Cirurgia Refrativa pelo SUS: Como Conseguir Correção de Miopia, Astigmatismo e Hipermetropia
Descubra como conseguir cirurgia refrativa gratuita pelo SUS para correção de miopia, astigmatismo e hipermetropia. Critérios, documentos e passo a passo completo.


Cirurgia Refrativa pelo SUS: Como Conseguir Correção de Miopia, Astigmatismo e Hipermetropia
A cirurgia refrativa é um procedimento que pode corrigir problemas de visão como miopia, hipermetropia e astigmatismo, reduzindo ou eliminando a dependência de óculos e lentes de contato. Muitas pessoas não sabem que é possível realizar este tipo de cirurgia gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde que atendam a critérios específicos.
O SUS oferece diferentes tipos de cirurgias refrativas, incluindo técnicas como PRK, LASIK e implante de lentes intraoculares, dependendo da condição do paciente e da disponibilidade na rede pública. No entanto, é importante entender que nem todos os casos são cobertos pelo sistema público.
Neste guia completo, você vai descobrir quando a cirurgia refrativa é oferecida pelo SUS, quais são os critérios para conseguir o procedimento gratuitamente, como solicitar, onde fazer e todos os cuidados necessários antes e após a cirurgia.
O que é Cirurgia Refrativa
A cirurgia refrativa é um conjunto de procedimentos cirúrgicos que tem como objetivo corrigir os erros de refração do olho, que são as principais causas dos problemas de visão mais comuns. Estes erros ocorrem quando a luz não é focada corretamente na retina.
Problemas de Visão Corrigidos
Miopia: Dificuldade para enxergar objetos distantes. A imagem se forma antes da retina, fazendo com que objetos longe apareçam embaçados. É muito comum em jovens e pode progredir até os 20-25 anos.
Hipermetropia: Dificuldade para enxergar objetos próximos, embora também possa afetar a visão de longe em graus mais altos. A imagem se forma atrás da retina. Pode causar fadiga ocular e dores de cabeça.
Astigmatismo: Visão distorcida tanto para perto quanto para longe, causada por irregularidades na curvatura da córnea ou do cristalino. As imagens aparecem "esticadas" ou deformadas.
Presbiopia: Dificuldade para focar objetos próximos que surge naturalmente após os 40 anos, quando o cristalino perde flexibilidade. É a famosa "vista cansada".
Como Funciona a Correção
A cirurgia refrativa funciona remodelando a córnea (a camada transparente na frente do olho) ou substituindo o cristalino natural por uma lente artificial. O objetivo é fazer com que a luz seja focada exatamente na retina, proporcionando visão nítida.
Existem diferentes técnicas cirúrgicas, cada uma adequada para tipos específicos de problemas visuais e características do olho do paciente. A escolha da técnica depende de fatores como grau do erro refrativo, espessura da córnea, idade e condições gerais de saúde ocular.
Cirurgia Refrativa no SUS: Disponibilidade
O SUS oferece cirurgia refrativa, mas com limitações importantes que você precisa conhecer:
Situação Atual no SUS
A cirurgia refrativa não está amplamente disponível em toda a rede SUS. A disponibilidade varia significativamente entre estados e municípios, dependendo da estrutura local e dos recursos disponíveis. Alguns centros de referência em oftalmologia do SUS oferecem o procedimento, mas geralmente com critérios rigorosos.
É importante entender que o SUS prioriza cirurgias funcionais sobre procedimentos considerados estéticos. Por isso, a cirurgia refrativa pelo SUS é geralmente reservada para casos onde o problema visual afeta significativamente a qualidade de vida ou a capacidade de trabalho do paciente.
Tipos de Cirurgia Disponíveis
Cirurgia de Catarata com Correção Refrativa: Esta é a forma mais comum de cirurgia refrativa no SUS. Durante a cirurgia de catarata, o cristalino opaco é substituído por uma lente intraocular que pode corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo.
