo SUS. Medicamentos gratuitos, acompanhamento médico, exames e dicas para controlar a pressão alta.
Hipertensão: Tratamento Completo e Medicamentos Gratuitos pelo SUS
A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma das doenças crônicas mais comuns no Brasil, afetando cerca de 32% da população adulta. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento completo e gratuito para hipertensão, incluindo consultas médicas, exames, medicamentos e acompanhamento especializado.
Controlar a pressão arterial é fundamental para prevenir complicações graves como infarto, derrame (AVC), insuficiência renal e problemas cardíacos. O SUS disponibiliza uma ampla gama de medicamentos anti-hipertensivos gratuitamente, além de programas específicos para acompanhamento de pacientes hipertensos.
Neste guia completo, você vai entender o que é hipertensão, como conseguir tratamento pelo SUS, quais medicamentos estão disponíveis gratuitamente, como fazer o acompanhamento médico e dicas importantes para controlar a pressão arterial.


O que é Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial é uma condição em que a pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias está constantemente elevada. É definida como pressão arterial sistólica (máxima) igual ou superior a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (mínima) igual ou superior a 90 mmHg.
Como Entender os Valores da Pressão
Pressão Normal: Menor que 120/80 mmHg ("12 por 8")
Pré-hipertensão: Entre 120-139/80-89 mmHg
Hipertensão Estágio 1: 140-159/90-99 mmHg
Hipertensão Estágio 2: 160-179/100-109 mmHg
Hipertensão Estágio 3: Igual ou maior que 180/110 mmHg
Crise Hipertensiva: Pressão muito alta (geralmente acima de 180/120 mmHg) com sintomas graves
Por que a Hipertensão é Perigosa
A hipertensão é conhecida como "assassina silenciosa" porque geralmente não apresenta sintomas nas fases iniciais, mas causa danos progressivos aos órgãos:
Coração: Sobrecarga cardíaca, infarto, insuficiência cardíaca
Cérebro: AVC (derrame), demência vascular
Rins: Insuficiência renal, necessidade de diálise
Olhos: Retinopatia hipertensiva, perda da visão
Artérias: Aterosclerose, aneurismas
Causas e Fatores de Risco
Tipos de Hipertensão
Hipertensão Primária (Essencial): Representa 90-95% dos casos. Não tem causa específica identificável, sendo resultado da combinação de fatores genéticos e ambientais.
Hipertensão Secundária: Representa 5-10% dos casos. É causada por outras doenças ou medicamentos específicos.
Fatores de Risco Não Modificáveis
Idade: Risco aumenta com o envelhecimento
Sexo: Homens têm maior risco até os 50 anos; mulheres após a menopausa
Raça: Pessoas negras têm maior predisposição
Hereditariedade: Histórico familiar de hipertensão
Fatores de Risco Modificáveis
Excesso de peso: Obesidade aumenta significativamente o risco
Sedentarismo: Falta de atividade física regular
Alimentação inadequada: Excesso de sal, gorduras e açúcar
Tabagismo: Fumo danifica as artérias
Consumo excessivo de álcool: Mais de 2 doses por dia
Estresse crônico: Tensão emocional prolongada
Diabetes: Glicose alta danifica os vasos sanguíneos
Colesterol alto: Contribui para aterosclerose
Sintomas da Hipertensão
A hipertensão é frequentemente assintomática, especialmente nos estágios iniciais. Quando presentes, os sintomas podem incluir:
Sintomas Comuns
Dor de cabeça: Especialmente na nuca, pela manhã
Tontura: Sensação de desequilíbrio
Zumbido no ouvido: Ruído constante ou intermitente
Visão embaçada: Dificuldade para enxergar nitidamente
Falta de ar: Especialmente durante esforços
Palpitações: Sensação de batimentos cardíacos irregulares
Sangramento nasal: Episódios frequentes
Fadiga: Cansaço excessivo
Sintomas de Crise Hipertensiva (Emergência)
Dor de cabeça intensa e súbita
Dor no peito
Falta de ar grave
Visão turva ou perda da visão
Confusão mental
Náuseas e vômitos
Convulsões
Fraqueza ou dormência em braços/pernas
IMPORTANTE: Sintomas de crise hipertensiva requerem atendimento médico imediato. Procure o pronto socorro ou chame o SAMU (192).
