Asma Infantil pelo SUS: Guia Completo para Pais e Cuidadores
Saiba como funciona o tratamento e acompanhamento da asma infantil pelo SUS, desde o diagnóstico até os medicamentos gratuitos e cuidados necessários.


Asma Infantil: Tratamento e Acompanhamento pelo SUS
A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns na infância, afetando milhões de crianças brasileiras. Quando não controlada adequadamente, pode comprometer significativamente a qualidade de vida, causar faltas escolares frequentes e até mesmo levar a hospitalizações de emergência. A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento completo e gratuito para crianças com asma.
Neste artigo, você vai descobrir como funciona o diagnóstico, tratamento e acompanhamento da asma infantil pelo SUS, quais medicamentos estão disponíveis gratuitamente, como reconhecer os sinais de uma crise e, principalmente, como garantir que seu filho receba o cuidado adequado para controlar a doença e viver com qualidade.
O que é Asma Infantil e Como Ela se Manifesta
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que causa estreitamento dos brônquios, dificultando a passagem de ar. Nas crianças, a asma pode se manifestar de diferentes formas e intensidades, sendo fundamental reconhecer seus sinais para buscar ajuda médica o quanto antes.
Principais sintomas da asma em crianças
Os sintomas da asma infantil podem variar de leves a graves e incluem:
Chiado no peito (sibilância): Som agudo semelhante a um assobio durante a respiração, especialmente ao expirar
Tosse persistente: Principalmente à noite, ao acordar ou durante atividades físicas
Falta de ar: Respiração rápida ou dificuldade para respirar
Aperto no peito: Sensação de pressão ou desconforto no tórax (crianças maiores conseguem relatar este sintoma)
Cansaço excessivo: Especialmente durante brincadeiras ou atividades físicas
Dificuldade para dormir: Devido à piora dos sintomas durante a noite
Em bebês e crianças pequenas, que não conseguem descrever seus sintomas, os pais podem observar:
Respiração rápida ou ofegante
Dificuldade para mamar ou se alimentar
Retração dos músculos entre as costelas durante a respiração
Batimento das asas do nariz ao respirar
Irritabilidade ou agitação sem causa aparente
Fatores desencadeantes da asma infantil
Diversos fatores podem desencadear crises de asma em crianças. Conhecê-los é fundamental para evitá-los sempre que possível:
Alérgenos: Ácaros da poeira doméstica, pelos de animais, pólen, mofo
Infecções respiratórias: Resfriados, gripes e outras infecções virais
Exercícios físicos: Especialmente em ambientes frios ou secos
Mudanças climáticas: Ar frio, mudanças bruscas de temperatura
Poluentes: Fumaça de cigarro, poluição do ar, produtos químicos com cheiro forte
Emoções intensas: Choro prolongado, riso excessivo, estresse
Alimentos: Em crianças com alergias alimentares específicas
Diagnóstico da Asma Infantil pelo SUS
O diagnóstico correto é o primeiro passo para o tratamento adequado da asma infantil. No SUS, este processo segue um fluxo bem definido, começando pela Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência.
Onde buscar atendimento inicial
Para iniciar o processo de diagnóstico da asma infantil pelo SUS, você deve:
Procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Estratégia Saúde da Família (ESF) mais próxima da sua residência
Levar documentos como Cartão SUS da criança, documento de identidade, certidão de nascimento e comprovante de residência
Agendar uma consulta com o pediatra ou médico de família
Se a criança estiver em crise aguda com dificuldade respiratória importante, procure diretamente uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou pronto-socorro.
Avaliação médica e exames disponíveis
Durante a consulta médica, o profissional fará:
Anamnese detalhada: Perguntas sobre os sintomas, frequência, fatores desencadeantes, histórico familiar de asma ou alergias
Exame físico: Avaliação da respiração, ausculta pulmonar e verificação de sinais de dificuldade respiratória
Solicitação de exames: Dependendo da idade da criança e da gravidade dos sintomas
Os exames disponíveis pelo SUS para diagnóstico da asma infantil incluem:
Espirometria: Para crianças acima de 5-6 anos que conseguem realizar o teste corretamente. Mede a função pulmonar e a resposta aos broncodilatadores
Pico de fluxo expiratório (PFE): Medição da velocidade máxima do ar expirado
Radiografia de tórax: Para descartar outras condições que podem simular asma
Exames de sangue: Para avaliar alergias ou inflamação
Teste cutâneo de alergia: Disponível em alguns centros especializados do SUS
Critérios para diagnóstico em diferentes faixas etárias
O diagnóstico da asma infantil varia conforme a idade da criança:
Bebês e crianças menores de 5 anos: O diagnóstico é principalmente clínico, baseado nos sintomas recorrentes, resposta ao tratamento e exclusão de outras condições
Crianças acima de 5-6 anos: Além da avaliação clínica, podem realizar testes de função pulmonar como a espirometria
Em crianças pequenas, o médico pode iniciar um tratamento de teste para verificar a resposta aos medicamentos para asma, o que ajuda a confirmar o diagnóstico.