Implante de Lentes Intraoculares: Em casos específicos, o SUS pode oferecer implante de lentes intraoculares para correção de altos graus de miopia ou hipermetropia, especialmente quando a cirurgia a laser não é indicada.
Cirurgia a Laser (PRK/LASIK): Menos comum no SUS, mas alguns centros especializados podem oferecer estas técnicas em casos selecionados, geralmente para profissionais de áreas específicas ou casos de alta necessidade médica.
Critérios para Cirurgia Refrativa no SUS
Para conseguir cirurgia refrativa pelo SUS, você precisa atender a critérios específicos que variam conforme o tipo de procedimento:
Critérios Gerais
Idade: Geralmente acima de 18 anos, com preferência para pacientes acima de 21 anos quando o grau já está estabilizado. Para alguns procedimentos, pode ser necessário ter mais de 25 anos.
Estabilidade do Grau: O grau deve estar estável há pelo menos 1 ano, comprovado através de exames oftalmológicos sequenciais. Isso garante que a correção será duradoura.
Grau Elevado: O SUS geralmente atende casos de graus mais altos que causam limitação funcional significativa. Graus baixos podem ser considerados estéticos e não são priorizados.
Impacto Funcional: Deve haver comprovação de que o problema visual afeta significativamente as atividades diárias, trabalho ou qualidade de vida do paciente.
Critérios Específicos por Condição
Para Miopia: Geralmente são considerados casos com grau entre -5,0 a -10,0 dioptrias, especialmente quando associados a astigmatismo. Miopias muito altas (acima de -10,0) podem ser candidatas a implante de lentes intraoculares.
Para Hipermetropia: Casos com grau até +6,0 dioptrias, especialmente quando causam sintomas como fadiga ocular, dores de cabeça e dificuldade para atividades de perto.
Para Astigmatismo: Geralmente considerado quando associado a miopia ou hipermetropia, com grau até -4,0 dioptrias cilíndricas. Astigmatismos irregulares podem ter indicação especial.
Contraindicações
Algumas condições impedem a realização da cirurgia refrativa:
Diabetes descompensado: Pode afetar a cicatrização
Doenças autoimunes: Como lúpus ou artrite reumatoide
Gravidez ou amamentação: Hormônios podem afetar a visão
Ceratocone: Doença que afina e deforma a córnea
Olho seco severo: Pode piorar após a cirurgia
Catarata significativa: Deve ser tratada primeiro
Como Conseguir Cirurgia Refrativa no SUS
O processo para conseguir cirurgia refrativa pelo SUS envolve várias etapas e pode ser demorado:
Passo 1: Consulta na UBS
Comece procurando a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência. Agende uma consulta com o clínico geral e explique seus problemas de visão. É importante relatar como a dificuldade visual afeta suas atividades diárias e trabalho.
O médico da UBS fará uma avaliação inicial e, se considerar necessário, emitirá um encaminhamento para consulta com oftalmologista. Este encaminhamento é fundamental para dar continuidade ao processo.
Passo 2: Consulta com Oftalmologista
Com o encaminhamento da UBS, você será direcionado para um oftalmologista da rede SUS. Esta consulta pode demorar alguns meses para ser agendada, dependendo da demanda na sua região.
O oftalmologista fará uma avaliação completa da sua visão, incluindo exames específicos para determinar se você é candidato à cirurgia refrativa. Ele também verificará se há outras condições oculares que precisam ser tratadas primeiro.
Passo 3: Exames Pré-Operatórios
Se o oftalmologista considerar que você é candidato à cirurgia, serão solicitados exames específicos:
Topografia de córnea: Mapeia a curvatura da córnea
Paquimetria: Mede a espessura da córnea
Biometria ocular: Mede o comprimento do olho
Exame de fundo de olho: Avalia a retina
Teste de Schirmer: Avalia a produção de lágrimas
Microscopia especular: Avalia as células da córnea
Passo 4: Avaliação em Centro de Referência
Casos selecionados são encaminhados para centros de referência em oftalmologia que têm estrutura para realizar cirurgias refrativas. Estes centros são limitados e geralmente localizados em capitais ou grandes cidades.