Como Conseguir Tratamento pelo SUS
O SUS oferece tratamento completo para hipertensão através da rede de atenção básica e especializada:
Passo a Passo para Iniciar o Tratamento
1. Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima
Leve documento de identidade, CPF e comprovante de residência
Faça seu cadastro se ainda não tiver
Solicite consulta médica
2. Consulta Médica Inicial
O médico fará avaliação clínica completa
Medição da pressão arterial em várias ocasiões
Investigação de fatores de risco
Solicitação de exames complementares
3. Exames Diagnósticos
Todos os exames são gratuitos pelo SUS
Agendamento através da própria UBS
Resultados analisados pelo médico
4. Início do Tratamento
Prescrição de medicamentos (se necessário)
Orientações sobre mudanças no estilo de vida
Agendamento de retornos regulares
Onde Buscar Atendimento
Unidade Básica de Saúde (UBS): Porta de entrada principal, acompanhamento regular, renovação de receitas.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA): Para casos de pressão muito alta ou sintomas preocupantes.
Pronto Socorro: Para crises hipertensivas e emergências.
Ambulatórios de Especialidades: Para casos mais complexos que necessitam acompanhamento cardiológico.
Medicamentos Disponíveis no SUS
O SUS disponibiliza uma ampla variedade de medicamentos anti-hipertensivos gratuitamente, baseados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME):
Principais Classes de Medicamentos
Inibidores da ECA:
Captopril: 25 mg comprimido
Enalapril: 5 mg, 10 mg e 20 mg comprimidos
Bloqueadores dos Canais de Cálcio:
Anlodipino: 5 mg e 10 mg comprimidos
Nifedipino: 10 mg cápsulas e comprimidos
Verapamil: 80 mg e 120 mg comprimidos
Beta-bloqueadores:
Atenolol: 50 mg e 100 mg comprimidos
Propranolol: 10 mg e 40 mg comprimidos
Carvedilol: 3,125 mg, 6,25 mg e 12,5 mg comprimidos
Metoprolol: 25 mg, 50 mg e 100 mg comprimidos
Diuréticos:
Hidroclorotiazida: 12,5 mg e 25 mg comprimidos
Furosemida: 40 mg comprimidos
Espironolactona: 25 mg e 100 mg comprimidos
Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina:
Losartana: 50 mg comprimidos
Outros Medicamentos:
Metildopa: 250 mg comprimidos (especialmente para gestantes)
Hidralazina: 25 mg e 50 mg comprimidos
Como Retirar os Medicamentos
Na UBS: A maioria dos medicamentos está disponível na farmácia da própria unidade.
Farmácia Popular: Alguns medicamentos para hipertensão são gratuitos no programa Farmácia Popular.
Farmácias Distritais: Unidades especializadas em dispensação de medicamentos.
Documentos Necessários:
Receita médica válida (geralmente 120 dias)
Documento de identidade
CPF
Cartão SUS
Exames Disponíveis no SUS
O SUS oferece todos os exames necessários para diagnóstico e acompanhamento da hipertensão:
Exames Laboratoriais
Exames de Rotina:
Hemograma completo: Avalia células sanguíneas
Glicemia de jejum: Detecta diabetes
Colesterol total e frações: Avalia risco cardiovascular
Triglicerídeos: Complementa avaliação lipídica
Creatinina: Avalia função renal
Ureia: Complementa avaliação renal
Ácido úrico: Pode estar elevado na hipertensão
Sódio e potássio: Importantes para controle da pressão
Exame de Urina:
Urina tipo 1: Detecta proteínas e outras alterações
Microalbuminúria: Detecta lesão renal precoce
Exames de Imagem
Eletrocardiograma (ECG): Avalia o coração, detecta arritmias e sinais de sobrecarga cardíaca.
Ecocardiograma: Ultrassom do coração, avalia função e estrutura cardíaca.
Raio-X de Tórax: Avalia tamanho do coração e pulmões.
