Ansiedade: Como Obter Tratamento Gratuito pelo SUS
Descubra como o SUS oferece tratamento gratuito para ansiedade. Conheça as terapias, medicamentos e práticas integrativas disponíveis na rede pública de saúde.
6/1/202513 min read


Ansiedade: Terapias e Medicamentos Disponíveis no SUS - Guia Completo
A ansiedade é um dos problemas de saúde mental mais comuns no Brasil, afetando milhões de pessoas. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 9,3% da população brasileira sofre com algum transtorno de ansiedade. A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito e completo para todos os tipos de transtornos de ansiedade.
Neste guia, você vai descobrir como acessar as terapias e medicamentos disponíveis no SUS para tratar a ansiedade, quais são os serviços oferecidos e como iniciar seu tratamento de forma gratuita e eficaz.
Se você ou alguém próximo está enfrentando sintomas de ansiedade que interferem na qualidade de vida, continue lendo para saber como buscar ajuda através do sistema público de saúde.
ATENÇÃO! A ansiedade pode se manifestar de diferentes formas e intensidades. Se você está enfrentando uma crise de ansiedade grave com sintomas como falta de ar intensa, sensação de morte iminente ou pensamentos suicidas, procure imediatamente o serviço de emergência mais próximo ou ligue para o SAMU (192).
O que são os Transtornos de Ansiedade?
Os transtornos de ansiedade são condições caracterizadas por preocupação excessiva, medo intenso e sintomas físicos que interferem significativamente na vida cotidiana. É importante entender que a ansiedade vai muito além do nervosismo comum - trata-se de uma condição médica que precisa de tratamento adequado.
Diferente da ansiedade normal, que todos sentimos em situações de estresse e que pode até ser benéfica em alguns casos, os transtornos de ansiedade são persistentes e podem piorar com o tempo se não forem tratados.
Principais Tipos de Transtornos de Ansiedade
Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade, cada um com suas características específicas:
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Preocupação excessiva e persistente sobre diversos aspectos da vida, como saúde, trabalho, família e dinheiro, mesmo quando não há motivo aparente.
Transtorno do Pânico: Caracterizado por ataques súbitos de medo intenso que atingem seu pico em minutos, acompanhados de sintomas físicos como palpitações, falta de ar e sensação de morte iminente.
Fobias Específicas: Medo intenso e irracional de objetos ou situações específicas, como altura, animais, sangue ou espaços fechados.
Transtorno de Ansiedade Social: Medo intenso de situações sociais e de ser julgado ou humilhado pelos outros.
Agorafobia: Medo de estar em lugares ou situações dos quais seria difícil escapar ou onde não haveria ajuda disponível em caso de ataque de pânico.
Transtorno de Ansiedade de Separação: Medo excessivo de se separar de pessoas às quais se tem forte vínculo emocional.
Mutismo Seletivo: Incapacidade de falar em determinadas situações sociais, apesar de conseguir falar normalmente em outras.
Sintomas da Ansiedade
Os sintomas da ansiedade podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:
Sintomas Psicológicos:
Preocupação excessiva e persistente
Sensação de perigo iminente ou pânico
Nervosismo, agitação ou tensão
Dificuldade de concentração
Irritabilidade
Pensamentos catastróficos
Medo de perder o controle
Sintomas Físicos:
Aumento da frequência cardíaca (palpitações)
Respiração acelerada (hiperventilação)
Sudorese excessiva
Tremores ou abalos
Sensação de fraqueza ou cansaço
Problemas gastrointestinais (náuseas, diarreia)
Tensão muscular
Insônia ou sono perturbado
Dores de cabeça
Importante: Para o diagnóstico de um transtorno de ansiedade, os sintomas devem estar presentes por um período prolongado (geralmente pelo menos seis meses) e causar sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida.
Como o SUS Diagnostica os Transtornos de Ansiedade?
O diagnóstico dos transtornos de ansiedade no SUS é feito por profissionais de saúde, geralmente médicos de família nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou psiquiatras nos serviços especializados. O processo envolve:
Avaliação clínica: Entrevista detalhada sobre os sintomas, histórico médico e familiar, fatores desencadeantes e impacto na vida diária.
Exame do estado mental: Avaliação do humor, pensamentos, percepção e cognição.
Exames complementares: Para descartar causas físicas que podem provocar sintomas semelhantes aos da ansiedade, como problemas na tireoide, cardíacos ou uso de substâncias.
