Irritação Ocular: Guia Completo de Causas, Sinais de Alerta e Fluxo de Atendimento Oftalmológico, Medicamentos e Cirurgias pelo SUS
Saiba como o SUS trata a irritação ocular, a diferença entre conjuntivite e olho seco, o acesso a colírios lubrificantes e antibióticos, e o caminho para o tratamento de doenças crônicas como Glaucoma e Catarata.
12/1/20254 min read


Irritação Ocular: Causas, Diagnóstico e o Fluxo de Atendimento Oftalmológico pelo SUS
A irritação ocular é uma queixa extremamente comum, manifestando-se como vermelhidão, coceira, ardência ou sensação de corpo estranho. Embora na maioria das vezes seja um problema benigno e autolimitado, pode ser um sintoma de condições que exigem atenção especializada. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um fluxo de atendimento oftalmológico que começa na atenção primária e se estende a serviços de alta complexidade, garantindo o diagnóstico e o tratamento de diversas patologias oculares.
Este guia detalhado explora as principais causas da irritação ocular, a diferença entre as condições mais comuns (como conjuntivite e olho seco), os medicamentos e tratamentos disponíveis gratuitamente e o caminho para o atendimento de urgência e especializado pelo SUS.
O Que Causa a Irritação Ocular e os Sinais de Alerta
A irritação ocular é o resultado da inflamação ou do ressecamento da superfície do olho, principalmente da conjuntiva (membrana que reveste a pálpebra e a esclera).
As Três Causas Mais Comuns:
Conjuntivite: É a inflamação da conjuntiva. É a causa mais frequente de olho vermelho e irritado.
Viral: Altamente contagiosa, geralmente associada a resfriados. Causa lacrimejamento, vermelhidão e secreção clara. O tratamento é sintomático.
Bacteriana: Menos comum, causa secreção amarelada ou esverdeada (purulenta). Exige tratamento com colírios antibióticos.
Alérgica: Causa coceira intensa, associada a rinite ou exposição a alérgenos (pólen, poeira).
Olho Seco: Condição crônica causada pela produção insuficiente ou má qualidade da lágrima. Causa ardência, sensação de areia e, paradoxalmente, lacrimejamento reflexo.
Alergias Ambientais: Reação a poluentes, fumaça, cloro de piscina ou produtos de limpeza.
Sinais de Alerta para Atendimento de Urgência
Embora a maioria dos casos seja tratada na atenção primária, alguns sintomas indicam uma emergência oftalmológica que exige atendimento imediato em um pronto-socorro de referência:
Perda súbita e indolor da visão.
Dor ocular intensa que não melhora com analgésicos.
Trauma ocular (pancada, perfuração).
Presença de corpo estranho que não pode ser removido com lavagem.
Visão de halos ou luzes piscando.
O Fluxo de Atendimento Oftalmológico pelo SUS
O atendimento oftalmológico no SUS é estruturado em três níveis de atenção, sendo a Atenção Primária a porta de entrada.
1. Atenção Primária (UBS/USF)
O primeiro contato deve ser na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Saúde da Família (USF). O médico ou enfermeiro da equipe de saúde fará a avaliação inicial e o tratamento de condições simples.
Diagnóstico e Tratamento Simples: Casos de conjuntivite viral, olho seco leve e irritações por corpo estranho (após remoção) são tratados na UBS.
Medicação: O profissional prescreverá colírios lubrificantes (lágrimas artificiais) e, se necessário, colírios antibióticos ou anti-histamínicos, que podem ser retirados na Farmácia Básica do município.
2. Atendimento de Urgência e Emergência
O SUS possui serviços de urgência e emergência oftalmológica 24 horas em hospitais de referência, conforme a Portaria nº 288/2008 do Ministério da Saúde. Para casos graves (trauma, dor intensa, perda de visão), o paciente deve ser encaminhado diretamente para esses serviços.
3. Atenção Especializada (Oftalmologia Eletiva)
Para casos crônicos, complexos ou que necessitem de exames especializados (como Glaucoma, Catarata, retinopatias), o paciente é encaminhado para o Oftalmologista via sistema de regulação (SISREG).
O SUS garante o acesso a:
Consultas Especializadas: Para diagnóstico e acompanhamento de doenças crônicas.
Exames: Tonometria (para Glaucoma), Mapeamento de Retina, Ultrassonografia Ocular.
Cirurgias: O Programa Nacional de Cirurgias Eletivas cobre procedimentos como a cirurgia de Catarata (uma das mais realizadas no SUS) e o tratamento cirúrgico do Glaucoma.
Medicamentos Essenciais e Tratamentos Disponíveis
O tratamento da irritação ocular no SUS foca no alívio dos sintomas e no combate à causa, com acesso a medicamentos essenciais:
Colírios Lubrificantes (Lágrimas Artificiais)
São o tratamento fundamental para o Olho Seco e para o alívio sintomático da conjuntivite viral. O SUS disponibiliza formulações de lágrimas artificiais na Farmácia Básica.
Colírios Antibióticos e Anti-histamínicos
Conjuntivite Bacteriana: Colírios como Tobramicina ou Cloranfenicol são prescritos e fornecidos para combater a infecção.
Conjuntivite Alérgica: Colírios com Cetotifeno (anti-histamínico) são utilizados para reduzir a coceira e a inflamação.
Tratamento de Doenças Crônicas
Para doenças como o Glaucoma, o SUS fornece colírios para controle da pressão intraocular (ex: Timolol, Latanoprost) e garante o acompanhamento oftalmológico contínuo.
Prevenção e Cuidados Básicos
A prevenção é a melhor forma de evitar a irritação ocular. As equipes de saúde do SUS orientam sobre medidas simples de higiene e cuidado:
Higiene das Mãos: Lavar as mãos frequentemente, especialmente antes de tocar nos olhos, para evitar a transmissão de conjuntivite.
Não Compartilhar: Evitar compartilhar maquiagem, toalhas ou colírios.
Controle Ambiental: Evitar exposição a fumaça, poeira e alérgenos.
Higiene Palpebral: Para casos de Blefarite (inflamação das pálpebras), a limpeza diária com produtos neutros é fundamental.
O SUS desempenha um papel vital na saúde ocular, garantindo que desde a irritação mais simples até as doenças mais complexas, como o Glaucoma e a Catarata, sejam diagnosticadas e tratadas, promovendo a qualidade de vida e a preservação da visão da população.
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