No centro de referência, uma equipe especializada fará nova avaliação e decidirá sobre a indicação cirúrgica. Eles também determinarão qual técnica é mais adequada para seu caso específico.
Passo 5: Agendamento da Cirurgia
Se aprovado para cirurgia, você entrará em uma lista de espera. O tempo de espera pode variar de meses a anos, dependendo da demanda e da disponibilidade de recursos na sua região.
É importante manter seus dados atualizados e comparecer a todas as consultas de acompanhamento para não perder sua posição na fila.
Documentos Necessários
Para todo o processo, você precisará manter em dia a seguinte documentação:
Documentação Básica
RG: Documento de identidade com foto
CPF: Cadastro de Pessoa Física
Cartão Nacional de Saúde (CNS): Cartão do SUS
Comprovante de residência: Atualizado (máximo 3 meses)
Cartão de vacinação: Em dia
Documentação Médica
Receitas de óculos: Histórico dos últimos anos
Exames oftalmológicos anteriores: Se houver
Relatórios médicos: Sobre condições de saúde
Lista de medicamentos: Em uso atual
Documentação Complementar
Declaração do empregador: Sobre impacto no trabalho
Relatório de atividades: Como a visão afeta o dia a dia
Comprovante de renda: Para comprovar necessidade
Onde Fazer Cirurgia Refrativa no SUS
A cirurgia refrativa no SUS está disponível em centros especializados específicos:
Hospitais Universitários
Muitos hospitais universitários têm programas de oftalmologia que incluem cirurgia refrativa. Estes hospitais geralmente têm equipamentos modernos e equipes especializadas, além de participarem de pesquisas na área.
Exemplos incluem hospitais das universidades federais e estaduais que têm residência médica em oftalmologia. Estes centros também servem como locais de treinamento para novos especialistas.
Centros de Referência Estaduais
Cada estado tem centros de referência em oftalmologia que concentram os casos mais complexos. Estes centros geralmente têm maior estrutura e podem oferecer diferentes técnicas cirúrgicas.
Para saber quais são os centros de referência na sua região, consulte a Secretaria Estadual de Saúde ou pergunte na UBS durante seu atendimento.
Hospitais Especializados
Alguns hospitais especializados em oftalmologia integram a rede SUS e podem realizar cirurgias refrativas. Estes hospitais geralmente têm alta especialização e equipamentos de última geração.
A disponibilidade varia muito por região, sendo mais comum em grandes centros urbanos. Capitais e regiões metropolitanas têm maior oferta destes serviços.
Tipos de Cirurgia Refrativa no SUS
O SUS pode oferecer diferentes técnicas de cirurgia refrativa, dependendo do caso e da disponibilidade:
PRK (Photorefractive Keratectomy)
A PRK é uma técnica de cirurgia a laser onde a camada superficial da córnea (epitélio) é removida antes da aplicação do laser. É indicada para graus baixos a moderados de miopia, hipermetropia e astigmatismo.
Vantagens: Menor risco de complicações relacionadas ao retalho corneano, pode ser feita em córneas mais finas, menor risco de olho seco a longo prazo.
Desvantagens: Recuperação mais lenta e desconfortável, visão demora mais para estabilizar, maior risco de dor pós-operatória nos primeiros dias.
LASIK (Laser-Assisted in Situ Keratomileusis)
No LASIK, é criado um retalho na córnea que é levantado para aplicação do laser na camada interna. Depois o retalho é reposicionado. É indicado para uma ampla gama de graus refrativos.
Vantagens: Recuperação mais rápida, menos dor pós-operatória, visão melhora rapidamente, pode corrigir graus mais altos.
Desvantagens: Requer córnea com espessura adequada, risco de complicações do retalho, pode causar mais olho seco inicialmente.
