Calendário de Vacinação Infantil 2025: Todas as Vacinas Gratuitas do SUS

Saiba todas as vacinas gratuitas do calendário infantil do SUS, quando tomar cada dose e como manter a caderneta em dia. Guia completo para pais e responsáveis.

6/13/202511 min read

Calendário de Vacinação Infantil pelo SUS: Vacinas Gratuitas

A vacinação é uma das formas mais eficazes de proteger as crianças contra doenças graves e potencialmente fatais. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente todas as vacinas recomendadas para crianças, seguindo um calendário nacional de vacinação atualizado anualmente pelo Ministério da Saúde.

Neste artigo, você vai descobrir quais são as vacinas disponíveis gratuitamente pelo SUS para crianças de 0 a 10 anos, quando cada dose deve ser aplicada, como acessar esse serviço essencial e a importância de manter a caderneta de vacinação em dia. Também vamos esclarecer as principais dúvidas dos pais e responsáveis sobre o tema.

A Importância da Vacinação Infantil

A vacinação é um ato de amor e proteção. Ao vacinar seu filho, você não apenas o protege contra doenças graves, mas também contribui para a saúde coletiva, evitando a propagação de doenças na comunidade.

Graças às vacinas, doenças que antes causavam milhares de mortes e sequelas graves em crianças, como poliomielite, sarampo e difteria, foram controladas ou até mesmo erradicadas em muitos países, incluindo o Brasil.

Benefícios da vacinação

  • Proteção individual: Evita que a criança adoeça ou desenvolva formas graves de doenças imunopreveníveis

  • Proteção coletiva: Quando grande parte da população está vacinada, cria-se uma barreira que impede a circulação de agentes infecciosos (imunidade de rebanho)

  • Prevenção de surtos: Evita o ressurgimento de doenças já controladas ou eliminadas

  • Economia: Prevenir doenças é mais econômico do que tratá-las, tanto para as famílias quanto para o sistema de saúde

  • Desenvolvimento saudável: Crianças vacinadas têm melhores condições de se desenvolver plenamente

Calendário Nacional de Vacinação Infantil 2025

O Calendário Nacional de Vacinação é atualizado periodicamente pelo Ministério da Saúde, com base em evidências científicas e na situação epidemiológica do país. Confira abaixo as vacinas disponíveis gratuitamente pelo SUS para crianças de 0 a 10 anos em 2025:

Ao nascer

  • BCG (Bacilo Calmette-Guérin): Protege contra formas graves de tuberculose, principalmente tuberculose miliar e meníngea. Dose única.

  • Hepatite B: Primeira dose da vacina que protege contra a hepatite B, doença que afeta o fígado.

2 meses

  • Penta (DTP/HB/Hib): Primeira dose da vacina que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b.

  • Poliomielite inativada (VIP): Primeira dose da vacina que protege contra a poliomielite (paralisia infantil).

  • Pneumocócica 10-valente: Primeira dose da vacina que protege contra infecções causadas por pneumococos, como pneumonia, meningite e otite.

  • Rotavírus: Primeira dose da vacina que protege contra diarreia grave causada por rotavírus.

3 meses

  • Meningocócica C: Primeira dose da vacina que protege contra a doença meningocócica do sorogrupo C, que pode causar meningite e outras infecções graves.

4 meses

  • Penta (DTP/HB/Hib): Segunda dose.

  • Poliomielite inativada (VIP): Segunda dose.

  • Pneumocócica 10-valente: Segunda dose.

  • Rotavírus: Segunda dose.

5 meses

  • Meningocócica C: Segunda dose.

6 meses

  • Penta (DTP/HB/Hib): Terceira dose.

  • Poliomielite inativada (VIP): Terceira dose.

  • Influenza: Primeira dose da vacina contra gripe (para crianças que recebem a vacina pela primeira vez). A partir dos 6 meses, a vacina deve ser aplicada anualmente.

9 meses

  • Febre amarela: Primeira dose da vacina que protege contra a febre amarela.

12 meses

  • Tríplice viral (SCR): Primeira dose da vacina que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

  • Pneumocócica 10-valente: Reforço.

  • Meningocócica C: Reforço.

15 meses

  • DTP: Primeiro reforço da vacina que protege contra difteria, tétano e coqueluche.