Classificação da Asma Infantil e Níveis de Controle
Para definir o melhor tratamento, os médicos classificam a asma infantil de acordo com sua gravidade e nível de controle. Esta classificação orienta as decisões terapêuticas e o acompanhamento.
Classificação quanto à gravidade
A asma infantil pode ser classificada em:
Asma intermitente: Sintomas ocorrem menos de duas vezes por semana, com crises breves e função pulmonar normal entre as crises
Asma persistente leve: Sintomas mais de duas vezes por semana, mas não diários, com algumas crises que podem afetar as atividades
Asma persistente moderada: Sintomas diários que afetam as atividades e o sono, com crises frequentes
Asma persistente grave: Sintomas contínuos, limitação física importante, crises frequentes e graves
Avaliação do controle da asma
O controle da asma é avaliado regularmente durante o acompanhamento médico:
Asma controlada: Sem sintomas diurnos ou com sintomas ≤ 2 vezes por semana, sem limitação de atividades, sem sintomas noturnos, uso de medicação de resgate ≤ 2 vezes por semana
Asma parcialmente controlada: Presença de sintomas diurnos > 2 vezes por semana, alguma limitação de atividades, sintomas noturnos, uso de medicação de resgate > 2 vezes por semana
Asma não controlada: Três ou mais características da asma parcialmente controlada presentes em qualquer semana, ou crise grave nos últimos 12 meses
Esta avaliação ajuda o médico a ajustar o tratamento conforme necessário, aumentando ou reduzindo medicações de acordo com o controle dos sintomas.
Tratamento da Asma Infantil pelo SUS
O SUS oferece tratamento completo e gratuito para crianças com asma, incluindo consultas médicas, exames e medicamentos. O objetivo do tratamento é controlar os sintomas, prevenir crises e permitir que a criança tenha uma vida normal e ativa.
Medicamentos disponíveis gratuitamente
O SUS disponibiliza diversos medicamentos para o tratamento da asma infantil através do Componente Básico da Assistência Farmacêutica e do Programa Farmácia Popular:
Medicamentos de alívio (broncodilatadores de ação rápida):
Salbutamol (spray/aerossol)
Fenoterol (solução para nebulização)
Medicamentos de controle (uso contínuo):
Beclometasona (spray/aerossol) - corticoide inalatório
Budesonida (spray/aerossol) - corticoide inalatório
Formoterol (cápsulas para inalação) - broncodilatador de ação prolongada
Formoterol + Budesonida (cápsulas para inalação) - associação
Prednisolona (solução oral) - corticoide oral para tratamentos curtos
Prednisona (comprimidos) - corticoide oral para tratamentos curtos
Para receber esses medicamentos gratuitamente, é necessário apresentar a receita médica do SUS na farmácia da UBS ou nas unidades da Farmácia Popular.
Dispositivos inalatórios e espaçadores
Além dos medicamentos, o SUS também fornece dispositivos para auxiliar na administração dos medicamentos inalatórios:
Espaçadores: Dispositivos que facilitam o uso de aerossóis/sprays, especialmente em crianças pequenas
Inaladores de pó seco: Para medicamentos em cápsulas como o formoterol
Nebulizadores: Disponíveis para uso nas unidades de saúde
Em algumas localidades, o SUS também fornece espaçadores para uso domiciliar. Caso não esteja disponível, o médico ou enfermeiro pode orientar sobre como fazer um espaçador caseiro.
Plano de ação individualizado
Cada criança com asma deve ter um plano de ação personalizado, elaborado pelo médico. Este plano inclui:
Medicamentos de uso diário (controle)
Medicamentos para alívio de sintomas
Como reconhecer sinais de piora
O que fazer em caso de crise
Quando procurar atendimento de emergência
O plano de ação deve ser escrito de forma clara e estar sempre à mão dos pais ou cuidadores, inclusive na escola da criança.
Acompanhamento Contínuo da Asma Infantil no SUS
O controle adequado da asma infantil requer acompanhamento médico regular. O SUS oferece uma rede de atendimento que vai desde a atenção primária até serviços especializados.