Implante de Lentes Intraoculares
Para graus muito altos ou córneas inadequadas para cirurgia a laser, pode ser feito implante de lentes intraoculares. Existem dois tipos principais:
Lentes Fácicas: Implantadas sem remover o cristalino natural, indicadas para pacientes jovens com graus muito altos. Preservam a capacidade de acomodação (foco para perto).
Troca do Cristalino: O cristalino natural é removido e substituído por uma lente artificial. Mais comum em pacientes acima de 45 anos que também têm presbiopia.
Preparação para a Cirurgia
A preparação adequada é fundamental para o sucesso da cirurgia refrativa:
Cuidados Pré-Operatórios
Suspensão de Lentes de Contato: Pare de usar lentes de contato pelo tempo determinado pelo médico (geralmente 1-2 semanas para lentes gelatinosas, 3-4 semanas para rígidas). Isso permite que a córnea volte ao seu formato natural.
Exames Atualizados: Certifique-se de que todos os exames estão dentro do prazo de validade. Alguns exames podem precisar ser repetidos se muito tempo passou desde a primeira avaliação.
Medicações: Informe sobre todos os medicamentos que usa. Alguns podem precisar ser suspensos ou ajustados antes da cirurgia.
Cuidados no Dia da Cirurgia
Alimentação: Faça uma refeição leve antes de ir ao hospital. Evite jejum prolongado, mas também não coma em excesso.
Higiene: Tome banho e lave bem o rosto e cabelos. Não use maquiagem, perfumes ou cremes no rosto.
Acompanhante: Leve um acompanhante, pois você não poderá dirigir após a cirurgia e pode ter visão embaçada temporariamente.
Roupas: Use roupas confortáveis e evite peças que passem pela cabeça. Prefira camisas com botões ou zíper.
O Procedimento Cirúrgico
A cirurgia refrativa é geralmente rápida e realizada com anestesia local:
Durante a Cirurgia
Anestesia: É aplicada anestesia tópica (colírios) para adormecer o olho. Você permanece acordado durante todo o procedimento, mas não sente dor.
Duração: A cirurgia em si dura poucos minutos por olho (5-15 minutos), mas o tempo total no centro cirúrgico pode ser de 30-60 minutos incluindo preparação.
Processo: Você ficará deitado olhando para uma luz. O cirurgião usará instrumentos para manter o olho aberto e aplicará o laser conforme planejado.
Sensações Durante o Procedimento
É normal sentir alguma pressão no olho e ver luzes piscando. Você pode ouvir o som do laser funcionando. O médico dará instruções sobre onde olhar durante a cirurgia.
Algumas pessoas sentem ansiedade, o que é completamente normal. A equipe médica está preparada para ajudar você a se sentir mais confortável durante o procedimento.
Recuperação Pós-Operatória
A recuperação varia conforme o tipo de cirurgia realizada:
Primeiras Horas
Visão: É normal ter visão embaçada, sensação de areia nos olhos e sensibilidade à luz nas primeiras horas. Isso melhora gradualmente.
Desconforto: Pode haver dor leve a moderada, especialmente na cirurgia PRK. Use os analgésicos prescritos conforme orientação médica.
Proteção: Use os óculos de proteção fornecidos pelo hospital para evitar trauma acidental nos olhos.
Primeiros Dias
Colírios: Use rigorosamente os colírios prescritos nos horários corretos. Geralmente incluem antibióticos, anti-inflamatórios e lubrificantes.
Atividades: Evite esforços físicos, não esfregue os olhos, evite ambientes com poeira ou vento. Pode assistir TV e usar computador com moderação.
Higiene: Evite que entre água nos olhos durante o banho. Use um copo ou protetor ocular ao lavar o rosto.
Primeiras Semanas
Trabalho: A maioria das pessoas pode retornar ao trabalho em 2-7 dias, dependendo do tipo de cirurgia e da atividade profissional.