Aplicação de escalas e questionários: Instrumentos padronizados que ajudam a avaliar a gravidade dos sintomas, como a Escala de Gravidade e Prejuízo da Ansiedade (EGPA).
O diagnóstico é clínico, ou seja, não existe um exame de sangue ou de imagem que possa confirmar um transtorno de ansiedade. Por isso, é fundamental que o paciente seja sincero durante a consulta e relate todos os sintomas que está sentindo.
Tratamentos para Ansiedade Disponíveis no SUS
O SUS oferece uma abordagem multidisciplinar para o tratamento dos transtornos de ansiedade, que pode incluir diferentes estratégias terapêuticas, dependendo da gravidade do caso e das necessidades individuais de cada paciente.
1. Psicoterapia
A psicoterapia é um dos pilares do tratamento para ansiedade. No SUS, as principais abordagens disponíveis são:
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Considerada uma das abordagens mais eficazes para transtornos de ansiedade, a TCC ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento negativos e comportamentos que mantêm a ansiedade. O paciente aprende técnicas para enfrentar situações temidas de forma gradual e controlada.
Terapia de Grupo: Sessões terapêuticas com outras pessoas que enfrentam problemas semelhantes, proporcionando troca de experiências e apoio mútuo.
Terapia Interpessoal: Foca nos relacionamentos e problemas interpessoais que podem contribuir para a ansiedade.
Terapia de Exposição: Especialmente útil para fobias e transtorno de pânico, envolve a exposição gradual às situações temidas em um ambiente seguro.
As sessões de psicoterapia podem ser realizadas nas UBS, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou em ambulatórios especializados. A frequência e duração do tratamento variam conforme a necessidade de cada paciente e a disponibilidade do serviço.
2. Tratamento Medicamentoso
Os medicamentos para ansiedade são prescritos por médicos (clínicos gerais ou psiquiatras) e atuam regulando substâncias químicas no cérebro relacionadas à ansiedade. O SUS disponibiliza gratuitamente diversos tipos de medicamentos, como:
Antidepressivos:
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS): Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina - são geralmente a primeira escolha para tratamento de longo prazo dos transtornos de ansiedade.
Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN): Venlafaxina, Duloxetina.
Antidepressivos Tricíclicos: Amitriptilina, Imipramina, Clomipramina.
Ansiolíticos:
Benzodiazepínicos: Clonazepam, Diazepam, Alprazolam - geralmente usados por curtos períodos devido ao risco de dependência.
Buspirona: Um ansiolítico não-benzodiazepínico que pode ser usado para tratamento de longo prazo.
Outros medicamentos:
Beta-bloqueadores: Propranolol - pode ajudar a controlar sintomas físicos da ansiedade, como tremores e palpitações.
Anticonvulsivantes: Pregabalina - pode ser usada em alguns casos específicos.
Os medicamentos podem ser retirados gratuitamente nas farmácias das UBS, nas farmácias dos CAPS ou através do programa Farmácia Popular. É importante ressaltar que o uso de medicamentos deve ser sempre supervisionado por um médico, seguindo rigorosamente a prescrição.
Importante: Os antidepressivos geralmente levam de 2 a 4 semanas para começar a fazer efeito no tratamento da ansiedade. Durante esse período, é fundamental manter o uso regular do medicamento e as consultas de acompanhamento.
3. Práticas Integrativas e Complementares
O SUS também oferece práticas integrativas que podem auxiliar no tratamento da ansiedade, como:
Meditação e Mindfulness: Técnicas que ajudam a acalmar a mente e focar no momento presente.
Acupuntura: Técnica milenar chinesa que pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade.
Yoga: Combina exercícios físicos, respiração e meditação.
Auriculoterapia: Estimulação de pontos específicos da orelha.
Arteterapia: Uso de expressão artística como forma terapêutica.
Musicoterapia: Utilização da música como ferramenta terapêutica.
Fitoterapia: Uso de plantas medicinais com propriedades calmantes.