Frequência das consultas de rotina
A frequência das consultas varia conforme a gravidade da asma e o nível de controle:
Fase inicial do tratamento: Consultas mais frequentes, geralmente a cada 1-2 meses, até alcançar o controle adequado
Asma controlada: Consultas a cada 3-6 meses
Asma não controlada ou parcialmente controlada: Consultas mais frequentes, conforme orientação médica
Após mudanças no tratamento: Reavaliação em 1-3 meses
Durante as consultas, o médico avaliará os sintomas, o uso correto dos medicamentos, a técnica inalatória e fará ajustes no tratamento se necessário.
Fluxo de atendimento no SUS
O acompanhamento da asma infantil no SUS segue um fluxo organizado:
Atenção Primária: UBS ou ESF - porta de entrada para diagnóstico inicial e acompanhamento de casos leves a moderados
Atenção Especializada: Encaminhamento para pneumologista pediátrico ou alergista em casos mais complexos ou de difícil controle
Serviços de Urgência: UPAs e prontos-socorros para atendimento de crises agudas
Hospitais: Para internações em casos graves
O encaminhamento para especialistas é feito pelo médico da atenção primária através do sistema de regulação do SUS.
Quando é necessário encaminhamento para especialista
Algumas situações indicam a necessidade de avaliação por um especialista (pneumologista pediátrico ou alergista):
Dificuldade no diagnóstico ou dúvidas sobre a causa dos sintomas
Asma não controlada apesar do tratamento adequado
Asma grave com crises frequentes
Necessidade de altas doses de medicamentos
Hospitalizações recorrentes
Presença de complicações ou comorbidades
Necessidade de testes adicionais para confirmar o diagnóstico
O encaminhamento é feito pelo médico da UBS através do sistema de regulação, e o tempo de espera pode variar conforme a disponibilidade na região.
Como Reconhecer e Agir em Crises de Asma
Saber identificar os sinais de uma crise de asma e agir rapidamente pode evitar complicações graves e até mesmo salvar vidas.
Sinais de alerta de uma crise
Os principais sinais que indicam uma crise de asma em crianças são:
Chiado no peito (sibilância) intenso
Falta de ar progressiva
Dificuldade para falar frases completas
Retração dos músculos entre as costelas ou abaixo delas
Batimento das asas do nariz
Coloração azulada nos lábios ou unhas (cianose) - sinal de emergência
Agitação ou sonolência excessiva
Pouca ou nenhuma resposta ao broncodilatador de alívio
Primeiros socorros durante uma crise
Se a criança estiver tendo uma crise de asma, siga estas orientações:
Mantenha a calma e tranquilize a criança
Coloque a criança em posição sentada, ligeiramente inclinada para frente
Administre o broncodilatador de alívio (salbutamol ou fenoterol) conforme orientação médica prévia
Use o espaçador para melhorar a eficácia do medicamento
Aguarde 20 minutos e observe a resposta
Se não houver melhora, repita a dose do broncodilatador
Se após a segunda dose não houver melhora significativa, procure atendimento médico imediatamente
Quando procurar atendimento de emergência
Leve a criança imediatamente a uma UPA ou pronto-socorro se:
Houver dificuldade respiratória grave
A criança não conseguir falar ou caminhar devido à falta de ar
Os lábios ou unhas ficarem azulados
Houver retração intensa dos músculos entre as costelas
Não houver melhora após o uso do broncodilatador de alívio
A criança estiver muito sonolenta ou confusa
Estas são situações de emergência que requerem atendimento médico imediato.
Prevenção e Controle Ambiental
O controle do ambiente onde a criança vive é fundamental para reduzir a exposição aos fatores desencadeantes da asma.
