Coqueluche pelo SUS: Diagnóstico, Tratamento e Vacinação Gratuita

Saiba como o SUS oferece diagnóstico, tratamento e a vacina essencial para prevenir a coqueluche.

1/28/20254 min read

Coqueluche pelo SUS: Diagnóstico, Tratamento e Vacinação Gratuita

A coqueluche, também conhecida como “tosse comprida”, é uma doença infecciosa aguda do trato respiratório, altamente contagiosa e causada pela bactéria Bordetella pertussis. Caracteriza-se por crises de tosse intensas e prolongadas, que podem ser seguidas por um som de “guincho” ao inspirar. Embora possa afetar pessoas de todas as idades, é particularmente perigosa para bebês e crianças pequenas, podendo levar a complicações graves e até mesmo ao óbito.

A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todo o suporte necessário para o diagnóstico, tratamento e, o mais importante, a prevenção da coqueluche por meio da vacinação gratuita. Este guia completo detalha o que é a coqueluche, seus sintomas, como é diagnosticada, as opções de tratamento e a importância da vacinação disponível pelo SUS.

O que é Coqueluche?

A coqueluche é uma infecção bacteriana que afeta as vias aéreas, principalmente a traqueia e os brônquios. A bactéria Bordetella pertussis se instala no sistema respiratório e produz toxinas que danificam as células ciliadas, responsáveis por remover muco e detritos, levando à inflamação e à tosse característica.

Como a Coqueluche é Transmitida?

A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, principalmente por meio de gotículas de saliva liberadas ao tossir, espirrar ou falar. É uma doença de alta transmissibilidade, o que a torna um desafio para a saúde pública, especialmente em ambientes fechados e com aglomeração de pessoas.

Sintomas da Coqueluche

A coqueluche se desenvolve em três fases, com sintomas que variam em intensidade:

1. Fase Catarral (1 a 2 semanas)

  • Sintomas semelhantes aos de um resfriado comum: coriza, espirros, febre baixa e tosse leve.

  • Nesta fase, a doença é mais contagiosa.

2. Fase Paroxística (2 a 6 semanas ou mais)

  • Crises de tosse intensas e incontroláveis, que podem durar vários minutos.

  • A tosse é seguida por um som de “guincho” (estridor inspiratório) ao tentar inspirar.

  • Vômitos após as crises de tosse são comuns.

  • Cansaço extremo e dificuldade para respirar.

3. Fase de Convalescença (semanas a meses)

  • A frequência e a intensidade das crises de tosse diminuem gradualmente.

  • A recuperação é lenta e a tosse pode persistir por semanas ou meses.

Diagnóstico da Coqueluche pelo SUS

O diagnóstico da coqueluche é feito por um médico, que irá considerar os sintomas apresentados e, se necessário, solicitar exames complementares. O SUS oferece o suporte para o diagnóstico em suas unidades de saúde.

Avaliação Clínica

Na Unidade Básica de Saúde (UBS), o médico irá:

  • Perguntar sobre os sintomas, especialmente a característica da tosse.

  • Avaliar o histórico de vacinação do paciente.

  • Verificar se houve contato com pessoas doentes.

Exames Laboratoriais

Para confirmar o diagnóstico, o médico pode solicitar:

  • Cultura de secreção de nasofaringe: Coleta de material da parte de trás do nariz e da garganta para identificar a bactéria.

  • PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): Exame molecular que detecta o material genético da bactéria, sendo mais rápido e sensível.

Esses exames são realizados gratuitamente pelos laboratórios conveniados ao SUS, mediante encaminhamento médico.

Tratamento da Coqueluche pelo SUS

O tratamento da coqueluche é feito principalmente com antibióticos, que ajudam a eliminar a bactéria e a reduzir a transmissibilidade da doença. O SUS disponibiliza os medicamentos necessários para o tratamento.

Medicamentos Disponíveis no SUS (RENAME)

Os antibióticos mais utilizados no tratamento da coqueluche, e que estão disponíveis na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) do SUS, são os macrolídeos, como a Azitromicina e a Eritromicina. A escolha do antibiótico e a duração do tratamento serão definidas pelo médico, de acordo com a idade do paciente e a fase da doença.

Além dos antibióticos, o tratamento inclui medidas de suporte para aliviar os sintomas e garantir o bem-estar do paciente:

  • Repouso: Fundamental para a recuperação.

  • Hidratação: Ingestão de bastante líquido para evitar a desidratação, especialmente em casos de vômitos.

  • Alimentação: Oferecer pequenas refeições e mais frequentes para evitar vômitos.

  • Ambiente: Manter o ambiente arejado e livre de irritantes (fumaça, poeira).

Em casos graves, especialmente em bebês, a internação hospitalar pode ser necessária para monitoramento e suporte respiratório.

Prevenção da Coqueluche: A Vacinação pelo SUS

A vacinação é a forma mais eficaz e segura de prevenir a coqueluche e suas complicações. O SUS oferece a vacina contra a coqueluche gratuitamente, seguindo o Calendário Nacional de Vacinação.

Vacinas Disponíveis no SUS:

  • Vacina Pentavalente (DTP/Hib/Hep B): Protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B. É aplicada em crianças aos 2, 4 e 6 meses de idade.

  • Vacina DTP (Tríplice Bacteriana): Reforço contra difteria, tétano e coqueluche, aplicado aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

  • Vacina dTpa (Tríplice Bacteriana Acelular do Tipo Adulto): Recomendada para adolescentes, adultos e, principalmente, gestantes. A vacinação de gestantes (a partir da 20ª semana de gestação) é crucial para proteger o bebê nos primeiros meses de vida, quando ele ainda não completou o esquema vacinal.

É fundamental manter o calendário de vacinação atualizado para garantir a proteção individual e coletiva contra a coqueluche. Procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima para vacinar-se e vacinar seus filhos.

A coqueluche é uma doença séria, mas com o diagnóstico precoce, tratamento adequado e, acima de tudo, a vacinação, é possível controlá-la e proteger a saúde da população. O SUS está comprometido em oferecer esses serviços de forma acessível e gratuita a todos os cidadãos.

Artigos Relacionados

Referências