Essas práticas são oferecidas em algumas UBS e CAPS, dependendo da disponibilidade de cada região. Elas podem ser utilizadas como complemento ao tratamento convencional, ajudando a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
4. Grupos de Apoio e Oficinas Terapêuticas
Os CAPS e algumas UBS oferecem grupos de apoio e oficinas terapêuticas que complementam o tratamento individual. Essas atividades incluem:
Grupos de conversa e troca de experiências
Oficinas de arte e expressão
Atividades físicas e de relaxamento
Grupos de familiares
Oficinas de geração de renda e reinserção social
Participar dessas atividades ajuda a reduzir o isolamento social, desenvolver habilidades de enfrentamento e criar uma rede de apoio, fatores importantes para a recuperação.
Onde Buscar Tratamento para Ansiedade no SUS
O SUS possui uma rede de serviços para atendimento em saúde mental, conhecida como Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Os principais pontos de acesso são:
1. Unidades Básicas de Saúde (UBS)
As UBS, também conhecidas como "postos de saúde", são a porta de entrada para o tratamento da ansiedade no SUS. Nelas, você pode:
Passar por consulta com médico de família ou clínico geral
Receber diagnóstico inicial e orientações
Iniciar tratamento para casos leves a moderados
Ser encaminhado para serviços especializados, se necessário
Participar de grupos terapêuticos
Acessar algumas práticas integrativas
Retirar medicamentos prescritos
2. Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
Os CAPS são serviços especializados em saúde mental que atendem casos moderados a graves. Existem diferentes tipos de CAPS:
CAPS I, II e III: Atendem pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. O tipo III funciona 24 horas, incluindo feriados e finais de semana.
CAPS AD (Álcool e Drogas): Especializado no atendimento de pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas.
CAPS i: Especializado no atendimento de crianças e adolescentes com transtornos mentais.
Nos CAPS, você encontra:
Equipe multidisciplinar (psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais)
Atendimento individual e em grupo
Oficinas terapêuticas
Medicação supervisionada
Atendimento à família
Atividades comunitárias
3. Ambulatórios de Saúde Mental
Os ambulatórios oferecem consultas com psiquiatras e psicólogos para casos que não necessitam da intensidade de cuidados do CAPS. O acesso geralmente é feito por encaminhamento da UBS.
4. Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF)
Os NASF contam com equipes multiprofissionais, incluindo psicólogos, que dão suporte às equipes de Saúde da Família. Eles podem oferecer atendimento especializado e grupos terapêuticos.
5. Hospitais Gerais e Psiquiátricos
Para casos graves que necessitam de internação, quando há risco para o paciente ou quando outros tratamentos não foram eficazes, o SUS dispõe de leitos em hospitais gerais e, em alguns casos, hospitais psiquiátricos.
Passo a Passo: Como Acessar o Tratamento para Ansiedade pelo SUS
Para Casos Leves a Moderados
Procure a UBS mais próxima da sua residência: Leve seus documentos pessoais (RG, CPF) e o cartão do SUS (que pode ser feito na própria unidade, caso não tenha).
Passe por uma consulta inicial: Um médico clínico geral ou de família fará uma avaliação inicial e poderá iniciar o tratamento ou encaminhar para um especialista.
Siga o tratamento recomendado: Pode incluir medicamentos, encaminhamento para psicoterapia ou grupos de apoio.
Mantenha as consultas de retorno: É importante voltar regularmente para avaliar a evolução do tratamento e fazer ajustes, se necessário.
Para Casos Moderados a Graves
Procure um CAPS: Você pode ir diretamente a um CAPS ou ser encaminhado pela UBS. Os CAPS funcionam com "portas abertas", ou seja, não é necessário agendamento prévio para o primeiro atendimento.
Passe pelo acolhimento inicial: Um profissional da equipe fará uma entrevista para entender sua situação e necessidades.
Elaboração do Projeto Terapêutico Singular (PTS): Junto com a equipe, será desenvolvido um plano de tratamento personalizado.
Início do tratamento: Pode incluir consultas com psiquiatra, psicoterapia individual ou em grupo, oficinas terapêuticas e medicação.
Acompanhamento regular: A frequência das visitas ao CAPS varia conforme a necessidade, podendo ser diária, semanal ou mensal.
Em Casos de Crise ou Emergência
Se você ou alguém próximo está em crise de ansiedade grave, com sintomas como:
Falta de ar intensa
Dor no peito
Sensação de desmaio
Medo intenso de morrer
Pensamentos suicidas
Procure imediatamente:
SAMU (192): Explique a situação e solicite ajuda.
UPA (Unidade de Pronto Atendimento): Disponível 24 horas para atendimentos de urgência.
