Impetigo: Tipos, Fluxo de Atendimento, Acesso a Antibióticos e Medidas de Prevenção de Contágio Garantidas pelo SUS

Saiba como o SUS trata o impetigo, o acesso a medicamentos como Mupirocina e Cefalexina, e a importância da higiene para evitar a disseminação da infecção.

12/8/20254 min read

Impetigo: Tratamento Antibiótico, Tipos e Prevenção de Contágio pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

O Impetigo é uma infecção bacteriana da pele extremamente contagiosa, sendo uma das dermatoses mais comuns na infância. Caracteriza-se pelo surgimento de lesões que evoluem para crostas ou bolhas, exigindo tratamento rápido com antibióticos para evitar a disseminação e possíveis complicações. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o diagnóstico, o tratamento completo com medicamentos essenciais e as orientações de higiene e prevenção para o controle eficaz desta infecção.

Este guia detalhado explora os dois tipos principais de impetigo (não bolhoso e bolhoso), o fluxo de atendimento, o acesso aos antibióticos tópicos e orais e as medidas preventivas garantidas pelo SUS, com o compromisso de entregar um conteúdo completo e didático, focado na interrupção da cadeia de transmissão.

1. Tipos de Impetigo, Agentes Causadores e Sintomas

O impetigo é classificado em dois tipos principais, dependendo da aparência das lesões e do agente bacteriano predominante.

Impetigo Não Bolhoso (Crostoso):

É a forma mais comum, representando cerca de 70% dos casos.

  • Agentes Causadores: Principalmente Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes.

  • Sintomas: Inicia-se com pequenas manchas vermelhas (máculas) que evoluem rapidamente para vesículas (pequenas bolhas) e pústulas (bolhas com pus). A característica mais marcante é a formação de crostas cor de mel ou amareladas, que se formam após o rompimento das lesões. As lesões costumam aparecer ao redor do nariz e da boca, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo.

Impetigo Bolhoso:

É menos comum e quase sempre causado exclusivamente por cepas de Staphylococcus aureus que produzem uma toxina esfoliativa.

  • Agente Causador: Staphylococcus aureus.

  • Sintomas: Caracteriza-se pelo surgimento de bolhas maiores (bolhas), flácidas e cheias de líquido claro ou amarelado. Essas bolhas se rompem facilmente, deixando uma área úmida e avermelhada que, posteriormente, forma uma crosta fina. As lesões são mais comuns no tronco, braços e pernas.

2. Diagnóstico e Fluxo de Atendimento pelo SUS

O diagnóstico do impetigo é predominantemente clínico, realizado pelo médico ou enfermeiro da Atenção Primária (UBS/USF).

Diagnóstico na UBS:

  • Avaliação Clínica: O profissional de saúde identifica as lesões típicas (crostas cor de mel ou bolhas) e o histórico de contágio.

  • Cultura de Lesão: O exame laboratorial (cultura bacteriana) é reservado para casos atípicos, lesões que não respondem ao tratamento inicial, ou em situações de surto, para identificar o agente causador e o perfil de resistência aos antibióticos. Este exame é oferecido gratuitamente pelo SUS.

Tratamento Imediato:

Devido à alta contagiosidade, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível na própria UBS, após a confirmação clínica.

3. Tratamento Antibiótico Gratuito pelo SUS

O tratamento do impetigo é baseado no uso de antibióticos para erradicar a bactéria, acelerar a cicatrização e, crucialmente, interromper a cadeia de transmissão. O SUS garante o acesso aos medicamentos essenciais.

Antibióticos Tópicos (Para Casos Localizados):

Para o impetigo não bolhoso com poucas lesões e em área restrita, o tratamento de primeira linha é tópico.

  • Mupirocina (Pomada): É o antibiótico tópico de escolha, altamente eficaz contra Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. A Mupirocina é disponibilizada pelo SUS em muitas Farmácias Básicas ou mediante programas específicos.

  • Ácido Fusídico (Pomada): Outra opção tópica eficaz, embora menos comum na RENAME.

Importante: Antes da aplicação do antibiótico, o SUS orienta a remoção das crostas com água morna e sabão neutro, o que facilita a penetração do medicamento e acelera a cura.

Antibióticos Orais (Para Casos Extensos ou Bolhosos):

O tratamento sistêmico (oral) é indicado para:

  • Impetigo bolhoso.

  • Impetigo não bolhoso com múltiplas lesões ou lesões extensas.

  • Casos que não respondem ao tratamento tópico.

  • Impetigo em pacientes imunocomprometidos.

O SUS disponibiliza antibióticos orais de amplo espectro, como:

  • Cefalexina: É o antibiótico oral de primeira escolha, eficaz contra Staphylococcus e Streptococcus.

  • Amoxicilina com Clavulanato: Usado em casos de suspeita de resistência ou falha terapêutica.

  • Sulfametoxazol + Trimetoprima: Uma alternativa para pacientes alérgicos à penicilina.

O tratamento oral tem duração média de 7 a 10 dias, e o paciente deve ser orientado a tomar o medicamento até o fim, mesmo que as lesões desapareçam, para evitar a recidiva e a resistência bacteriana.

4. Prevenção de Complicações e Contágio

A prevenção é o pilar no manejo do impetigo, especialmente em ambientes coletivos como creches e escolas.

Prevenção da Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica (GNPE):

Uma das complicações mais temidas do impetigo causado pelo Streptococcus pyogenes é a GNPE, uma doença renal grave. O tratamento rápido e adequado do impetigo com antibióticos, garantido pelo SUS, é a principal forma de prevenção desta complicação.

Medidas de Higiene e Isolamento:

  • Higiene Rigorosa: Lavagem frequente das mãos com água e sabão, principalmente após tocar nas lesões.

  • Isolamento: Crianças com impetigo devem ser afastadas da escola ou creche até 24 horas após o início do tratamento com antibióticos orais, ou até que as lesões tenham cicatrizado, para evitar o contágio.

  • Cuidados Pessoais: Manter as unhas curtas para evitar o ato de coçar, que pode espalhar a bactéria para outras áreas do corpo ou para outras pessoas.

  • Não Compartilhar: Evitar o compartilhamento de toalhas, roupas, lençóis e objetos de higiene pessoal.

O SUS atua de forma integrada, não apenas tratando a doença, mas também promovendo a educação em saúde para que as famílias e as comunidades possam controlar a disseminação do impetigo, garantindo um ambiente mais seguro e saudável para todos.

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Referências