Ultrassom de Abdome: Avalia rins e outras estruturas abdominais.
Exames Especializados
MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial): Mede a pressão durante 24 horas, fornecendo dados mais precisos.
MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial): Medições domiciliares programadas.
Teste Ergométrico: Avalia resposta cardiovascular ao exercício.
Fundoscopia: Exame do fundo do olho para detectar lesões vasculares.
Acompanhamento Médico Regular
O acompanhamento regular é fundamental para o controle adequado da hipertensão:
Frequência das Consultas
Início do Tratamento: Consultas mensais até estabilização da pressão.
Pressão Controlada: Consultas a cada 3-6 meses.
Hipertensão Resistente: Acompanhamento mais frequente, possivelmente com especialista.
Presença de Complicações: Frequência determinada pela gravidade.
O que é Avaliado nas Consultas
Medição da pressão arterial: Técnica adequada, múltiplas medições
Adesão ao tratamento: Uso correto dos medicamentos
Efeitos colaterais: Identificação e manejo
Mudanças no estilo de vida: Dieta, exercícios, peso
Fatores de risco: Controle de diabetes, colesterol
Sinais de complicações: Avaliação de órgãos-alvo
Programas Específicos do SUS
HIPERDIA: Sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos.
Estratégia Saúde da Família: Acompanhamento domiciliar e comunitário.
Grupos de Educação em Saúde: Atividades educativas sobre hipertensão.
Academia da Saúde: Programas de atividade física orientada.
Mudanças no Estilo de Vida
As mudanças no estilo de vida são fundamentais e podem ser suficientes para controlar a hipertensão leve:
Alimentação Saudável
Redução do Sal:
Consumir no máximo 5 gramas de sal por dia (1 colher de chá)
Evitar alimentos processados e industrializados
Usar temperos naturais (ervas, alho, cebola, limão)
Ler rótulos dos alimentos
Não adicionar sal à comida pronta
Dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension):
Rica em frutas, verduras e legumes
Grãos integrais
Proteínas magras (peixe, frango, leguminosas)
Laticínios com baixo teor de gordura
Oleaginosas com moderação
Redução de gorduras saturadas e açúcares
Alimentos Benéficos:
Potássio: Banana, laranja, melão, batata, feijão
Magnésio: Vegetais verdes, nozes, grãos integrais
Cálcio: Laticínios desnatados, vegetais verdes
Ômega-3: Peixes, linhaça, chia
Atividade Física
Exercícios Aeróbicos:
Caminhada: 30-45 minutos, 5 vezes por semana
Natação: Excelente para hipertensos
Ciclismo: Atividade de baixo impacto
Dança: Atividade prazerosa e eficaz
Exercícios de Resistência:
Musculação leve a moderada
2-3 vezes por semana
Sempre com orientação profissional
Benefícios da Atividade Física:
Redução da pressão arterial em 5-10 mmHg
Melhora da função cardiovascular
Controle do peso
Redução do estresse
Melhora da qualidade do sono
Controle do Peso
Meta: IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m²
Estratégias:
Redução gradual de peso (0,5-1 kg por semana)
Combinação de dieta e exercícios
Acompanhamento nutricional
Mudanças permanentes nos hábitos
Benefício: Cada quilograma perdido pode reduzir a pressão em 1-2 mmHg.