Pronto-socorro do hospital mais próximo: Principalmente se houver sintomas físicos intensos.
CAPS III: Se disponível na sua região, oferece atendimento 24 horas para emergências em saúde mental.
CVV (188): O Centro de Valorização da Vida oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia.
Documentos Necessários para Iniciar o Tratamento
Para iniciar o tratamento para ansiedade pelo SUS, você precisará dos seguintes documentos:
Documento de identidade (RG)
CPF
Cartão do SUS (pode ser feito na própria unidade de saúde)
Comprovante de residência
Se você já passou por tratamento em outro serviço, é útil levar relatórios médicos anteriores, receitas e resultados de exames, se disponíveis.
Medicamentos para Ansiedade Disponíveis Gratuitamente
O SUS disponibiliza gratuitamente diversos medicamentos para o tratamento da ansiedade através da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Alguns dos principais são:
ClasseMedicamentoIndicaçãoAntidepressivos ISRSFluoxetinaTAG, TOC, Transtorno do Pânico, Fobia SocialSertralinaTAG, TOC, Transtorno do Pânico, TEPTParoxetinaTAG, Transtorno do Pânico, Fobia SocialAntidepressivos TricíclicosAmitriptilinaTAG, Transtorno do PânicoClomipraminaTOC, Transtorno do PânicoBenzodiazepínicosClonazepamTAG, Transtorno do Pânico (curto prazo)DiazepamTAG (curto prazo)LorazepamTAG (curto prazo)Beta-bloqueadorPropranololSintomas físicos da ansiedade
Esses medicamentos podem ser retirados nas farmácias das UBS, nas farmácias dos CAPS ou através do programa Farmácia Popular, mediante apresentação de receita médica.
Atenção: Os benzodiazepínicos são geralmente prescritos apenas para uso de curto prazo (2-4 semanas) devido ao risco de dependência e tolerância. Para tratamento de longo prazo, os antidepressivos são a opção preferencial.
Direitos da Pessoa com Transtornos de Ansiedade
As pessoas com transtornos de ansiedade têm direitos garantidos por lei, incluindo:
Direito ao tratamento gratuito e integral pelo SUS: Incluindo consultas, medicamentos e terapias.
Direito à não discriminação: A Lei 10.216/2001 protege os direitos das pessoas com transtornos mentais e combate o estigma.
Direito ao sigilo: As informações sobre o tratamento são confidenciais.
Direito a benefícios previdenciários: Em casos de incapacidade para o trabalho devido à ansiedade grave, pode-se solicitar auxílio-doença ou, em casos mais graves, aposentadoria por invalidez.
Direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC): Para pessoas de baixa renda que não podem trabalhar devido a transtornos graves.
Direito a adaptações no ambiente de trabalho: Em alguns casos, é possível solicitar adaptações razoáveis no ambiente de trabalho.
Prevenção e Autocuidado
Além do tratamento profissional, existem medidas de autocuidado que podem ajudar na prevenção e no manejo da ansiedade:
Praticar técnicas de relaxamento: Respiração profunda, relaxamento muscular progressivo e meditação podem ajudar a reduzir a ansiedade.
Manter uma alimentação equilibrada: Evitar excesso de cafeína, álcool e açúcar, que podem piorar os sintomas.
Praticar atividade física regularmente: O exercício libera endorfinas, que melhoram o humor e reduzem a ansiedade.
Estabelecer uma rotina de sono regular: Dormir bem é fundamental para a saúde mental.
Limitar o consumo de notícias e redes sociais: A exposição excessiva pode aumentar a ansiedade.
Reservar tempo para atividades prazerosas: Fazer coisas que trazem satisfação ajuda a combater o estresse.
Manter conexões sociais: O apoio de amigos e familiares é importante para a recuperação.
Praticar a aceitação: Aprender a aceitar que algumas coisas estão fora do nosso controle.
Estabelecer limites saudáveis: Aprender a dizer "não" quando necessário.
Lembre-se: Essas medidas de autocuidado são complementares ao tratamento profissional, não substitutas. É fundamental seguir as orientações médicas e manter o tratamento prescrito.
Histórias de Sucesso: Tratamento da Ansiedade pelo SUS
Carlos, 35 anos, professor, começou a sentir sintomas de ansiedade após uma mudança de emprego. "No início, achei que era apenas estresse passageiro, mas os sintomas foram piorando. Tinha palpitações, suava frio e comecei a evitar situações sociais. Quando percebi que estava afetando meu trabalho, decidi procurar ajuda."