Como reduzir alérgenos domésticos
Algumas medidas simples podem ajudar a reduzir os alérgenos em casa:
Ácaros da poeira:
Use capas anti-ácaros em colchões e travesseiros
Lave roupas de cama semanalmente em água quente
Reduza o acúmulo de objetos que juntam poeira
Limpe a casa regularmente com pano úmido
Evite tapetes, cortinas pesadas e bichos de pelúcia
Mofo:
Mantenha ambientes bem ventilados
Corrija infiltrações e vazamentos
Limpe áreas úmidas com produtos anti-mofo
Pelos de animais:
Mantenha animais fora dos quartos
Dê banhos regulares nos animais de estimação
Limpe frequentemente os locais onde os animais ficam
Orientações para diferentes estações do ano
As mudanças climáticas podem influenciar os sintomas da asma. Algumas recomendações por estação:
Inverno:
Mantenha a criança agasalhada, especialmente ao sair de ambientes quentes para frios
Evite mudanças bruscas de temperatura
Mantenha a casa ventilada, mesmo nos dias frios
Esteja atento a infecções respiratórias, mais comuns nesta época
Primavera:
Período crítico para alérgicos a pólen
Mantenha janelas fechadas nos horários de maior concentração de pólen
Lave o rosto e as mãos da criança ao entrar em casa
Verão:
Atenção à umidade e mofo em dias chuvosos
Use desumidificadores se necessário
Evite exposição à poluição em dias muito quentes
Outono:
Cuidado com folhas secas que podem acumular mofo
Prepare-se para as mudanças de temperatura
Importância da vacinação
Crianças com asma devem seguir rigorosamente o calendário vacinal, com atenção especial para:
Vacina contra Influenza (gripe): Anualmente, disponível gratuitamente no SUS para crianças com asma
Vacina pneumocócica: Protege contra infecções por pneumococo, que podem ser graves em crianças asmáticas
Outras vacinas do calendário infantil: Fundamentais para evitar infecções que podem desencadear crises
Mantenha a caderneta de vacinação em dia e informe ao médico sobre a condição de asma da criança ao levá-la para vacinar.
Asma e Atividade Física
Ao contrário do que muitos pensam, crianças com asma não apenas podem como devem praticar atividades físicas. O exercício regular, quando bem orientado, ajuda a melhorar a capacidade respiratória e o controle da doença.
Benefícios do exercício para crianças asmáticas
A prática regular de atividade física traz diversos benefícios para crianças com asma:
Melhora da capacidade cardiorrespiratória
Fortalecimento da musculatura respiratória
Aumento da tolerância ao exercício
Redução da frequência e intensidade das crises
Melhora da autoestima e socialização
Controle do peso (obesidade é um fator agravante da asma)
Esportes mais indicados
Alguns esportes são mais adequados para crianças com asma:
Natação: O ambiente úmido e a respiração controlada fazem da natação um dos melhores esportes para asmáticos
Caminhada: Atividade de baixo impacto que pode ser facilmente adaptada
Ciclismo: Permite controlar a intensidade do esforço
Ginástica: Exercícios que trabalham a respiração e postura
Esportes coletivos: Com as devidas precauções, como aquecimento adequado e uso preventivo de medicação quando indicado
Cuidados durante a prática esportiva
Para evitar crises induzidas por exercício:
Realize aquecimento adequado antes da atividade
Use o broncodilatador 15-30 minutos antes do exercício, se recomendado pelo médico
Evite atividades em ambientes muito frios, secos ou poluídos
Mantenha boa hidratação
Observe sinais de desconforto respiratório e interrompa a atividade se necessário
Tenha sempre à mão a medicação de alívio
Informe professores e treinadores sobre a condição da criança
Asma na Escola: Orientações para Pais e Professores
A escola é um ambiente onde a criança passa grande parte do seu tempo, por isso é fundamental que professores e funcionários saibam como lidar com a asma.
Comunicação com a escola
Para garantir a segurança da criança com asma na escola:
Informe a direção, professores e enfermaria sobre o diagnóstico de asma
Forneça uma cópia do plano de ação para crises
Deixe medicamentos de alívio na escola, com instruções claras de uso
Atualize os contatos de emergência
Converse com a criança sobre a importância de comunicar aos professores quando não estiver se sentindo bem
Direitos da criança com asma na escola
Crianças com asma têm direitos garantidos por lei:
Direito de portar e utilizar medicamentos de alívio quando necessário
Direito a adaptações nas aulas de educação física
Direito a faltas justificadas por motivos de saúde
Direito a reposição de conteúdos perdidos durante ausências por crises ou consultas
Em caso de dificuldades, converse com a direção da escola e, se necessário, busque orientação na Secretaria de Educação ou no Conselho Tutelar.
Modelo de plano de ação para a escola
Um bom plano de ação para a escola deve conter:
Nome completo da criança e dados de contato dos responsáveis
Contato do médico responsável
Lista de fatores desencadeantes específicos para a criança
Sinais de alerta de uma crise
Medicamentos utilizados regularmente
Instruções claras sobre como e quando usar o medicamento de alívio
Passos a seguir em caso de crise leve, moderada ou grave
Quando chamar os pais ou serviço de emergência
Este plano deve ser atualizado sempre que houver mudanças no tratamento.
Mitos e Verdades sobre Asma Infantil
Existem muitos mitos sobre a asma que podem levar a condutas inadequadas. Vamos esclarecer alguns deles:
Mito 1: "Asma é uma doença psicológica"
Verdade: A asma é uma doença física, inflamatória, com base genética e ambiental. Embora fatores emocionais possam desencadear crises, a asma não é uma doença psicológica ou "frescura" da criança.
