Gripe (Influenza): Sintomas, Tratamento com Oseltamivir Gratuito e o Programa Nacional de Vacinação do SUS
Saiba como o SUS trata a Gripe, a diferença para o resfriado, a importância do diagnóstico precoce, o acesso ao antiviral Oseltamivir e quem faz parte dos grupos prioritários para a vacinação anual contra a Influenza. Informações oficiais e acessíveis.
11/25/20255 min read


Gripe (Influenza): Sintomas, Tratamento e a Importância da Vacinação pelo SUS
A Gripe, ou Influenza, é uma infecção viral respiratória aguda que, anualmente, afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Diferente do resfriado comum, a gripe é causada pelos vírus Influenza (tipos A, B e C) e pode evoluir para quadros graves, especialmente em grupos de risco, resultando em hospitalizações e, em casos extremos, óbito. Por isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) possui um protocolo robusto de prevenção e tratamento, com destaque para a Campanha Nacional de Vacinação.
Este guia detalhado explora os sintomas da Influenza, a importância do diagnóstico precoce, o tratamento antiviral gratuito oferecido pelo SUS e o papel fundamental da vacinação na proteção da saúde pública.
O que é a Gripe (Influenza) e Por Que Ela é Mais Preocupante que o Resfriado
A Influenza é uma doença altamente contagiosa, transmitida por meio de gotículas respiratórias liberadas pela tosse, espirro ou fala de uma pessoa infectada. Os vírus Influenza têm a capacidade de sofrer mutações constantes, o que exige a reformulação anual da vacina e a vigilância contínua por parte das autoridades de saúde.
A principal razão pela qual a gripe é mais preocupante que o resfriado é a sua capacidade de causar complicações sérias. Enquanto o resfriado é geralmente autolimitado e afeta apenas as vias aéreas superiores, a gripe pode atingir os pulmões, levando a:
Pneumonia: A complicação mais comum e grave, podendo ser viral primária ou bacteriana secundária.
Agravamento de Doenças Crônicas: Pessoas com asma, diabetes, doenças cardíacas ou renais podem ter suas condições de saúde descompensadas pela infecção.
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): Uma condição que exige internação e, muitas vezes, suporte ventilatório.
O SUS atua de forma estratégica para mitigar esses riscos, focando na prevenção e no tratamento rápido dos casos mais vulneráveis.
Sintomas da Gripe: Reconhecendo a Necessidade de Atendimento
O diagnóstico da gripe é primariamente clínico, baseado na identificação de um quadro de Síndrome Gripal (SG). É crucial que o paciente saiba diferenciar os sintomas da gripe dos sintomas do resfriado para buscar o atendimento correto na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A gripe se caracteriza por um início súbito e sintomas mais intensos:
Febre Alta: Geralmente acima de 38°C, sendo um dos principais diferenciais.
Calafrios e Mal-Estar: Sensação de frio e prostração intensa.
Dor de Cabeça (Cefaleia) e Dor Muscular (Mialgia): Dores no corpo muito mais fortes que as de um resfriado.
Tosse Seca: Pode evoluir para tosse com secreção.
Dor de Garganta: Presente, mas geralmente ofuscada pelos sintomas sistêmicos.
Prostração: Fraqueza e exaustão que limitam as atividades diárias.
A presença de Sinais de Alerta indica a evolução para uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e exige atendimento de urgência:
Falta de ar ou dificuldade para respirar.
Dor ou pressão no peito.
Lábios ou face azulados (cianose).
Febre persistente por mais de três dias.
Piora dos sintomas após melhora inicial.
O Fluxo de Tratamento Antiviral pelo SUS
O tratamento da gripe pelo SUS é padronizado e visa reduzir a replicação viral, diminuindo a duração dos sintomas e, mais importante, prevenindo as complicações.
Oseltamivir: O Antiviral Gratuito
O medicamento de escolha no protocolo do Ministério da Saúde é o Oseltamivir (comercialmente conhecido como Tamiflu). Este antiviral é fornecido gratuitamente pelo SUS e sua eficácia é maximizada quando administrado precocemente.
