Leishmaniose: Tratamento Gratuito e Completo pelo SUS

Saiba como o SUS diagnostica e trata a Leishmaniose (Visceral e Tegumentar) gratuitamente. Conheça os sintomas, prevenção e como buscar ajuda.

6/1/20255 min read

Leishmaniose no SUS: Diagnóstico, Tratamento Gratuito e Prevenção

Você já ouviu falar em Leishmaniose? Essa doença, causada por um parasita e transmitida pela picada de um pequeno inseto (o "mosquito palha"), pode ser grave, mas tem tratamento.

A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento totalmente gratuitos para a Leishmaniose, tanto a forma Visceral quanto a Tegumentar.

Neste guia completo, vamos explicar tudo o que você precisa saber: o que é a doença, como reconhecer os sintomas, como o SUS atua e como se prevenir. Continue lendo e tire suas dúvidas!

O que é Leishmaniose? Entendendo os Tipos

Leishmaniose não é uma doença única. Ela é causada por diferentes espécies de parasitas do gênero Leishmania e se manifesta principalmente de duas formas no Brasil:

Leishmaniose Visceral (LV) - Calazar

É a forma mais grave, também conhecida como Calazar. Afeta órgãos internos como fígado, baço e medula óssea.

Se não tratada, a Leishmaniose Visceral pode levar à morte em mais de 90% dos casos. A transmissão ocorre pela picada do mosquito palha infectado (principalmente da espécie Lutzomyia longipalpis).

Os cães são os principais reservatórios do parasita em áreas urbanas, ou seja, eles podem abrigar o parasita e, ao serem picados pelo mosquito, ajudam a manter o ciclo da doença.

Leishmaniose Tegumentar (LT) - Ferida Brava

Esta forma afeta principalmente a pele e as mucosas (nariz, boca, garganta). É conhecida popularmente como "ferida brava".

Causa úlceras (feridas) na pele que podem demorar a cicatrizar e, em alguns casos, lesões destrutivas nas mucosas.

A transmissão também ocorre pela picada de mosquitos palha infectados, de diferentes espécies. Animais silvestres (roedores, marsupiais) são os principais reservatórios, mas animais domésticos também podem ser infectados acidentalmente.

Sintomas da Leishmaniose: Como Reconhecer?

Os sintomas variam bastante dependendo do tipo da doença:

Sintomas da Leishmaniose Visceral (LV)

Fique atento a sinais como:

  • Febre de longa duração (semanas ou meses).

  • Aumento do fígado e do baço (barriga inchada).

  • Perda de peso progressiva.

  • Fraqueza e cansaço intenso.

  • Anemia (palidez).

  • Tosse, diarreia e sangramentos também podem ocorrer.

Sintomas da Leishmaniose Tegumentar (LT)

O principal sinal é o aparecimento de uma ou mais feridas na pele, geralmente nos locais da picada do mosquito:

  • As feridas começam pequenas, avermelhadas, e crescem lentamente.

  • Podem ter bordas elevadas e fundo granuloso, com ou sem crosta.

  • Geralmente são indolores, mas podem coçar.

  • Em alguns casos (forma mucosa), podem surgir feridas no nariz, boca ou garganta, causando entupimento, sangramento, dor e dificuldade para engolir ou falar.

Atenção: Se você mora em área de risco ou viajou para uma e apresenta algum desses sintomas, procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima imediatamente!

Diagnóstico da Leishmaniose pelo SUS

O diagnóstico precoce é crucial para o sucesso do tratamento e para evitar complicações. No SUS, o diagnóstico envolve:

Avaliação Clínica e Epidemiológica

O médico ou enfermeiro da UBS fará perguntas sobre seus sintomas, histórico de saúde, onde você mora ou viajou (para verificar se é área de transmissão).

O exame físico buscará os sinais característicos de cada forma da doença (inchaço abdominal na LV, feridas na pele/mucosa na LT).

Exames Laboratoriais

Para confirmar o diagnóstico, o SUS oferece gratuitamente exames específicos:

  • Exames Parasitológicos: Buscam encontrar o parasita diretamente em amostras de sangue, medula óssea (para LV) ou raspado/biópsia das lesões de pele/mucosa (para LT).

