Resfriado Comum: Sintomas, Tratamento Sintomático e Ajuda Gratuita pelo SUS

Guia completo sobre o Resfriado Comum: aprenda a diferenciar os sintomas da gripe e da COVID-19, entenda o fluxo de atendimento na UBS e saiba como o SUS oferece tratamento sintomático e medicamentos gratuitos.

11/25/20256 min read

Resfriado Comum: Como Tratar e Como o SUS Pode Ajudar

O que é o Resfriado Comum?

O resfriado comum é uma das infecções virais mais frequentes do trato respiratório superior, afetando principalmente o nariz e a garganta. É uma condição geralmente benigna e autolimitada, o que significa que o corpo se recupera sozinho em um curto período. Diferentemente da gripe (Influenza), que é causada pelo vírus Influenza e pode levar a complicações graves, o resfriado é causado predominantemente por rinovírus, mas também pode ser provocado por outros vírus, como o coronavírus (não o SARS-CoV-2), o adenovírus e o vírus sincicial respiratório .

A alta frequência do resfriado se deve à grande variedade de vírus que podem causá-lo e à facilidade de transmissão, que ocorre principalmente pelo contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas, seja por gotículas liberadas ao tossir ou espirrar, ou pelo contato com superfícies contaminadas.

É importante ressaltar que, embora o resfriado seja uma condição leve, a hidratação adequada é um pilar fundamental no manejo dos sintomas. A ingestão de líquidos ajuda a fluidificar as secreções nasais e brônquicas, facilitando a expectoração e a respiração. O SUS, através de seus profissionais de saúde, sempre enfatiza a importância de manter o corpo bem hidratado durante o período de infecção viral.

Sintomas: A Diferença entre Resfriado, Gripe e COVID-19

Outra distinção importante, que muitas vezes causa confusão, é entre o resfriado comum e a rinite alérgica. Enquanto o resfriado é uma infecção viral, a rinite é uma reação do sistema imunológico a alérgenos (como poeira, pólen ou pelos de animais). A rinite não causa febre, dor no corpo ou mal-estar geral, mas sim coceira intensa no nariz, olhos e garganta, além de espirros em salva e coriza aquosa. O tratamento da rinite é focado em anti-histamínicos e corticoides nasais, enquanto o resfriado é tratado com sintomáticos. O diagnóstico correto na UBS é essencial para evitar o uso inadequado de medicamentos.

É fundamental saber diferenciar o resfriado de outras infecções respiratórias mais sérias, como a gripe e a COVID-19, para buscar o atendimento adequado no SUS.

Os sintomas do resfriado são tipicamente mais leves e localizados, concentrando-se no nariz e na garganta. A duração é curta, geralmente entre dois a quatro dias, podendo se estender por até uma semana. A ausência de febre alta e de dor no corpo intensa são os principais diferenciais em relação à gripe e à COVID-19.

Para facilitar a compreensão, considere as principais diferenças:

  • Resfriado Comum: Início gradual, febre rara ou baixa, coriza e espirros proeminentes, dor no corpo leve ou ausente.

  • Gripe (Influenza): Início súbito, febre alta e comum, dor no corpo intensa, exaustão e fadiga.

  • COVID-19: Início variável, febre alta e comum, exaustão intensa e, frequentemente, perda de olfato e paladar.

O Fluxo de Atendimento pelo SUS

O tratamento do resfriado comum é um excelente exemplo de como a Atenção Básica do SUS funciona como a porta de entrada e o centro de coordenação do cuidado.

1. A Unidade Básica de Saúde (UBS)

A Unidade Básica de Saúde (UBS) ou a Unidade de Saúde da Família (USF) é o local ideal para o primeiro atendimento. O objetivo principal é:

  • Diagnóstico Diferencial: O profissional de saúde (médico ou enfermeiro) irá avaliar os sintomas para descartar a possibilidade de gripe, COVID-19 ou outras infecções que exijam tratamento específico.

  • Orientação e Aconselhamento: Como o resfriado não tem cura, o foco do atendimento é educar o paciente sobre o tratamento sintomático e as medidas de autocuidado.

2. O Tratamento Sintomático Gratuito

O tratamento do resfriado é apenas sintomático, visando o alívio do desconforto até que o sistema imunológico elimine o vírus. O SUS garante o acesso gratuito aos medicamentos essenciais para esse alívio:

  • Analgésicos e Antitérmicos: Para combater a dor de cabeça e a febre baixa (se houver). O Paracetamol e a Dipirona são os medicamentos de primeira escolha e estão disponíveis gratuitamente na Farmácia Básica da UBS.

  • Anti-histamínicos: Podem ser utilizados para reduzir a coriza e os espirros, embora seu uso deva ser avaliado pelo profissional de saúde, pois podem causar sonolência.

  • Descongestionantes Nasais: O uso de descongestionantes tópicos deve ser feito com cautela e por um período muito curto (máximo de 3 a 5 dias), devido ao risco de efeito rebote e dependência. O SUS prioriza a lavagem nasal com soro fisiológico.