Exercícios: Evite atividades físicas intensas por 2-4 semanas. Natação e esportes de contato devem ser evitados por mais tempo.
Maquiagem: Evite maquiagem nos olhos por pelo menos 2 semanas para reduzir risco de infecção.
Resultados e Expectativas
Os resultados da cirurgia refrativa são geralmente muito bons, mas é importante ter expectativas realistas:
Taxa de Sucesso
A maioria dos pacientes (90-95%) atinge visão 20/40 ou melhor, que é suficiente para dirigir sem óculos. Cerca de 70-85% conseguem visão 20/20 ou próxima disso.
Os resultados dependem do grau inicial, tipo de cirurgia, características individuais do olho e seguimento correto das orientações pós-operatórias.
Estabilização da Visão
LASIK: A visão geralmente melhora rapidamente, com estabilização em algumas semanas a poucos meses.
PRK: A recuperação é mais lenta, com melhora gradual ao longo de 3-6 meses até a estabilização completa.
Implantes: A visão melhora rapidamente, mas pode haver período de adaptação às novas lentes.
Possíveis Limitações
Alguns pacientes podem ainda precisar de óculos para atividades específicas, como leitura (especialmente após os 40 anos) ou direção noturna. Isso não significa que a cirurgia falhou.
Em casos raros, pode ser necessária uma segunda cirurgia (retoque) para otimizar os resultados, especialmente em graus muito altos.
Possíveis Complicações
Como qualquer cirurgia, a cirurgia refrativa tem riscos que devem ser conhecidos:
Complicações Comuns (Temporárias)
Olho seco: Muito comum, geralmente melhora em 3-6 meses
Halos e reflexos: Especialmente à noite, tendem a diminuir com o tempo
Flutuação da visão: Visão pode variar durante o dia nas primeiras semanas
Sensibilidade à luz: Temporária, melhora gradualmente
Complicações Raras mas Sérias
Infecção: Muito rara, mas pode ser grave se ocorrer
Ectasia corneana: Enfraquecimento e deformação da córnea
Perda de visão: Extremamente rara em centros experientes
Necessidade de transplante de córnea: Complicação muito rara
Sinais de Alerta
Procure atendimento médico imediato se apresentar:
Dor intensa que não melhora com analgésicos
Perda súbita de visão
Secreção purulenta
Vermelhidão intensa que piora
Flashes de luz ou moscas volantes súbitas
Alternativas à Cirurgia Refrativa
Se a cirurgia refrativa não for indicada ou disponível, existem outras opções:
Óculos Gratuitos pelo SUS
O SUS oferece óculos gratuitos através do programa "Olhar Brasil" e outros programas locais. Os óculos são fornecidos após consulta oftalmológica na rede pública.
Para conseguir óculos pelo SUS, procure a UBS, faça consulta oftalmológica e, se indicado, receberá receita para retirada dos óculos em óticas credenciadas.
Lentes de Contato
Embora o SUS não forneça lentes de contato rotineiramente, em casos especiais (como ceratocone ou anisometropia severa) pode haver indicação médica específica.
Lentes de contato podem ser uma boa opção temporária enquanto aguarda a cirurgia ou para quem não é candidato ao procedimento.
Tratamentos para Condições Específicas
Ceratocone: O SUS oferece crosslinking corneano e, em casos avançados, transplante de córnea.
Catarata: Cirurgia de catarata com implante de lente intraocular que pode corrigir graus refrativos.
Pterígio: Cirurgia para remoção quando afeta a visão.
Cuidados a Longo Prazo
Após a cirurgia refrativa, alguns cuidados são importantes para manter os resultados:
Acompanhamento Médico
Mantenha consultas regulares com oftalmologista, mesmo após a recuperação completa. O acompanhamento permite detectar precocemente qualquer problema e monitorar a saúde ocular geral.
A frequência das consultas será determinada pelo seu médico, mas geralmente são anuais após o primeiro ano pós-cirurgia.