  • Exames Imunológicos: Detectam a presença de anticorpos contra a Leishmania no sangue (testes rápidos, ELISA, etc.). São mais usados para a LV.

Outros exames, como hemograma (para verificar anemia na LV) e eletrocardiograma (antes de iniciar certos tratamentos), também podem ser solicitados.

Tratamento Gratuito da Leishmaniose no SUS

O tratamento da Leishmaniose é um direito de todos e é oferecido gratuitamente pelo SUS.

Medicamentos Específicos

O tratamento é feito com medicamentos que matam o parasita. A escolha do remédio, a dose e a duração dependem do tipo de Leishmaniose, da gravidade e das condições do paciente.

Os principais medicamentos usados no SUS são:

  • Antimoniais Pentavalentes (Glucantime®): Principal tratamento para LT, administrado por injeções.

  • Anfotericina B (Lipossomal ou Desoxicolato): Usada para LV e casos mais graves ou resistentes de LT. Requer internação hospitalar para administração intravenosa.

  • Miltefosina: Opção de tratamento oral para LT em alguns casos específicos.

Importante: O tratamento deve ser feito sob supervisão médica rigorosa, pois os medicamentos podem ter efeitos colaterais. Nunca se automedique!

Acompanhamento Médico

Durante o tratamento, o paciente é acompanhado de perto pela equipe de saúde para monitorar a resposta aos medicamentos, controlar efeitos adversos e avaliar a cicatrização das lesões (na LT).

É fundamental seguir todas as orientações médicas e completar todo o ciclo de tratamento, mesmo que os sintomas melhorem antes, para garantir a cura e evitar recidivas.

Passo a Passo: Como Buscar Ajuda no SUS

Se você suspeita de Leishmaniose, siga estes passos:

  1. Procure a UBS mais próxima: Vá ao posto de saúde do seu bairro. Leve documentos de identificação e, se tiver, o Cartão SUS.

  2. Consulta e Avaliação: Descreva seus sintomas e informe se esteve em área de risco. O profissional de saúde fará a avaliação inicial.

  3. Encaminhamento (se necessário): Dependendo do caso e da estrutura local, você pode ser encaminhado para um serviço especializado para confirmação diagnóstica e/ou tratamento.

  4. Realização de Exames: Os exames necessários para confirmar o diagnóstico serão solicitados e realizados gratuitamente pelo SUS.

  5. Início do Tratamento: Com o diagnóstico confirmado, o tratamento gratuito será iniciado conforme o protocolo do Ministério da Saúde.

  6. Acompanhamento: Compareça a todas as consultas e siga rigorosamente as orientações médicas durante todo o tratamento.

Prevenção da Leishmaniose: Como se Proteger?

A prevenção envolve um conjunto de medidas direcionadas ao inseto vetor, aos reservatórios e à proteção individual:

  • Controle do Vetor: Uso de inseticidas (quando indicado pelas autoridades de saúde) e manejo ambiental para reduzir locais de reprodução do mosquito palha.

  • Proteção Individual: Usar repelentes, vestir roupas compridas ao entardecer/noite em áreas de risco, usar mosquiteiros e telas em janelas/portas.

  • Controle de Reservatórios (principalmente cães para LV): Uso de coleiras impregnadas com inseticida em cães, manejo adequado do ambiente para evitar atração de mosquitos, e, em situações específicas e conforme orientação veterinária e de saúde pública, outras medidas podem ser consideradas.

  • Educação em Saúde: Informar a população sobre a doença, sintomas, transmissão e formas de prevenção.

Conclusão

A Leishmaniose, seja Visceral ou Tegumentar, é uma doença que exige atenção, mas que pode ser diagnosticada e tratada com sucesso pelo SUS.

O acesso ao diagnóstico e ao tratamento gratuito é um direito seu. Ao primeiro sinal de suspeita, procure a Unidade Básica de Saúde.

A prevenção também é fundamental. Adote medidas de proteção individual e colabore com as ações de controle em sua comunidade. Juntos, podemos combater a Leishmaniose!

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