Medidas de Autocuidado e Prevenção

A eficácia do tratamento do resfriado está diretamente ligada às medidas de autocuidado, que são amplamente promovidas pelo SUS.

1. Hidratação e Repouso

  • Hidratação: Beber bastante líquido (água, chás, sucos naturais) é crucial para fluidificar as secreções e evitar a desidratação, especialmente se houver febre.

  • Repouso: O repouso é a melhor forma de permitir que o corpo utilize sua energia para combater o vírus.

2. Lavagem Nasal

A lavagem nasal com soro fisiológico é a medida mais eficaz e segura para aliviar a congestão e a coriza, sendo amplamente recomendada pelos profissionais de saúde da Atenção Básica. O soro fisiológico é um item de baixo custo e pode ser obtido gratuitamente em algumas unidades.

3. Prevenção

A prevenção é a melhor estratégia contra o resfriado, e o SUS atua ativamente na promoção dessas medidas:

  • Higiene das Mãos: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão é a medida mais importante para evitar a transmissão.

  • Etiqueta Respiratória: Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar (preferencialmente com o antebraço ou um lenço descartável).

  • Evitar Aglomerações: Principalmente em períodos de alta circulação de vírus respiratórios.

A Importância da Vacinação no Contexto das Infecções Respiratórias

Embora não exista vacina para o resfriado comum, a vacinação é um pilar fundamental na estratégia do SUS para o controle das infecções respiratórias mais graves, como a Gripe (Influenza) e a COVID-19. A vacinação não apenas protege o indivíduo, mas também a comunidade, reduzindo a circulação viral e a pressão sobre os serviços de saúde.

Vacina contra a Gripe (Influenza)

O SUS oferece anualmente a vacina contra a Influenza, priorizando grupos de risco como idosos, crianças, gestantes, puérperas, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades. A vacinação é crucial, pois a gripe pode levar a complicações sérias, como pneumonia, e até mesmo ao óbito. Ao se vacinar contra a gripe, o indivíduo reduz a chance de confundir os sintomas e sobrecarregar as unidades de saúde com casos que poderiam ser evitados.

Vacina contra a COVID-19

A vacinação contra a COVID-19 também é um componente essencial. Embora o resfriado seja causado por outros vírus, a confusão de sintomas entre as três condições (resfriado, gripe e COVID-19) é constante. Manter o esquema vacinal completo contra a COVID-19 e a gripe é a melhor forma de garantir que, em caso de sintomas leves, a probabilidade seja de um resfriado comum, e não de uma doença mais grave.

O Papel da Farmácia Popular no Tratamento Sintomático

Além da Farmácia Básica das UBS, o programa Farmácia Popular do Brasil também desempenha um papel importante no acesso a medicamentos para o tratamento sintomático do resfriado. Embora o foco do programa seja em doenças crônicas (como Hipertensão e Diabetes), alguns medicamentos que aliviam os sintomas do resfriado, como o Paracetamol e a Dipirona, podem estar disponíveis gratuitamente ou com descontos significativos nas farmácias credenciadas.

É importante que o paciente verifique a lista de medicamentos disponíveis no programa e apresente a receita médica (mesmo que emitida pelo SUS) para ter acesso aos benefícios.

Prevenção de Complicações

Embora o resfriado seja leve, ele pode abrir caminho para infecções secundárias, como a sinusite ou a otite média. A prevenção dessas complicações é feita através do manejo adequado dos sintomas:

  • Controle da Congestão: A lavagem nasal frequente com soro fisiológico é a principal medida para evitar que o muco acumulado se torne um meio de cultura para bactérias, prevenindo a sinusite.

  • Evitar o Uso Excessivo de Descongestionantes: O uso prolongado de descongestionantes nasais tópicos pode causar um efeito rebote, piorando a congestão e aumentando o risco de complicações. O profissional do SUS sempre orientará o uso de forma segura e limitada.

Quando Procurar a Emergência

O resfriado comum raramente exige atendimento de urgência. No entanto, o paciente deve procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou um hospital se apresentar sinais de alerta que sugiram uma complicação ou uma infecção mais grave:

  • Febre Alta Persistente: Febre acima de 39°C que não cede com antitérmicos.

  • Dificuldade para Respirar: Falta de ar ou respiração rápida.

  • Dor no Peito: Dor que pode indicar pneumonia ou outra complicação pulmonar.

  • Sintomas que Pioram: Em vez de melhorar após 5 a 7 dias, os sintomas se agravam.

O Resfriado Comum é uma condição leve, mas que exige atenção para o diagnóstico diferencial. O SUS, por meio da sua robusta rede de Atenção Básica, garante o acolhimento, a orientação e o acesso gratuito aos medicamentos sintomáticos essenciais, promovendo o autocuidado e a recuperação segura do paciente. A chave é procurar a UBS para a correta avaliação e evitar a automedicação, especialmente com antibióticos, que são ineficazes contra vírus.

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Referências