Proteção Solar
Use sempre óculos de sol com proteção UV adequada. A exposição excessiva ao sol pode afetar a córnea e acelerar o envelhecimento ocular.
Escolha óculos que bloqueiem 100% dos raios UVA e UVB. Isso é importante para todos, mas especialmente para quem fez cirurgia refrativa.
Cuidados com Olho Seco
Muitas pessoas desenvolvem olho seco após cirurgia refrativa. Use lubrificantes oculares conforme orientação médica e evite ambientes muito secos ou com ar condicionado direto.
Beba bastante água, use umidificador se necessário e faça pausas regulares durante atividades que exigem concentração visual.
Direitos do Paciente
Como usuário do SUS, você tem direitos específicos relacionados à cirurgia refrativa:
Direitos Garantidos
Avaliação médica adequada: Direito a consulta oftalmológica completa
Informação clara: Sobre riscos, benefícios e alternativas
Segunda opinião: Quando houver dúvidas sobre indicação
Acompanhamento pós-operatório: Consultas de retorno necessárias
Tratamento de complicações: Sem custo adicional
Em Caso de Negativa
Se sua solicitação for negada, você tem direito a:
Receber justificativa médica por escrito
Solicitar segunda opinião
Recorrer à ouvidoria do SUS
Buscar orientação jurídica se necessário
Canais de Reclamação
Ouvidoria SUS: Telefone 136
Ouvidoria estadual: Cada estado tem sua ouvidoria
Ministério Público: Para casos de negativa injustificada
Defensoria Pública: Orientação jurídica gratuita
Perguntas Frequentes
A cirurgia refrativa pelo SUS é realmente gratuita? Sim, quando disponível e indicada, a cirurgia é completamente gratuita, incluindo consultas, exames e acompanhamento pós-operatório.
Quanto tempo demora para conseguir a cirurgia? O tempo varia muito, podendo ser de meses a anos, dependendo da demanda na sua região e da urgência do caso.
Posso escolher o tipo de cirurgia? A técnica é escolhida pelo médico com base nas características do seu olho e nas opções disponíveis no serviço.
E se eu não me adaptar ao resultado? Casos de insatisfação são raros, mas existe possibilidade de retoque em situações específicas, sempre avaliadas caso a caso.
A cirurgia é definitiva? Os resultados são duradouros, mas mudanças naturais do olho com a idade (como presbiopia) podem afetar a visão ao longo dos anos.
Posso fazer a cirurgia nos dois olhos no mesmo dia? Isso depende do protocolo do serviço. Alguns fazem os dois olhos no mesmo dia, outros preferem intervalos de dias ou semanas.
A cirurgia refrativa pelo SUS é uma realidade, embora com disponibilidade limitada e critérios específicos. O mais importante é procurar avaliação oftalmológica adequada para determinar se você é candidato ao procedimento e qual a melhor opção para seu caso.
Lembre-se de que a cirurgia refrativa é um procedimento médico sério que requer cuidados antes, durante e após a cirurgia. Siga sempre as orientações da equipe médica e mantenha expectativas realistas sobre os resultados.
Se você tem problemas de visão que afetam sua qualidade de vida, não hesite em procurar a UBS mais próxima para iniciar sua avaliação. Mesmo que a cirurgia não seja indicada ou disponível imediatamente, existem outras opções de tratamento que podem melhorar significativamente sua visão.
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Referências
1. Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Diretrizes de Utilização para Cirurgia Refrativa - PRK ou LASIK. Brasília, 2021.
2. InfoSUS Santa Catarina. Troca refrativa do cristalino e lentes intraoculares. Florianópolis, 2024.
3. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.037, de 14 de novembro de 2017. Tabela de Procedimentos do SUS. Brasília, 2017.
4. Biblioteca Virtual em Saúde. Resolução Normativa RN nº 465, de 24 de fevereiro de 2021. Brasília, 2021.
5. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº 1.939/2010. Normas para cirurgia refrativa. Brasília, 2010.