Cessação do Tabagismo
Programa Nacional de Controle do Tabagismo:
Disponível gratuitamente no SUS
Grupos de apoio nas UBS
Medicamentos para parar de fumar
Acompanhamento psicológico
Benefícios:
Redução imediata do risco cardiovascular
Melhora da função arterial
Redução do risco de AVC e infarto
Moderação do Álcool
Limites Recomendados:
Homens: Máximo 2 doses por dia
Mulheres: Máximo 1 dose por dia
1 dose equivale a: 350ml de cerveja, 150ml de vinho ou 45ml de destilado
Manejo do Estresse
Técnicas de Relaxamento:
Respiração profunda
Meditação
Yoga
Tai chi
Apoio Psicológico:
Disponível no SUS através dos CAPS
Terapia individual ou em grupo
Técnicas de manejo do estresse
Monitoramento da Pressão Arterial
O monitoramento regular é essencial para o controle adequado:
Medição Correta da Pressão
Preparação:
Evitar cafeína, exercícios e cigarro 30 minutos antes
Esvaziar a bexiga
Descansar 5 minutos antes da medição
Não conversar durante a medição
Posicionamento:
Sentar com pés apoiados no chão
Braço na altura do coração
Manguito adequado ao tamanho do braço
Braço descoberto e relaxado
Técnica:
Fazer pelo menos 2 medições com intervalo de 1-2 minutos
Usar a média das medições
Medir em ambos os braços na primeira consulta
Usar sempre o braço com maior pressão
Aparelhos para Uso Domiciliar
Tipos Recomendados:
Aparelhos digitais automáticos
Manguito de braço (não de punho)
Validados por sociedades médicas
Calibração regular
Frequência de Medição:
Início do tratamento: Diariamente
Pressão controlada: 2-3 vezes por semana
Mudança de medicação: Diariamente por 1-2 semanas
Registro das Medições
Informações a Anotar:
Data e horário
Valores da pressão (sistólica/diastólica)
Medicamentos tomados
Sintomas (se houver)
Atividades realizadas
Levar para as Consultas: O registro é fundamental para o médico avaliar o controle e ajustar o tratamento.
Complicações da Hipertensão
A hipertensão não controlada pode causar complicações graves em vários órgãos:
Complicações Cardiovasculares
Infarto Agudo do Miocárdio:
Obstrução das artérias coronárias
Dor no peito, falta de ar, sudorese
Emergência médica - chamar SAMU (192)
Insuficiência Cardíaca:
Coração não consegue bombear adequadamente
Falta de ar, inchaço nas pernas, fadiga
Tratamento disponível no SUS
Arritmias:
Alterações no ritmo cardíaco
Palpitações, tontura, desmaios
Podem necessitar marcapasso
Complicações Cerebrovasculares
AVC (Acidente Vascular Cerebral):
Obstrução ou ruptura de artérias cerebrais
Fraqueza, dificuldade para falar, perda da visão
Emergência médica - tempo é fundamental
Demência Vascular:
Deterioração cognitiva por lesões vasculares
Perda de memória, dificuldade de raciocínio
Prevenção através do controle da pressão
Complicações Renais
Insuficiência Renal Crônica:
Perda progressiva da função renal
Pode necessitar diálise ou transplante
Tratamento conservador disponível no SUS
Proteinúria:
Presença de proteínas na urina
Sinal precoce de lesão renal
Detectada em exames de rotina
Complicações Oculares
Retinopatia Hipertensiva:
Lesões nos vasos da retina
Pode causar perda da visão
Exame de fundo de olho detecta precocemente
Hipertensão em Grupos Especiais
Hipertensão na Gravidez
Tipos:
Hipertensão crônica: Presente antes da gravidez
Hipertensão gestacional: Desenvolve após 20 semanas
Pré-eclâmpsia: Hipertensão + proteinúria
Eclâmpsia: Pré-eclâmpsia + convulsões
Medicamentos Seguros na Gravidez:
Metildopa: Primeira escolha
Nifedipino: Segunda opção
Hidralazina: Para casos graves
Medicamentos Contraindicados:
Inibidores da ECA (Captopril, Enalapril)
Bloqueadores dos receptores da angiotensina (Losartana)
Diuréticos (exceto em casos específicos)
Acompanhamento: Pré-natal de alto risco, consultas mais frequentes, monitorização fetal.
Hipertensão em Idosos
Características Especiais:
Hipertensão sistólica isolada é comum
Maior risco de hipotensão postural
Múltiplas medicações (polifarmácia)
Maior risco de quedas
Cuidados Especiais:
Início com doses menores
Aumento gradual das doses
Monitorização da pressão em pé
Atenção às interações medicamentosas
Metas de Pressão: Podem ser menos rigorosas (< 150/90 mmHg em alguns casos).
Hipertensão em Diabéticos
Associação Frequente: 60-80% dos diabéticos têm hipertensão.
Metas Mais Rigorosas: Pressão < 130/80 mmHg.