  • Poliomielite oral (VOP): Primeiro reforço da vacina contra poliomielite.

  • Hepatite A: Dose única da vacina que protege contra a hepatite A.

  • Tetra viral (SCRV): Dose única da vacina que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). Substitui a segunda dose da tríplice viral e a dose da varicela.

4 anos

  • DTP: Segundo reforço da vacina que protege contra difteria, tétano e coqueluche.

  • Poliomielite oral (VOP): Segundo reforço da vacina contra poliomielite.

  • Varicela: Segunda dose da vacina contra varicela (para crianças que não receberam a tetra viral aos 15 meses).

9 anos (meninas)

  • HPV: Vacina que protege contra o papilomavírus humano, principal causa do câncer de colo do útero. Esquema de duas doses com intervalo de 6 meses.

11 anos (meninos)

  • HPV: Vacina que protege contra o papilomavírus humano, que pode causar diversos tipos de câncer. Esquema de duas doses com intervalo de 6 meses.

10 a 11 anos

  • Meningocócica ACWY: Reforço ou dose única da vacina que protege contra os sorogrupos A, C, W e Y da doença meningocócica.

  • dT: Reforço da vacina contra difteria e tétano.

Novidades no Calendário de Vacinação 2025

O calendário de vacinação infantil do SUS para 2025 traz algumas novidades importantes:

  • Vacina da gripe disponível o ano todo: A vacina contra influenza, que antes era aplicada apenas em campanhas sazonais, agora está disponível durante todo o ano para crianças de 6 meses a 6 anos.

  • Ampliação da vacina contra HPV: Agora disponível para meninos e meninas de 9 a 14 anos, em esquema de duas doses.

  • Atualização da vacina pneumocócica: Implementação gradual da VPC20 (vacina pneumocócica conjugada 20-valente) em substituição à VPC10.

Como Acessar as Vacinas pelo SUS

Todas as vacinas do calendário nacional estão disponíveis gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do SUS. Veja como proceder para vacinar seu filho:

Passo a passo para vacinação

  1. Localize a UBS mais próxima: Procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua residência. Você pode consultar o endereço no site da secretaria de saúde do seu município ou ligando para o Disque Saúde (136).

  2. Leve os documentos necessários: Cartão do SUS da criança, documento de identidade (certidão de nascimento ou RG) e caderneta de vacinação (se já tiver).

  3. Verifique o horário de funcionamento: A maioria das UBS funciona de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Algumas unidades podem ter horário estendido ou funcionar aos sábados.

  4. Compareça à UBS: Não é necessário agendar horário para vacinação de rotina. Basta comparecer à unidade durante o horário de funcionamento.

  5. Informe-se sobre campanhas: Além da vacinação de rotina, o SUS realiza campanhas específicas ao longo do ano, como a campanha contra a poliomielite e a multivacinação.

Documentos necessários

Para vacinar seu filho pelo SUS, você precisará apresentar:

  • Cartão do SUS da criança (pode ser feito na hora, caso não tenha)

  • Documento de identidade da criança (certidão de nascimento ou RG)

  • Caderneta de vacinação (se já tiver)

  • Documento de identidade do responsável

É importante ressaltar que a falta de documentos não deve impedir a vacinação. Em caso de perda da caderneta, uma nova pode ser emitida na UBS.

Caderneta de Vacinação

A Caderneta de Saúde da Criança é um documento importante que registra não apenas as vacinas, mas também o crescimento e desenvolvimento infantil. Ela é fornecida gratuitamente nas maternidades ou nas UBS.

Cuidados com a caderneta:

  • Mantenha-a em bom estado de conservação

  • Leve-a em todas as consultas médicas e sessões de vacinação

  • Guarde-a em local seguro e de fácil acesso

  • Em caso de perda, solicite uma segunda via na UBS

  • Verifique periodicamente se todas as vacinas estão em dia

Direitos da Criança em Relação à Vacinação

A vacinação é um direito da criança garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pela Constituição Federal. Conheça os principais direitos relacionados à vacinação infantil:

  • Direito à vacinação gratuita: Todas as vacinas do calendário nacional devem ser oferecidas gratuitamente pelo SUS.

  • Direito à informação: Os pais ou responsáveis têm direito a receber informações claras sobre as vacinas, seus benefícios e possíveis efeitos adversos.