Mito 2: "Crianças com asma não devem praticar esportes"
Verdade: Crianças com asma não apenas podem como devem praticar atividades físicas. O exercício regular, quando bem orientado e com as devidas precauções, ajuda a melhorar a capacidade respiratória e o controle da doença.
Mito 3: "A criança vai depender dos remédios para sempre"
Verdade: Muitas crianças têm melhora significativa dos sintomas com o crescimento. Mesmo aquelas que continuam com asma na vida adulta podem ter períodos longos sem necessidade de medicação, se a doença estiver bem controlada.
Mito 4: "Corticoides inalatórios são perigosos e causam dependência"
Verdade: Os corticoides inalatórios usados no tratamento da asma são seguros nas doses recomendadas e não causam dependência. Eles são fundamentais para controlar a inflamação das vias aéreas e prevenir crises.
Mito 5: "Asma só se manifesta com chiado no peito"
Verdade: Embora o chiado seja um sintoma clássico, a asma pode se manifestar apenas com tosse persistente, especialmente à noite ou durante atividades físicas, sem chiado audível.
Perguntas Frequentes sobre Asma Infantil e SUS
A asma tem cura?
A asma não tem cura definitiva, mas pode ser controlada com tratamento adequado. Muitas crianças apresentam melhora significativa dos sintomas com o crescimento, e algumas podem até mesmo deixar de apresentar sintomas na vida adulta.
Meu filho precisará usar medicamentos para sempre?
Não necessariamente. O tratamento da asma é ajustado conforme o controle dos sintomas. Muitas crianças conseguem reduzir gradualmente a medicação e, em alguns casos, até mesmo suspendê-la após períodos prolongados sem sintomas, sempre sob orientação médica.
Como conseguir os medicamentos gratuitamente?
Os medicamentos para asma estão disponíveis gratuitamente nas farmácias das UBS e nas unidades da Farmácia Popular. Para recebê-los, é necessário apresentar a receita médica do SUS, documento de identidade e Cartão SUS.
Quanto tempo demora para conseguir consulta com especialista pelo SUS?
O tempo de espera para consulta com especialista (pneumologista pediátrico ou alergista) varia conforme a disponibilidade em cada região. Casos mais graves geralmente têm prioridade no agendamento. Enquanto aguarda, mantenha o acompanhamento regular na UBS.
A asma pode desaparecer quando a criança crescer?
Sim, em muitos casos os sintomas da asma diminuem significativamente ou até desaparecem na adolescência ou início da vida adulta. No entanto, isso não ocorre com todas as crianças, e algumas continuarão precisando de tratamento na vida adulta.
Crianças com asma podem tomar vacinas normalmente?
Sim, crianças com asma devem seguir o calendário vacinal normalmente. Na verdade, a vacinação é ainda mais importante para elas, especialmente contra gripe e pneumonia, pois infecções respiratórias podem desencadear crises.
Direitos dos Pacientes com Asma no SUS
Pessoas com asma têm direitos garantidos no Sistema Único de Saúde:
Direito ao diagnóstico: Acesso a consultas e exames necessários para o diagnóstico correto
Direito ao tratamento integral: Consultas, exames, medicamentos e acompanhamento contínuo
Direito a medicamentos gratuitos: Fornecidos pelo SUS ou Farmácia Popular
Direito a atendimento de urgência: Em caso de crises
Direito a encaminhamento para especialistas: Quando necessário
Direito à informação: Sobre a doença, tratamento e autocuidado
Em alguns casos, pacientes com asma grave podem ter direito a benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou isenção de impostos para compra de veículos adaptados, dependendo do grau de comprometimento da capacidade respiratória.
Conclusão
A asma infantil, apesar de ser uma doença crônica, pode ser controlada com tratamento adequado, permitindo que a criança tenha uma vida normal e ativa. O SUS oferece todos os recursos necessários para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento da asma, desde consultas e exames até medicamentos gratuitos.
O papel dos pais e cuidadores é fundamental: conhecer a doença, identificar os fatores desencadeantes, administrar corretamente os medicamentos e manter o acompanhamento médico regular são ações que fazem toda a diferença no controle da asma.
Lembre-se de que cada criança é única, e o tratamento deve ser individualizado. Mantenha sempre uma comunicação aberta com os profissionais de saúde e não hesite em buscar ajuda quando necessário. Com o cuidado adequado, crianças com asma podem estudar, brincar, praticar esportes e ter uma infância plena e saudável.