Medicamentos Preferenciais:
Inibidores da ECA (proteção renal)
Bloqueadores dos receptores da angiotensina
Diuréticos tiazídicos em baixas doses
Monitorização: Função renal, proteinúria, controle glicêmico.
Crise Hipertensiva
A crise hipertensiva é uma elevação súbita e grave da pressão arterial que requer atendimento médico imediato:
Tipos de Crise
Urgência Hipertensiva:
Pressão muito alta (geralmente > 180/120 mmHg)
Sem sinais de lesão de órgãos
Sintomas: dor de cabeça, tontura, mal-estar
Tratamento: redução gradual da pressão
Emergência Hipertensiva:
Pressão muito alta com lesão de órgãos
Sintomas graves: dor no peito, falta de ar, alterações neurológicas
Risco de vida imediato
Tratamento: redução controlada e imediata
Causas Comuns
Abandono do tratamento medicamentoso
Uso de medicamentos inadequados
Consumo excessivo de sal
Estresse emocional intenso
Uso de drogas (cocaína, anfetaminas)
Doenças renais agudas
Tratamento no SUS
Medicamentos para Crise:
Captopril sublingual: 25 mg
Nifedipino: 10 mg (cuidado com queda brusca)
Clonidina: 0,1-0,2 mg
Hidralazina: 25-50 mg
Medicamentos Intravenosos (Hospital):
Esmolol
Metoprolol
Hidralazina
Nitroglicerina
Nitroprussiato de sódio
Quando Procurar Emergência
Pressão > 180/120 mmHg com sintomas
Dor de cabeça intensa e súbita
Dor no peito
Falta de ar grave
Alterações visuais
Fraqueza ou dormência
Confusão mental
Convulsões
Adesão ao Tratamento
A adesão ao tratamento é fundamental para o controle da hipertensão:
Fatores que Dificultam a Adesão
Ausência de sintomas: "Não sinto nada, para que tomar remédio?"
Efeitos colaterais: Tosse, tontura, impotência sexual
Esquecimento: Falta de rotina para tomar medicamentos
Custo: Dificuldade de acesso aos medicamentos
Complexidade: Muitos medicamentos, horários diferentes
Falta de conhecimento: Não entender a importância do tratamento
Estratégias para Melhorar a Adesão
Educação do Paciente:
Explicar o que é hipertensão
Mostrar os riscos da pressão alta
Esclarecer a importância do tratamento contínuo
Desmistificar crenças incorretas
Simplificação do Tratamento:
Preferir medicamentos de dose única diária
Usar combinações fixas quando possível
Associar a horários de rotina (café da manhã, jantar)
Usar organizadores de medicamentos
Manejo de Efeitos Colaterais:
Informar sobre possíveis efeitos
Orientar quando procurar ajuda
Ajustar medicações quando necessário
Não interromper sem orientação médica
Apoio Familiar e Social:
Envolver a família no tratamento
Grupos de apoio para hipertensos
Lembretes e apoio emocional
Participação em atividades educativas
Prevenção da Hipertensão
A prevenção é sempre a melhor estratégia:
Prevenção Primária
Para pessoas sem hipertensão:
Manter peso adequado
Praticar atividade física regular
Alimentação saudável com pouco sal
Não fumar
Moderar o consumo de álcool
Controlar o estresse
Verificar a pressão regularmente
Prevenção Secundária
Para pessoas com pré-hipertensão (120-139/80-89 mmHg):
Mudanças intensivas no estilo de vida
Monitorização mais frequente
Controle rigoroso de fatores de risco
Acompanhamento médico regular
Prevenção Terciária
Para pessoas com hipertensão:
Controle adequado da pressão arterial
Prevenção de complicações
Tratamento de fatores de risco associados
Acompanhamento especializado quando necessário
Mitos e Verdades sobre Hipertensão
MITO: "Hipertensão tem cura."
VERDADE: A hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado.
MITO: "Só pessoas idosas têm pressão alta."
VERDADE: A hipertensão pode afetar pessoas de qualquer idade, incluindo crianças e jovens.
MITO: "Se não tenho sintomas, não preciso me preocupar."