  • Direito à prioridade: Crianças têm prioridade no atendimento em serviços de saúde, incluindo os serviços de vacinação.

  • Direito à segunda via da caderneta: Em caso de perda ou dano, os pais têm direito a solicitar uma segunda via da caderneta de vacinação.

  • Direito à busca ativa: Quando a criança está com vacinas atrasadas, o serviço de saúde deve realizar a busca ativa para regularizar a situação vacinal.

Responsabilidade dos pais

Além dos direitos, os pais ou responsáveis têm o dever legal de garantir que as crianças recebam todas as vacinas recomendadas. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que:

"É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias" (Art. 14, §1º).

O descumprimento dessa obrigação pode configurar negligência e, em casos extremos, levar a medidas legais.

Mitos e Verdades sobre Vacinação Infantil

Existem muitos mitos e informações falsas circulando sobre vacinas, o que pode gerar dúvidas e receios nos pais. Vamos esclarecer alguns dos principais mitos:

Mito 1: "Vacinas causam autismo"

Verdade: Não há nenhuma evidência científica que comprove relação entre vacinas e autismo. O estudo que sugeriu essa relação foi completamente desmentido e seu autor perdeu o registro médico por fraude científica.

Mito 2: "É melhor adquirir imunidade através da doença natural"

Verdade: Adquirir doenças naturalmente pode ser extremamente perigoso e levar a complicações graves, sequelas permanentes e até morte. As vacinas oferecem proteção sem os riscos da doença.

Mito 3: "Vacinas contêm substâncias tóxicas em níveis perigosos"

Verdade: Os componentes das vacinas são rigorosamente testados e utilizados em quantidades mínimas e seguras. Os benefícios da vacinação superam enormemente qualquer risco teórico.

Mito 4: "Dar várias vacinas ao mesmo tempo sobrecarrega o sistema imunológico"

Verdade: O sistema imunológico das crianças é capaz de responder a milhares de antígenos simultaneamente. As vacinas modernas contêm muito menos antígenos do que as vacinas antigas, mesmo quando administradas juntas.

Mito 5: "Doenças como poliomielite e difteria já foram eliminadas, então não precisamos mais dessas vacinas"

Verdade: Essas doenças foram controladas justamente graças à vacinação. Se pararmos de vacinar, elas podem voltar a circular, como já aconteceu em países onde a cobertura vacinal diminuiu.

Efeitos Colaterais das Vacinas

Como qualquer intervenção médica, as vacinas podem causar alguns efeitos colaterais, geralmente leves e temporários. É importante conhecê-los para saber como agir:

Efeitos comuns e leves

  • Dor, vermelhidão ou inchaço no local da aplicação: Aplique compressas frias e, se necessário, use medicação para dor conforme orientação médica.

  • Febre baixa: Pode ocorrer nas primeiras 48 horas após a vacinação. Mantenha a criança hidratada e, se necessário, use antitérmico conforme orientação médica.

  • Irritabilidade ou sonolência: Geralmente passageiras, melhoram em 24-48 horas.

  • Perda de apetite: Temporária, costuma normalizar em poucos dias.

Quando procurar atendimento médico

Embora raros, alguns sinais podem indicar reações mais graves e exigem avaliação médica imediata:

  • Febre alta (acima de 39,5°C)

  • Choro persistente e inconsolável por mais de 3 horas

  • Convulsões

  • Manchas vermelhas pelo corpo

  • Dificuldade respiratória

  • Extrema sonolência ou dificuldade para acordar

Vacinação em Situações Especiais

Algumas crianças podem necessitar de esquemas especiais de vacinação devido a condições específicas de saúde:

Crianças prematuras

Bebês prematuros devem seguir o mesmo calendário de vacinação que os nascidos a termo, considerando sua idade cronológica (contada a partir do nascimento), e não a idade corrigida. Em alguns casos, podem ser necessárias doses adicionais de algumas vacinas.

Crianças com doenças crônicas

Crianças com doenças crônicas, como diabetes, asma, cardiopatias, entre outras, têm indicação ainda mais forte para vacinação, pois estão mais vulneráveis a complicações das doenças imunopreveníveis. Em alguns casos, podem ser recomendadas vacinas adicionais.