Indicação de Tratamento:
O tratamento com Oseltamivir é indicado para todos os casos de SG ou SRAG que apresentem condições e fatores de risco para complicações, independentemente da confirmação laboratorial da Influenza. O início deve ocorrer preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.
Grupos de Risco Prioritários para Tratamento:
Gestantes (em qualquer idade gestacional).
Puérperas (até duas semanas após o parto).
Adultos com 60 anos ou mais.
Crianças menores de 5 anos (especialmente menores de 2 anos).
Pessoas com doenças crônicas (respiratórias, cardíacas, renais, hepáticas, neurológicas, diabetes, imunossupressão).
População indígena.
O profissional de saúde na UBS ou UPA fará a avaliação clínica e a prescrição do Oseltamivir, que pode ser retirado na Farmácia Básica ou em locais designados.
Tratamento Sintomático e Suporte
Para os casos de SG sem fatores de risco, o tratamento é primariamente sintomático, com foco no alívio do desconforto:
Antitérmicos e Analgésicos: Paracetamol e Dipirona são fornecidos gratuitamente para controle da febre e das dores.
Hidratação e Repouso: O profissional de saúde orientará sobre a necessidade de repouso absoluto e ingestão abundante de líquidos para auxiliar na recuperação e evitar a desidratação.
A Estratégia de Prevenção: Vacinação contra a Influenza
A vacinação é a medida mais eficaz e custo-efetiva para prevenir a gripe e suas complicações. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do SUS realiza anualmente a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, geralmente antes do período de maior circulação viral (inverno).
A Vacina e Sua Composição
A vacina oferecida pelo SUS é trivalente ou quadrivalente, protegendo contra os subtipos de vírus Influenza que mais circularam no ano anterior e que são esperados para a estação. A composição da vacina é atualizada anualmente, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que torna a vacinação anual indispensável.
Grupos Prioritários para Vacinação
A estratégia do SUS foca em atingir uma meta de cobertura vacinal de 90% nos grupos mais vulneráveis, que são os que apresentam maior risco de desenvolver a forma grave da doença. Os principais grupos prioritários incluem:
Crianças: De 6 meses a menores de 6 anos.
Gestantes e Puérperas: Mulheres grávidas e aquelas que deram à luz recentemente.
Idosos: Pessoas com 60 anos ou mais.
Profissionais de Saúde: Essenciais para a manutenção dos serviços.
Pessoas com Comorbidades: Indivíduos com doenças crônicas que aumentam o risco de complicações.
Professores, Forças de Segurança e Salvamento, e População Privada de Liberdade.
A vacina é segura e está disponível gratuitamente nas UBS e em postos de vacinação volantes durante a campanha.
O Papel da Vigilância Epidemiológica no SUS
O SUS mantém um sistema de vigilância epidemiológica ativo para monitorar a circulação dos vírus Influenza e identificar surtos ou a emergência de novas cepas. Essa vigilância é crucial para:
Direcionar a Campanha de Vacinação: Garantindo que a vacina oferecida seja a mais adequada para os vírus em circulação.
Monitorar a Gravidade: Acompanhando os casos de SRAG e óbitos por Influenza para avaliar a eficácia das medidas de controle.
Garantir o Estoque de Oseltamivir: Assegurando que o antiviral esteja disponível em quantidade suficiente nas unidades de saúde.
A Gripe é Coisa Séria, Mas o SUS Oferece Proteção
A Gripe (Influenza) é uma doença que exige atenção e cuidado, mas o SUS oferece as ferramentas necessárias para combatê-la: a vacinação anual como principal medida preventiva e o tratamento com Oseltamivir para os casos de risco.
Ao sentir os sintomas de gripe (febre alta e início súbito), o paciente deve procurar a UBS ou UPA mais próxima. O diagnóstico e o tratamento precoce, especialmente nas primeiras 48 horas, são a chave para uma recuperação rápida e para evitar as complicações que podem levar à hospitalização. A adesão à campanha de vacinação, por sua vez, é um ato de responsabilidade individual e coletiva, protegendo a si mesmo e a toda a comunidade.
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