VERDADE: A hipertensão é silenciosa na maioria dos casos, mas continua causando danos aos órgãos.
MITO: "Posso parar o medicamento quando a pressão normalizar."
VERDADE: O tratamento deve ser contínuo. Parar o medicamento faz a pressão subir novamente.
MITO: "Medicamentos para pressão causam dependência."
VERDADE: Não causam dependência. A necessidade de uso contínuo é devido à natureza crônica da doença.
MITO: "Chá de hibisco cura hipertensão."
VERDADE: Alguns chás podem ajudar, mas não substituem o tratamento médico adequado.
MITO: "Hipertensão é coisa de rico."
VERDADE: A hipertensão afeta todas as classes sociais e o SUS oferece tratamento completo e gratuito.
Direitos do Paciente Hipertenso no SUS
Como portador de hipertensão, você tem direitos específicos no SUS:
Direitos Garantidos
Atendimento gratuito: Consultas, exames, medicamentos e internações
Medicamentos essenciais: Todos os anti-hipertensivos da RENAME
Exames de acompanhamento: Laboratoriais e de imagem
Atendimento especializado: Cardiologia quando necessário
Atendimento de urgência: Para crises hipertensivas
Programas educativos: Grupos de hipertensos
Acompanhamento domiciliar: Através da Estratégia Saúde da Família
Lei dos Hipertensos
Alguns estados e municípios têm leis específicas que garantem:
Prioridade no atendimento
Dispensa do trabalho para consultas
Fornecimento de medicamentos
Programas de prevenção
Em Caso de Problemas
Ouvidoria SUS: Telefone 136
Ouvidoria municipal: Cada município tem sua ouvidoria
Conselho Municipal de Saúde: Órgão de controle social
Ministério Público: Para casos graves de negação de atendimento
Defensoria Pública: Assistência jurídica gratuita
Recursos Adicionais do SUS
Aplicativos e Ferramentas Digitais
Conecte SUS: Aplicativo oficial para acessar informações de saúde.
DigiSUS: Plataforma com informações sobre medicamentos e serviços.
Aplicativos de Monitoramento: Alguns municípios oferecem apps para registro da pressão.
Programas Educativos
Academia da Saúde: Programas de atividade física orientada.
Grupos de Hipertensos: Atividades educativas e de apoio.
Palestras e Workshops: Educação em saúde nas UBS.
Material Educativo: Cartilhas e folhetos informativos.
Telemedicina
Teleconsultas: Consultas médicas à distância (quando disponível).
Telemonitoramento: Acompanhamento remoto da pressão arterial.
Teleducação: Capacitação de profissionais e educação de pacientes.
A hipertensão arterial é uma condição séria, mas completamente controlável com o tratamento adequado. O SUS oferece todos os recursos necessários para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento da hipertensão, desde medicamentos gratuitos até programas especializados de cuidado.
O mais importante é procurar atendimento médico regularmente, seguir corretamente o tratamento prescrito e adotar um estilo de vida saudável. Com essas medidas, é possível manter a pressão arterial controlada e prevenir complicações graves como infarto, derrame e insuficiência renal.
Lembre-se: a hipertensão é uma doença silenciosa, mas o SUS está preparado para ajudar você a controlá-la. Não deixe de procurar sua UBS para avaliação e acompanhamento regular. Sua saúde cardiovascular depende do controle adequado da pressão arterial.
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Para mais informações sobre doenças cardiovasculares e tratamentos disponíveis no SUS, confira também:
Colesterol Alto: Como Tratar pelo SUS
Eletrocardiograma pelo SUS: Como Solicitar
Referências
1. Ministério da Saúde. Hipertensão (pressão alta). Brasília: Ministério da Saúde, 2025.
2. Ministério da Saúde. Linhas de Cuidado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no Adulto. Brasília: Secretaria de Atenção Primária à Saúde, 2025.
3. Ministério da Saúde. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Brasília: Ministério da Saúde, 2024.
4. Biblioteca Virtual em Saúde - Ministério da Saúde. Hipertensão arterial. Brasília: BVS-MS, 2025.
5. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.