"Fui à UBS do meu bairro e, após uma consulta com o clínico geral, fui encaminhado para o CAPS. Lá, recebi atendimento com psiquiatra e comecei a participar de sessões de terapia em grupo. Também me receitaram fluoxetina, que retiro gratuitamente na farmácia da UBS. Depois de alguns meses, já notei uma grande diferença. Ainda tenho momentos de ansiedade, mas aprendi técnicas para lidar com eles e retomei minhas atividades normais."
Ana, 42 anos, enfrentava crises de pânico há anos, mas resistia a procurar ajuda. "Eu tinha vergonha de falar sobre o que estava sentindo. Achava que as pessoas iam me achar fraca ou 'louca'. Mas depois de uma crise muito forte, em que precisei ir ao pronto-socorro achando que estava tendo um ataque cardíaco, decidi que não podia mais viver assim."
"Procurei o CAPS da minha cidade e fui muito bem acolhida. Comecei um tratamento com medicação e terapia cognitivo-comportamental. Também participei de oficinas de arteterapia, que me ajudaram muito a expressar sentimentos que eu não conseguia colocar em palavras. Hoje, depois de um ano e meio de tratamento, não tenho mais crises de pânico e aprendi a identificar os sinais de ansiedade antes que eles se tornem incontroláveis."
Perguntas Frequentes sobre Tratamento da Ansiedade pelo SUS
1. Quanto tempo leva para os medicamentos para ansiedade fazerem efeito?
Os antidepressivos, que são frequentemente usados para tratar transtornos de ansiedade a longo prazo, geralmente levam de 2 a 4 semanas para começar a mostrar efeitos. A melhora completa pode levar até 12 semanas. Já os benzodiazepínicos têm efeito mais rápido, geralmente em minutos ou horas, mas são indicados apenas para uso de curto prazo devido ao risco de dependência.
2. Posso trabalhar normalmente enquanto faço tratamento para ansiedade?
Na maioria dos casos, sim. O objetivo do tratamento é justamente melhorar a qualidade de vida e a funcionalidade. Em casos mais graves, pode ser necessário um afastamento temporário do trabalho, que deve ser avaliado pelo médico.
3. O que fazer se não houver vaga para psicoterapia no SUS?
Infelizmente, em algumas regiões pode haver fila de espera para psicoterapia. Nesse caso, você pode:
Participar de grupos terapêuticos, que geralmente têm maior disponibilidade
Buscar ONGs e instituições que oferecem atendimento psicológico gratuito ou a preço social
Verificar se há clínicas-escola de faculdades de psicologia na sua região
Manter o tratamento medicamentoso e as consultas de acompanhamento enquanto aguarda
4. Os medicamentos para ansiedade causam dependência?
Os benzodiazepínicos (como clonazepam e diazepam) podem causar dependência física e psicológica, especialmente quando usados por períodos prolongados. Por isso, são geralmente prescritos apenas para uso de curto prazo. Já os antidepressivos não causam dependência, embora possam causar sintomas de descontinuação se interrompidos abruptamente. Por isso, a suspensão deve ser gradual e sempre sob orientação médica.
5. A ansiedade tem cura?
Os transtornos de ansiedade são condições tratáveis, e muitas pessoas conseguem uma remissão completa dos sintomas com o tratamento adequado. Outras podem precisar de tratamento contínuo ou intermitente ao longo da vida. O importante é que, mesmo nos casos crônicos, é possível aprender a manejar os sintomas e ter uma vida plena e funcional.
Conclusão
A ansiedade é uma condição tratável, e o SUS oferece um sistema completo de cuidados para pessoas que enfrentam esse transtorno. O tratamento multidisciplinar, que combina medicamentos, psicoterapia e outras abordagens, tem se mostrado eficaz na maioria dos casos.
Se você está enfrentando sintomas de ansiedade, não hesite em procurar ajuda. O primeiro passo pode ser difícil, mas é fundamental para iniciar o processo de recuperação. Lembre-se: buscar tratamento para ansiedade não é sinal de fraqueza, mas de coragem e autocuidado.
O SUS está disponível para oferecer o suporte necessário, com profissionais capacitados e tratamentos baseados em evidências científicas. Com o tratamento adequado, é possível recuperar a qualidade de vida e o bem-estar emocional.
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