Crianças com imunodeficiências

Crianças com comprometimento do sistema imunológico necessitam de avaliação individualizada. Algumas vacinas vivas atenuadas (como BCG, rotavírus, febre amarela) podem ser contraindicadas, enquanto outras vacinas podem ser recomendadas em esquemas especiais.

Nesses casos, a criança deve ser encaminhada aos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), que oferecem vacinas especiais para pessoas em condições clínicas específicas.

Perguntas Frequentes sobre Vacinação Infantil

O que fazer se meu filho estiver com febre no dia da vacina?

Se a criança estiver com febre (temperatura acima de 37,5°C), é recomendável adiar a vacinação até que ela esteja sem febre. Doenças leves sem febre, como resfriado ou rinite, não são contraindicações para a vacinação.

O que fazer se perder o prazo de alguma vacina?

Não se preocupe! Procure a UBS mais próxima para atualizar a caderneta de vacinação. Na maioria dos casos, não é necessário reiniciar o esquema vacinal, apenas continuar de onde parou.

Posso vacinar meu filho em clínicas particulares?

Sim, todas as vacinas do calendário nacional também estão disponíveis em clínicas particulares, porém com custo. Algumas clínicas oferecem vacinas adicionais que não estão disponíveis no SUS.

Meu filho pode tomar mais de uma vacina no mesmo dia?

Sim, é seguro e recomendado tomar várias vacinas no mesmo dia. Isso evita visitas desnecessárias à unidade de saúde e garante que a criança fique protegida o mais rápido possível.

Vacinas causam reações alérgicas graves?

Reações alérgicas graves (anafilaxia) são extremamente raras, ocorrendo em menos de 1 caso por milhão de doses aplicadas. As unidades de vacinação estão preparadas para atender essas emergências, caso ocorram.

Crianças com alergia a ovo podem tomar todas as vacinas?

A maioria das crianças com alergia a ovo pode receber normalmente as vacinas, inclusive a da gripe e a tríplice viral. Apenas em casos de alergia grave (anafilaxia) ao ovo, algumas vacinas específicas podem necessitar de cuidados especiais na aplicação.

Campanhas de Vacinação

Além da vacinação de rotina disponível durante todo o ano, o Ministério da Saúde realiza campanhas específicas em determinados períodos:

Campanha Nacional contra a Poliomielite

Realizada anualmente, geralmente no segundo semestre, tem como objetivo vacinar crianças menores de 5 anos contra a poliomielite (paralisia infantil), doença que está erradicada no Brasil desde 1989, mas que ainda existe em alguns países.

Campanha de Multivacinação

Geralmente realizada junto com a campanha contra a poliomielite, tem como objetivo atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos, oferecendo todas as vacinas do calendário nacional.

Campanha contra o Sarampo

Realizada periodicamente, especialmente em situações de surto ou risco de reintrodução da doença, tem como objetivo vacinar crianças e adultos suscetíveis contra o sarampo.

Monitoramento da Cobertura Vacinal

O Brasil possui um sistema de informação que registra todas as doses de vacinas aplicadas no país, o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Esse sistema permite monitorar a cobertura vacinal e identificar áreas com baixa adesão à vacinação.

A cobertura vacinal é um indicador importante da saúde pública e reflete o percentual da população-alvo que recebeu determinada vacina. Para garantir a proteção coletiva (imunidade de rebanho), é necessário que a cobertura vacinal seja alta, geralmente acima de 90-95%, dependendo da doença.

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado uma queda nas coberturas vacinais, o que preocupa as autoridades de saúde e aumenta o risco de ressurgimento de doenças já controladas.

Conclusão

A vacinação infantil é um direito da criança e um dever dos pais ou responsáveis. O SUS oferece gratuitamente todas as vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde, garantindo proteção contra diversas doenças graves.

Manter a caderneta de vacinação em dia é um ato de amor e responsabilidade. Além de proteger seu filho, você contribui para a saúde de toda a comunidade, evitando a circulação de doenças imunopreveníveis.

Em caso de dúvidas sobre vacinação, procure orientação com profissionais de saúde na UBS mais próxima ou ligue para o Disque Saúde (136). Não deixe que informações falsas ou mitos coloquem em risco a saúde do seu filho.

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